Diocese de Santo André

Padre José Roldan: o legado do homem de Deus que serviu e amou o próximo

A vocação descoberta desde cedo! O jovem José Antônio Roldan Aranaz sempre foi determinado em seguir os passos de Jesus Cristo para promover o Reino de Deus nesta terra. Nascido no dia 11 de junho de 1925, na cidade de Barásoain, na Espanha,o filho de Martín Roldán e Josefa Aranaz foi batizado aos 12 de junho de 1925, na pequena Paróquia de Santa Maria, em sua cidade natal (pertencente à Arquidiocese de Navarra e Tudela, à época apenas diocese). Foi crismado aos 14 de setembro de 1930.

Aquele moço comprometido com as causas do evangelho e do povo cristão passaria por grandes desafios na infância durante a Guerra Civil Espanhola (1936-1939), a jornada no seminário, situação da vida que conviveu com os estudos e as batalhas impiedosas das quais se tinham notícias da 2ª Guerra Mundial (1939-1945), até a chegada ao Brasil.

Ingressa no Seminário da Sociedade dos Missionários do Verbo Divino em 29 de setembro de 1938, tendo cursado o ginasial e os estudos filosóficos em Pamplona; na mesma cidade, transcorre parte de seus estudos teológicos, concluídos no Seminário do Verbo Divino, em São Paulo (atualmente, Diocese de Santo Amaro), onde chega aos 12 de maio de 1948, “quando chegou ao Brasil e foi acolhido como seminarista missionário acolhido na Diocese de Jacarezinho (no estado do Paraná) por Dom Geraldo de Proença Sigaud, onde  seria ordenado sacerdote no dia 1º de maio de 1950”, como afirma o professor de Teologia da PUC (Pontifícia Universidade Católica) e pároco da Paróquia Nossa Senhora da Candelária, em São Caetano do Sul, padre Felipe Cosme Damião Sobrinho.

Recebida a tonsura aos 29 de janeiro de 1949; foi ordenado diácono aos 12 de março de 1950 e, em 1º de maio daquele mesmo ano, recebe a imposição de D. Geraldo de Proença Sigaud, SVD (1909-1999), então bispo diocesano de Jacarezinho, à qual se incardina, deixando a Congregação.

Dois dias depois, vence os degraus do presbitério na igreja catedral daquele bispado, para oficiar pela primeira vez os santos mistérios.

Naquele mesmo local, atuará como vigário, como também será diretor diocesano das Congregações Marianas e fundador do Círculo Operário daquela Igreja particular. Incardinando-se na então diocese de Maringá (atualmente sede de Arquidiocese), atua como secretário episcopal e membro do Conselho de Presbíteros; recebe ainda os cuidados da Paróquia de Nova Esperança, em cujo município também lecionou e dirigiu um colégio. Registra-se ainda uma passagem, certamente breve, de Pe. Roldán pela Arquidiocese de Diamantina (para onde havia sido transferido o antigo confrade que o ordenara presbítero), tendo estado à frente da Paróquia de Três Marias.

Carisma jovial e unidade da juventude
Uma data simbólica para nós, brasileiros, o Dia do Trabalho foi a data em que Pe. Roldan foi ordenado sacerdote. Trabalho que padre Roldan exerceu durante sete décadas em seu ministério de amor e serviço ao próximo.

Chegou ao ABC no dia 2 de junho de 1962, sendo nomeado pároco da Paróquia São Caetano, aos 2 de fevereiro de 1965. Na diocese, Pe. Roldan também administrou as paróquias Nossa Senhora das Graças (Diadema) e Nossa Senhora da Assunção, até a nomeação para a Paróquia Nossa Senhora Aparecida (atualmente santuário diocesano), até 28 de agosto de 2013, quando pede renúncia, continuando, porém, prestando-lhe serviços pastorais regulares. Concomitantemente ao ministério paroquial, Pe. Roldan também coordenou por um período a Liturgia na Diocese, de acordo com informações da chancelaria diocesana, por meio do vice-chanceler do bispado, padre Vinícius Ferreira Afonso.

“Me recordo da comunidade de jovens que eu participava e da relação do padre Roldan com a juventude de outras paróquias no final da década de 1960. Era um sacerdote muito próximo dos jovens”, relembra o jornalista Humberto Pastore, durante o pastoreiro de Pe. Roldan na cidade sulsancaetanense.

