Diocese de Santo André

A devoção ao escapulário como sinal de salvação das almas do purgatório

Neste ano de 2020, nas atuais contingências devidas à pandemia da “Covid-19”, as Indulgências Plenárias para os fiéis defuntos foram prorrogadas para todo o mês de novembro, adequando as obras e condições a fim de garantir a incolumidade dos fiéis.

De acordo com a Penitenciária Apostólica no Vaticano, o dom da indulgência plenária manifesta a plenitude da misericórdia de Deus, que é expressa em primeiro lugar no sacramento da Penitência e da Reconciliação.

De acordo com a publicação Manual de Indulgências, Livraria Editora Vaticana, pág. 21 (Ano 1999) e com o Catecismo da Igreja Católica, nº 1471, entende-se por indulgência “a remissão, perante Deus, da pena temporal devida aos pecados cuja culpa já foi apagada; remissão que o fiel devidamente disposto obtém em certas e determinadas condições pela ação da Igreja que, enquanto dispensadora da redenção, distribui e aplica, por sua autoridade, o tesouro das satisfações de Cristo e dos Santos“. E neste texto com a colaboração do vigário episcopal para a Pastoral e pároco da Catedral Nossa Senhora do Carmo, Pe. Joel Nery, abordará a devoção ao escapulário como um aliado poderoso na proteção da vida e para se livrar do purgatório.
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Devoção ao escapulário e a proteção na hora da morte
O sacerdote recorda que a devoção ao Escapulário de Nossa Senhora do Carmo promovida por vários papas recorda, na verdade, uma ideia central de consagração pessoal a Virgem Maria. Devoção essa que tem origem no século XIII, quando Nossa Senhora apareceu ao superior geral dos carmelitas, São Simão Stock, no dia 16 de julho de 1251.

“Maria entrega a São Simão Stock, o escapulário para que ele usasse como sinal de proteção, de maneira muito especial, contra o fogo do inferno. A promessa é quem com ele (escapulário) se recorda dessa devoção e proteção mariana, na hora da morte, aliás como a gente reza na Ave Maria “rogai por nós pecadores, agora e na hora de nossa morte”, teria essa proteção especial. E ela socorreria na hora da morte”, recorda Pe. Joel. Hoje, o escapulário é um cordão normalmente feito com dois pedaços de tecidos pendentes, um no peito, outro nas costas, com a imagem da Virgem Maria, a Senhora do Carmo, e do outro lado, o Sagrado Coração de Jesus, para lembrar a devoção a Nossa Senhora que nos leva a Jesus Cristo, Nosso Senhor e Salvador.

“Então, Nossa Senhora oferece, por assim dizer, esse sinal aquele que tem essa ligação especial com ela, na devoção a ela, um caminho que leva a Jesus Cristo, uma proteção toda especial e a promessa de ser livre do fogo do inferno”, complementa.
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O purgatório, a obra de misericórdia e a purificação
Neste sentido também, o escapulário reforça a ideia de se livrar do purgatório aqueles que pela intercessão da Mãe de Deus podem alcançar a graça da salvação eterna, o Reino dos Céus. A devoção ao escapulário está ligada às promessas feitas a Nossa Senhora e aos irmãos carmelitas, ou seja, revestir-se do escapulário é receber a graça especial. “E neste mês de novembro, lembrando dos nossos falecidos, recordamos que há também a ideia das indulgências plenárias ligadas ao escapulário dadas pela Igreja, no geral. Mediante algumas obrigações, como receber o escapulário de um sacerdote autorizado, trazer o escapulário devotamente sempre e ter vida de oração constante, tendo uma vida correta com o compromisso de amar o próximo”, reflete Pe. Joel.

Para concluir o raciocínio, o pároco da Catedral do Carmo destaca que rezar pela salvação dos falecidos é para nós cristãos católicos, uma das obras de misericórdia. “Lembrar o culto aos fiéis falecidos e as nossas orações por eles, pedindo a graça, a vida plena da salvação eterna, para que sejam livres de todos os males, aos que se encontram no purgatório, ainda fazendo essa experiência da purificação derradeira para que a graça de Deus seja plenamente experimentada e assim a salvação seja plena e eterna”, salienta Pe. Joel.

“A nossa oração em sufrágio dos mortos que é desde o princípio da Igreja, uma prática de devoção e parte do nosso culto aos mortos, é também uma obra de misericórdia rezar para que aqueles que ainda sofrem alguma pena pelos pecados aqui cometidos e que possa ser retirada essa pena pela graça da misericórdia e do amor de Deus”, finaliza Pe. Joel.

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