A vida de castidade, vai além dos sentidos externos apresentados pela sociedade, e por suas diversas culturas, como uma limitação ou proibição de algo. No entanto, todos nós batizados somos chamados a viver tal virtude livremente em Jesus. Ela expande-se neste vínculo profundo de amizade com Cristo, onde Ele mesmo nos convida como fez com os que escolheu, e estes corresponderam vivendo como seu Senhor. (cf. JO 1,39)
A palavra Casto – vem do latim castus que significa puro. “A castidade é uma virtude moral. Mas é também um dom de Deus, uma graça, um fruto do trabalho espiritual. O Espírito Santo concede a graça de imitar a pureza de Cristo àquele que regenerou pela água do Batismo.” (C.E.C. 2345.) Esta Virtude é encontrada de forma inspiradora em Santa Inês, que nos deixa claro com seu testemunho que a vida de castidade é uma resposta de entrega total a Jesus. Um compromisso não somente corpóreo, mas de pertença da alma que busca viver o céu na terra.
Santa Inês viveu em Roma no séc. IV. Foi educada por uma família cristã e nobre. Tinha 13 anos quando foi cobiçada por sua grande beleza, virtude e riqueza pelo jovem Procópio, filho do prefeito de Roma. Porém, o coração de Inês pertencia a Jesus. Ao recusar a proposta, ela foi levada a julgamento e obrigada a incensar os ídolos. No entanto, a pequena jovem disse ao contradizê-los: “Virgens a Cristo consagradas não portarão tais lâmpadas, pois este fogo não é fé. Mas o meu sangue pode apagar este braseiro. Podem me ferir com suas espadas, mas nunca conseguirão profanar meu corpo consagrado a Cristo.”
Depois, foi condenada a ser exposta em um prostíbulo, mas uma luz celestial a protegeu, ofuscando a visão de todos. Não conseguindo matá-la, fora condenada a morrer queimada, mas as chamas também não a tocaram. Por fim, a pequena lírio de Cristo morreu decapitada a mando do vice-prefeito de Roma, Aspásio.
A pequena noiva de Jesus morreu aos 13 anos de idade, e é representada com um cordeiro em seu colo, símbolo do significado de seu nome: Inês do latim Agnus que quer dizer Cordeiro, e uma palma em mãos, que simboliza sua pureza. Assim, disse ela: “ Jesus Cristo vela sobre a pureza de sua esposa e não permitirá que lh’a roubem. Ele é meu defensor e abrigo.”
Inês confiou Naquele que a chamou, e a quem se consagrou, viu a castidade como espelho do Amor que havia em sua alma. Não era um peso, mas uma leve e livre decisão de ser reflexo de Jesus, assim podia clamar seu coração: “Meu Amado é meu e eu sou Dele, Ele apascenta no meio dos lírios.” (Ct 2, 16) Ó pequenina flor que reflete o que diz a passagem Bíblica Cântico dos cânticos 2, 2 como a voz de Deus, “Como um lírio entre os espinhos, assim é minha companheira entre as donzelas.”
Portanto, também a nós religiosos que fazemos votos de pobreza, obediência e castidade é realizado este chamado, onde somos somente de Cristo a serviço da Santa Mãe Igreja, e buscamos ser este sinal de Jesus onde estivermos. É preciso sacrifícios, e em Cristo superar todas as tentações que são sugeridas na mente e que podem conduzir ao ato do pecado e destruição da graça ferindo a alma.
Entretanto, na oração, penitência, e orientação espiritual, podemos nos firmar nesta decisão de amor e de permanecer nesta união de vontades com Jesus, uma união de dois corações que pulsam de amor e une a alma a Cristo, pertencendo somente a Ele, que não se limita na carne, mas que penetra a alma, na certeza de uma união celeste.
Santa Inês, Rogai por Nós!
*Irmã Camila de Jesus Crucificado
(Instituto Pias Operárias de São José)