Ser sacerdote que caminha ao lado do povo
No ano de 1971, o presbítero foi nomeado pároco da paróquia e posteriormente reitor do Santuário Nossa Senhora Aparecida, no Bairro Paulicéia, em São Bernardo, onde ficou até os tempos em que se tornou emérito, dedicando mais de quatro décadas de seu sacerdócio no desenvolvimento da comunidade e do local de culto à Mãe de Deus e Padroeira do Brasil.

Em publicação no Instagram, Padre Guilherme Melo Sanches disse o seguinte: “Era ele que celebrava as famosas missas da Rádio Record…Sempre lembrarei de sua bondade e educação com todos. Um verdadeiro espanhol. Sem perder a graciosidade da ternura de Jesus”, frisa o sacerdote que retornou ao Grande ABC neste ano para colaborar como vigário na Paróquia Nossa Senhora do Rosário (Vila Luzita – Santo André), mas que desde 2018 cumpre estudos numa das universidades situadas em Roma, na Itália. “Algumas férias do seminário eu ia ajudá-lo a pedido de um colega padre”, recorda.

Atual reitor do Santuário Nossa Senhora Aparecida, Pe. Alex Sandro Camilo também publicou mensagem na rede social Facebook: “Foram 43 anos de dedicação e amor ao nosso santuário. Choramos na terra, mas o céu se alegra com a sua chegada. Rezemos pelo seu descanso eterno e que fique em nosso coração o bem que ele sempre realizou em nosso meio. Dai-lhe, Senhor, o descanso eterno. E que brilhe para ele a vossa luz. Descanse em paz”, salienta.

Uma amizade construída desde o batizado
Batizado por padre Roldan no dia 11 de outubro de 1981, o morador de São Bernardo, Felipe Andriani, 39 anos, estima um grande carinho pelo amigo: “Este homem é um verdadeiro santo! Só falávamos em espanhol. Ele era muito devoto da Virgen del Pilar. Tem até uma imagem dela no jardim do santuário e uma na parede ao lado esquerdo”, confidencia.

Segundo ele, o sacerdote já deixa saudades entre os fiéis da região, porém, um enorme legado de evangelização e amor ao próximo. “Um grande sacerdote humilde que todos, sem exceção. Gostava muito dos jovens e da RCC (Renovação Carismática Católica). Ele construiu o santuário, pois era apenas uma capela onde fica a Scania pertencente à Paróquia Santa Rita de Cássia de Diadema”, revela. “E peregrinos do Grande ABC lotavam o santuário todo dia 12 de outubro. Eu sempre ia a pé quando morava no Rudge Ramos. O que mais admiro nele é a humildade, pois ele conversava com todos sem distinção e ainda frequentava a feira da Vila Mussolini”, complementa.

Nos dois últimos anos da vida, Pe. Roldán solicitou permissão para viver junto a um irmão em Maringá, onde transcorreu sua etapa derradeira da vida, tendo sido vitimado pela COVID-19, em plena pandemia ocasionada pelo novo coronavírus. Parte, assim, para a eternidade, um incansável operário da messe divina, que cativava a todos pela firmeza e ao mesmo tempo alegria, bem como pelo cultivo da devoção às almas do Purgatório e de Nossa Senhora Aparecida, cujo santuário diocesano viu nascer.

Mensagem de Dom Pedro
Na manhã desta sexta-feira (11/12), padre José Antônio Roldan Aranaz partiu para a Casa do Pai. Em nota oficial, o bispo diocesano Dom Pedro Carlos Cipollini demonstrou gratidão da Igreja Diocesana pelo sacerdote emérito, incardinado na Diocese de Santo André. “Externamos nosso profundo pesar por esta perda, mas sabemos, pela fé, que ele está nas mãos de Deus […] E também gratidão por esse missionário, que deixou a sua pátria e veio para o Brasil, colocando-se a serviço de nossa Igreja”, relata.

Por fim, Dom Pedro diz que “na fé e na esperança, supliquemos a Deus para que dê a este nosso irmão, o descanso eterno na sua paz sem fim.”

Leia aqui a mensagem de Dom Pedro completa.

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