O bispo da Diocese de Santo André, Dom Pedro Carlos Cipollini, concedeu na manhã desta sexta-feira (19/02), entrevista ao vivo ao jornalista Leandro Amaral, do Repórter Diário. Como tema central, a conversa girou em torno da relevância da Campanha da Fraternidade Ecumência 2021 e como os cristãos devem trabalhar por uma cultura de paz e unidade, por meio do diálogo no contexto da pandemia. “Na prática, o cristão tem que ser convicto do caminho que leva a paz desejada por todos é o diálogo, a união. É em termos religiosos, o ecumenismo, ver o que nos une mais do que as diferenças”, aponta Dom Pedro, ao citar passagem do Evangelho de Mateus (26,52), que reforça o discurso de Jesus contra a violência. “Guarda a espada na bainha. Porque todos os que usam da espada, pela espada morrerão”, disse Jesus a Pedro, após este usar uma espada para cortar a orelha direita de um soldado romano.
Neste ano, a Campanha da Fraternidade Ecumênica apresenta o tema: “Fraternidade e Diálogo: Compromisso de Amor” e o lema “Cristo é a nossa paz: do que era dividido, fez uma unidade” (Ef. 2.14), que convida os cristãos, de modo ecumênico, a atuarem nas denúncias das violências, encorajar a justiça para restauração da dignidade das pessoas, promover a conversão para a cultura do amor e paz e, por meio do diálogo, fortalecer e celebrar a convivência ecumênica e inter-religiosa. (Texto Base da CF/2021).
“A Campanha da Fraternidade Ecumênica vem fazer um apelo religioso, mas também civilizatório. Que você seja uma pessoa do bem, uma pessoa que demonstre amor ao próximo, e com isso poderemos ter uma sociedade mais justa e fraterna no futuro, melhor do que temos hoje. Essa é a nossa esperança”, sintetiza Dom Pedro.
Segundo o bispo diocesano, o primeiro passo é seguir o caminho proposto por Jesus Cristo, de trabalhar pela justiça para vencer o mal fazendo o bem. “Temos vários recursos para construir a paz, por meio do diálogo, da fraternidade, na busca de conhecer o outro, ter empatia, não condenar o próximo, mas acolhê-lo, não fugir das pessoas que pensam diferente de você. Esse é um momento de muita oração, também”, argumenta.
Dom Pedro também comentou sobre a necessidade da acolhida da Igreja aos excluídos e vítimas da violência na sociedade, criticou os projetos e decretos que apresentam medidas armamentistas da população e que facilitam o acesso às armas, e projetou como será a Semana Santa em tempos de pandemia.
“Agradeço a oportunidade de pregar o evangelho, a doutrina da Igreja, a Palavra de Deus, e que está também no coração do povo. Esse desejo de paz, de felicidade, de harmonia, desejo de que todo mundo tenha o que comer, tenha casa e que essa aflição da miséria e da exclusão acabe no Brasil. Vamos pedir nesta Quaresma rumo à Semana Santa, a força de não deixar acabar a esperança no meio de nós”, complementa.