Diocese de Santo André

Lar Nossa Senhora das Mercedes celebra 55 anos em São Caetano

Neste dia 27 de janeiro de 2021, o Lar Nossa Senhora das Mercedes completa 55 anos de fundação em São Caetano do Sul, na Diocese de Santo André. A instituição de longa permanência para idosas, particular – filantrópica, pertence à Congregação das Irmãzinhas dos Anciãos Desamparados, com sua sede na Espanha.

Atualmente, o Lar atende 65 idosas e conta com os serviços de cinco irmãs, além dos funcionários e voluntários. A instituição permeia suas ações objetivando uma postura mais atuante e menos contemplativa de suas idosas residentes para que possam resgatar sua autonomia, valorização e autoestima.

O Lar Nossa Senhora das Mercedes está localizado na Rua Arlindo Marchetti, 627– Bairro Santa Maria – São Caetano do Sul. Mais informações pelo telefone: 4220-3207. E para conhecer melhor a trajetória da instituição ao longo desses 55 anos de histórias, a Diocese de Santo André conversou com a enfermeira e contadora, Irmã Cristiane Ferraz da Silva, 42 anos. Ela é natural de Lençóis Paulista (SP) e atua no Lar como formadora do aspirantado para as jovens vocacionadas e é responsável pelas idosas do 2º andar da casa. Confira a entrevista:

1 – Como foi a chegada da Congregação das Irmãzinhas dos Anciãos Desamparados em São Caetano e a escolha do local para o início dos trabalhos na cidade?
A Congregação das Irmãzinhas chegou em São Caetano no final de 1965. Foi a última casa que fundamos no estado de São Paulo. A primeira ocorreu em 1957 na cidade de Ourinhos, quando as primeiras irmãs vindas da Espanha vieram fazer essa fundação no Brasil. Logo em seguida, a fundação de Lençóis Paulista, depois a fundação de Presidente Prudente e por último, a fundação em São Caetano, que as irmãs vieram a pedido do Lions Clube, que ajudou também nessa fundação, concedendo o espaço físico para que as irmãs pudessem iniciar a construção e os trabalhos com os idosos.

2 – Como ocorreu a implementação dos valores e da missão da congregação em nossa região?
Nossa congregação tem como carisma, o cuidado exclusivamente espiritual e físico dos idosos, pobres e desamparados. E foi de muito proveito, pois as irmãs sempre pensaram em ter uma casa também aqui na capital (Grande SP), sendo que as outras estavam mais no interior. Então, foi uma proposta muito positiva, em que as irmãs aceitaram e vieram aqui começar esses trabalhos, continuando a construção da casa, que no início ainda era precária. As irmãs foram batalhando até conseguir o Lar que temos hoje, que completa 55 anos de fundação neste 27 de janeiro e 55 anos de nossa presença na Diocese de Santo André.

3 – Podemos considerar que é uma trajetória construída com muito amor e carinho pelas irmãs da congregação.
Foi uma benção de Deus! Durante todo esse tempo que as irmãs puderam estar cuidando de tantas idosas, porque aqui em nosso Lar, a gente só atende idosas e também aqui temos o aspirantado para jovens vocacionadas, que desde o dia 27 de janeiro de 1984 foi aberto, há 37 anos.

4 – Muito interessante, pois estamos no Ano Vocacional Diocesano.
Então, temos muita história de amor aos idosos, mas também de tanta caminhada vocacional. Tantas jovens que iniciaram sua formação religiosa aqui e depois foram para a Espanha fazer a formação canônica. Eu mesmo fui aspirante aqui. Ingressei com 14 anos nessa casa. Hoje atuo como formadora em nosso aspirantado, cuidando das nossas vocacionadas, nossas jovens, e tem sido nesses 55 anos de suma importância, oferecendo esse trabalho humanitário, do apostolado junto aos idosos, com os voluntários, funcionários e benfeitores que nos ajudam a manter essa obra.

5 – Com certeza um grande testemunho de amor ao próximo em nossa diocese.
A vida vale muito, porque hoje infelizmente em nossa sociedade está perdendo muito o sentido da vida. Infelizmente, a eutanásia é a ordem do dia. Já o idoso é visto com desprezo, muitas vezes como um estorvo. E aqui estamos nós mostrando que não. Que a dignidade da pessoa humana, como São João Paulo II defendeu muito, estamos aqui dando esse testemunho de que as vidas são importantes e de que devemos cuidar delas até o final, sendo que o nosso lema da congregação, que a nossa santa madre fundadora, Santa Teresa de Jesus Jornet  (1843-1897) nos deixou simboliza isso: “Cuidar dos corpos para salvar as almas”. Então temos toda essa atenção física com os idosos procurando cuidá-los no material, na sua saúde, mas o nosso objetivo é a salvação dessas almas. Preparar essas almas para o encontro definitivo com Deus e dando esse testemunho tão grande de amor e de entrega aqui na Diocese de Santo André.

