Diocese de Santo André

Dom Pedro: viver com radicalidade a proposta de Jesus para bons frutos

“Deus não obriga ninguém a aceitar a sua proposta de salvação e envolver-se com o evangelho do Reino de Deus. Mas uma vez que aceitamos trabalhar na sua vinha, temos que produzir frutos, de amor, de serviço, doação, justiça, paz, tolerância e partilha.”

Em sua reflexão durante a homilia da Santa Missa matutina celebrada no 27º Domingo do Tempo Comum (04/10), na Catedral Nossa Senhora do Carmo, no Centro do município andreense, Dom Pedro meditou mais uma vez sobre os ensinamentos de uma parábola de Jesus contada no Evangelho de Mateus (21, 33-43), que nos ensina sobre o compromisso sincero com Deus e quais frutos produzimos para o Seu Reino.

“Mateus exorta os irmãos e as irmãs da comunidade a que despertem e saiam o comodismo. Que deem frutos próprios do Reino de Deus, que vivam com radicalidade a proposta de Jesus”, conclama Dom Pedro.

A celebração também contou com a presença de membros da Comissão Diocesana em Defesa da Vida recordando o Dia do Nascituro. Como acontece nas manhãs de domingo, desde a reabertura para missas presenciais em julho deste ano, a celebração foi presidida por Dom Pedro e concelebrada pelos padres Joel Nery (pároco da Catedral) e Camilo Gonçalves de Lima (secretário episcopal), com transmissão pelas mídias diocesanas Facebook e YouTube.

Na Catedral do Carmo, as celebrações com povo retornam durante a semana, de segunda a sexta, às 18h; aos sábados, às 16h; e aos domingos, às 8h, 11h e 18h. Lembrando que as missas ocorrem com capacidade máxima de 100 pessoas, respeitando as regras de distanciamento social e cuidados de higiene, com máscara e álcool gel.

Fratelli tutti

Dom Pedro também relembrou a nova Encíclica “Fratelli tutti”, lançada pelo Papa Francisco neste fim de semana dos dias 3 e 4 de outubro. Nesta carta, o sumo pontífice realiza um balanço descritivo da situação da humanidade, que aos poucos vai deixando Deus de lado. “Quais são as consequências? As piores. Não que Deus castigue, mas sem Deus o homem não se explica, ele se complica”, cita Dom Pedro. Ele prossegue. “O caminho de Cristo é um caminho de dom e de entrega da vida. Mas não é um caminho de tristeza e de frustração. Porque então a tristeza, inquietação e desânimo com que tantas vezes enfrentamos as dificuldades em nossa caminhada e saímos muitas vezes cabisbaixos das celebrações?”, indaga Dom Pedro.

“Os irmãos que nos rodeiam e nos olham nos olhos recebem um testemunho de paz, de serenidade, de coragem e de amor serviço? São esses os frutos que Deus pede da sua vinha, que somos nós, a Igreja”, orienta.

Frutos verdadeiros da vinha

O Evangelho de Mateus (21, 33-43) reflete Jesus que retoma a imagem da vinha e critica os líderes judaicos que se apropriaram em benefício próprio da vinha de Deus, o seu povo. Eles, porém, se recusaram sempre a oferecer a Deus os frutos que lhe eram devidos. Jesus anuncia que a vinha vai ser retirada deles e vai ser confiada a trabalhadores que produzam e que entreguem a Deus, os frutos que Deus espera. “Por isso, eu vos digo: o Reino de Deus vos será tirado e será entregue a um povo que produzirá frutos”, diz Jesus.

Segundo o bispo Dom Pedro, o evangelista Mateus exorta a sua comunidade a produzir frutos verdadeiros que agradem ao Senhor da vinha, frutos de justiça, de amor e de paz. São Mateus escreve o seu evangelho no final do século I. Já tinha passado o entusiasmo inicial dos cristãos. E as comunidades se acomodavam num Cristianismo fácil, sem exigência, descomprometido com a vida. “Mateus exorta os irmãos e as irmãs da comunidade a que despertem e saiam o comodismo. Que deem frutos próprios do Reino de Deus, que vivam com radicalidade a proposta de Jesus”, conclama o pastor da Igreja Católica no Grande ABC.

O problema fundamental apresentado pelo evangelho é o problema da coerência com o que vivemos e como vivemos o compromisso com Deus na nossa vida. “Deus não obriga ninguém a aceitar a sua proposta de salvação e envolver se com o evangelho do Reino de Deus, mas uma vez que aceitamos trabalhar na sua vinha, temos que produzir frutos, de amor, de serviço, doação, justiça, paz, tolerância e partilha”, afirma Dom Pedro.

Compromisso com Deus

A liturgia deste 27º Domingo do Tempo Comum utiliza a imagem da vinha de Deus para falar do povo que aceita o desafio do amor de Deus, colocando-se a serviço do Reino de Deus. Deus exige do seu povo frutos de amor, de paz, de justiça, de bondade e de misericórdia. “E quem é esse povo de Deus, hoje? Somos nós, os batizados, a Igreja, e o mundo inteiro também chamado a fazer parte deste povo”, reitera Dom Pedro.

Na Primeira Leitura (Is 5,1-7), o profeta Isaías utiliza uma parábola para expressar o infinito amor de Deus por seu povo. Nesta parábola, Deus é o vinhateiro, Israel é a vinha, os servos são os profetas que Deus enviou e por fim, o seu Filho, todos foram rejeitados e o Filho foi morto. “Como é que Israel respondeu aos esforços de Deus para amá-lo? Que frutos produziu a vinha de Deus? O profeta responde: Deus esperava que Israel vivesse no direito e na justiça, cumprindo fielmente as exigências da aliança, esperava uma vida de coerência com os mandamentos. Na realidade, o povo atua exatamente no sentido contrário daquilo que Deus esperava”, sintetiza o bispo.

“Praticam a maldade e se afastam de Deus. Deus pretende criar no coração do seu povo uma dinâmica que leve o amor ao irmão. Deus ama-nos para que nos deixemos transformar pelo amor e amemos os outros. O encontro com o amor de Deus tem que causar uma efetiva transformação no nosso coração. E tem de nos levar ao amor efetivo para com o próximo. Deus nos ama. É paciente conosco. Espera. Mas temos que fazer a nossa parte, corresponder ao Seu amor”, complementa Dom Pedro.

Valores cristãos

Na Segunda Leitura (FI 4,6-9), Paulo exorta os cristãos a viverem na alegria e na serenidade respeitando o que é verdadeiro, nobre, justo e digno. São esses os frutos que Deus espera de nós, ou seja, sermos fermentos de bondade e de justiça no meio deste mundo.

“As palavras de Paulo aos filipenses definem alguns dos elementos concretos que devem marcar a caminhada do povo de Deus. Paulo convida os cristãos a não viverem inquietos e preocupados. Eles são exortados em Cristo e tem a garantia com Ele de ressuscitar para a vida definitiva. Eles sabem que as dificuldades, os dramas, as perseguições, incompreensões são acidentes de percurso. As dificuldades da vida não devem separar os cristãos do amor de Cristo”, enfatiza Dom Pedro.

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