Diocese de Santo André

Vocações em tempos de pandemia: a perseverança dos diáconos

Neste Mês Vocacional, a Diocese de Santo André recordará toda semana, sempre uma vocação do serviço à Igreja e da doação ao povo de Deus. Prosseguindo nesta segunda-feira (10/08) com as vocações diaconais, no Dia de São Lourenço (225 d.C – 258 d.C), mártir católico e padroeiro dos diáconos.

Acolher o chamado, o tema que norteia o Ano Vocacional Diocesano, é firmar um compromisso em proclamar a Palavra de Deus e viver o Teu Reino aqui. Os desafios foram acentuados durante o distanciamento social imposto pela Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus.

E como vivenciar o ministério dos diáconos e quais os principais desafios nestes tempos de pandemia? As respostas a seguir:

Dimensão caritativa

Em reunião com os diáconos permanentes no fim do ano de 2019, o bispo diocesano Dom Pedro Carlos Cipollini, pregou equilíbrio das três dimensões do ministério diaconal: a formação e a pregação da palavra são pontos importantes na atuação, porém, “é inconcebível um diácono que não tenha um pé no exercício da caridade da Igreja para com os pobres”, ou seja, o trabalho caritativo.

Experiente, o diácono Vicente do Nascimento Moreira, 69 anos, atua na Paróquia São Pedro Apóstolo, no Taboão, na Região São Bernardo – Rudge Ramos, porém, no momento encontra-se recluso em casa, enfrentando um dos maiores desafios do seu ministério.

“O maior obstáculo é não ter contato com o povo. Vivenciar o ministério desta maneira é muito difícil, por mais que se trabalhe pelas mídias, os momentos de oração, não podemos visitar as famílias. Temos que ficar em casa”, confessa o diácono ordenado em 2008.

No entanto, a dimensão caritativa não deixa de ser praticada, mesmo diante do isolamento social, com a distribuição de cestas básicas para famílias em situação de vulnerabilidade social. “As pessoas vêm buscar na minha casa. Deus me chamou no seu projeto. Ele me capacita para trabalhar diante das adversidades. O desafio é se manter fiel como servidor. Continuar sem medo. Embora distanciados da igreja, mas as famílias que nos procuram atendemos com muito carinho”, complementa.

Quarentena necessária

Um dos principais desafios para os diáconos nestes tempos de pandemia é a questão de idade, pois muitos estão acima

dos 60 anos e pertencem ao grupo de risco, tendo que permanecer em quarentena para não correr riscos de contrair a Covid-19.

Segundo Wagner Innarelli, 72 anos de idade e 15 anos como diácono, vice-diretor da Escola Diaconal e que atua na Pa

róquia Nossa Senhora de Guadalupe, na Região Santo André – Leste, o objetivo desta época é manter a espiritualidade procurando aproveitar o tempo para rezar mais em casa com a família, priorizando a igreja doméstica.

“Acho que assim vivencia-se esse tempo e quando a pandemia passar estaremos preparados para a volta com muita alegria, vivendo a experiência com nossos irmãos na paróquia onde a gente atua”, projeta.

Intimidade com Deus

Diácono ordenado mais recente na Diocese (no dia 12 de outubro de 2019), Aparecido Batista dos Santos, 50 anos, serve na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, no Jardim Zaíra, em Mauá, e acredita que esse período de pandemia provocou uma reflexão para o crescimento de sua fé, dos estudos e do aprofundamento da intimidade com Deus.

“Nada mais propício junto com o povo de Deus, experimentar um pouco das aflições que essa pandemia trouxe a cada um de nós. Não tem como a gente não ficar angustiado ou até mesmo perder as esperanças, porque não é algo que afetou somente o nosso ministério, mas afeta todo o povo de Deus. Todo homem e mulher que caminham peregrinos nesta terra são afetados por essa pandemia”, sintetiza.

Ele cita afirmação de São Tomás de Aquino, um grande filósofo e doutor da Igreja canonizado em 1567, “A graça supõe a natureza” para elucidar que Deus tem um propósito na vida de todos.

“Na vida de santidade, de entrega e confiança para que a gente possa levar isso ao povo de Deus, por mais que a gente toca numa vocação que vai além das nossas capacidades humanas, Deus ainda conta com a natureza, com a sua graça para cada ser humano”, reflete.

Mídias essenciais

Casado há 35 anos, pai de três filhos, e ordenado diácono há 13 anos, João Lázaro, 53 anos, atua na Pastoral da Caridade e colabora na formação da comunidade da Quase-Paróquia Nossa Senhora Aparecida, no Bairro Casa Grande, em Diadema.

Segundo ele, as mídias sociais e tornaram grandes aliadas no exercício da vocação em razão da ausência de realização de atividades presenciais. “O que era opcional, com essa pandemia se tornou essencial. Tenho essa missão de ajudar as pessoas a se conectarem e com isso estamos vivendo e anunciando o Reino de Deus de uma forma bem diferente, numa seara que não havíamos experimentado tão fortemente”, ressalta o diácono, ao citar participações na programação da oração da manhã, liturgia da palavra e a Oração de São Sebastião para afastar a pandemia.

Para finalizar, João recorda o lema de sua ordenação “Para onde iremos, Senhor. Tu tens palavras de vida eterna” (João 6, 68) como uma missão mais atual do que nunca. “Hoje ressoa fortemente essa presença e necessidade de ajudar as pessoas a se encontrarem com Deus”, frisa.

Leia também: Vocações em tempos de pandemia: a fé e os desafios da vida sacerdotal

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