6 – E nestes 55 anos de histórias, quais ações marcantes podemos destacar no Lar Nossa Senhora das Mercedes?Podemos destacar principalmente a construção da capela, a fundação do aspirantado, além das reformas e ampliações da casa, bem como o Jubileu de Ouro quando o Lar fez 50 anos. Uma festa muito bonita que representou todo esse ardor missionário e de caridade aos nossos idosos. A construção da capela, que também foi muito importante, pois muitas pessoas que moram aqui ao redor puderam participar da Santa Missa e receber os sacramentos. A fundação do aspirantado, que foi de suma importância para formação dessas jovens vocacionadas.
Também há várias partes da construção da casa que foram ampliadas, a fim de melhorar o atendimento às nossas idosas. E também vários eventos que foram acontecendo durante todos esses anos para ajudar na arrecadação de fundos. Nosso Lar vive de doações, não temos fins lucrativos. Então, a gente precisa de muita ajuda. Não importa se a idosa tem aposentadoria ou não tem, se está em situação de risco, nós vamos receber todas, de maneira igual. Por isso, precisamos de toda essa ajuda da população, da comunidade, para manter essa obra e a gente conseguir dar uma melhor qualidade de vida para nossas idosas, com todo tratamento adequado que elas precisam.

7 – As missas continuam sendo realizadas na capela neste período de pandemia?
Temos a Santa Missa apenas com as portas fechadas, com as idosas e as irmãs. Infelizmente ainda não podemos abrir para o público. Mas graças a Deus, o padre Gino Sorgon, que é o nosso capelão, vem celebrar aqui para nós. Temos esse consolo da santa eucaristia. A última missa aberta aos fiéis aconteceu antes da pandemia, no Dia de São José (19 de março). Depois tivemos uma missa no sábado de glória e depois ficamos sem missas praticamente até junho. De vez em quando o padre Luiz Carlos Francisco, coordenador regional celebrava  para as irmãs.

8 – Nos tempos atuais, como o Lar Nossa Senhora das Mercedes tem se adaptado durante a pandemia?
Neste tempo de pandemia foi muito difícil para nós, como para todas as residências os lares, e para nós especialmente, que nos dedicamos exclusivamente aos idosos, ou seja, um grupo de risco. Foi muito difícil em toda a congregação, não só em São Caetano. Um desafio, um sacrifício da parte de todos, das irmãs, dos funcionários. Aqui no Lar tivemos de abril a junho, casos positivos de Covid-19. Então, a gente segue estritamente as normas da vigilância sanitária, com todos os protocolos e medidas preventivas. Tanto é que não temos visitas dos familiares neste período. Realizamos vídeo chamadas com as famílias para que possam conversar e amenizar a saudade. Mas graças a Deus conseguimos superar, salvar quase todas as idosas que ficaram contagiadas. No entanto, infelizmente cinco faleceram por complicações da Covid. As demais estão bem. Na semana passada teve início a vacinação com a primeira dose, na esperança de dias melhores, porque as idosas estão confinadas, não podem sair. Tem os departamentos da casa separados para não ter perigo de contaminação, de propagação do vírus.
Então, as idosas estão há mais de nove meses sem poder abraçar seus filhos e netos. É uma situação muito difícil em que temos de trabalhar essa parte espiritual, dar esse conforto. Recebemos materiais descartáveis, como copos, talheres e pratos; utilizamos todos EPIs (equipamentos de proteção individual)  para os funcionários, na parte da enfermagem, para segurança de nossa equipe; álcool em gel e materiais de limpeza de desinfecção de toda a casa, cumprindo a risca as normas da vigilância sanitária  e desde junho não tivemos mais de nenhuma idosa com teste positivo para Covid.
Estamos aqui seguindo todos os protocolos. Não sabemos ainda quando reabriremos a capela para a missa com o povo, nem quando as visitas estarão liberadas no Lar.  Mas continuaremos rezando para que essa situação passe e que possamos realmente continuar dando esse testemunho dentro da nossa diocese, da cidade de São Caetano, do cuidado com as nossas idosinhas.

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