Diocese de Santo André

Liturgia: a importância das vestes sagradas e dos paramentos para a Igreja

Queridos irmãos e queridas irmãs,

É sempre bom refletirmos sobre essa grande riqueza da Igreja que é a liturgia. A ação de Deus em favor do povo, continuação da obra salvadora de Cristo por meio dos nossos ritos, dos nossos gestos, dos nossos cantos, e é sempre bom entendermos um pouco melhor o significado de tudo aquilo que fazemos e usamos em nossas celebrações.

Neste artigo, vamos refletir sobre as vestes sagradas ou também paramentos litúrgicos. Tudo aquilo que, principalmente, os ministros ordenados (bispos, padres, diáconos) fazem uso ao longo das celebrações.
Importante perceber que não são apenas vestes, mas cada uma delas carrega um significado que precisamos sempre colocar em prática. Toda veste litúrgica nos indica um determinado serviço. A partir do momento que eu coloco uma veste litúrgica, estou me revestindo de Cristo, uma vez que o padre na celebração age “in persona Christi”.

Então, nós temos alguns paramentos, os mais usados, os mais comuns, e vamos falar um pouco sobre eles.

O primeiro deles, o principal, a Alva ou a Túnica. Entre alva e túnica tem uma pequena diferença, mas o significado é o mesmo. Ela simboliza a pureza de coração com que o sacerdote deve se aproximar do altar. Então é aquela veste branca que a gente coloca em primeiro lugar.

Também nós temos a Estola, que simboliza o serviço. Cristo servidor vai nos levar para a Última Ceia, quando Jesus se abaixou, tirou o manto e se colocou a lavar os pés dos discípulos. A estola sacerdotal é colocada sobre os ombros. A estola diaconal é colocada a tiracolo. Ambas têm o mesmo sentido, de estar a serviço. Lembrar o ministro ordenado que ele está a serviço.

Por cima da túnica e da estola, nós colocamos a Casula, que é a veste solene usada pelos padres pelos bispos na celebração da eucaristia. E ela tem um simbolismo interessante. Nós vamos recordar aquilo que Jesus nos diz sobre o jugo suave e o seu fardo leve. A casula é justamente o símbolo desse jugo suave, que nós ministros ordenados acolhemos na hora de presidir a eucaristia. A estola e a casula variam de acordo com a cor litúrgica do dia.

Também nós temos a Dalmática. Ela tem quase o mesmo significado da casula, mas ela é usada pelo diácono. Então, o padre usa a casula e o diácono usa a dalmática.

Temos um símbolo, um cordão usado na cintura, o Cíngulo que é colocado sobre a túnica e a estola, e nos lembra sobre a vigilância, quando nos é pedido para estar com os recingidos para a disponibilidade, para o trabalho.

Temos também a Capa de Asperges, também conhecida como Capa Pluvial. Ela tem esse nome porque historicamente sempre foi usada em ambientes externos, como se fosse uma capa de chuva. É usada pelos padres, diáconos, bispos em celebrações que não estão inseridas dentro da celebração da eucaristia. Podem ser usadas na procissão com o Santíssimo Sacramento, nas celebrações de matrimônio, de batismo.

Já o Véu Umeral que utilizamos tem esse nome porque é colocado sobre os ombros (úmero). E ele tem uma estreita relação com o ato de cobrir o sagrado. Então lá na tradição judaica, na sinagoga, a Torá era coberta com o véu. Então isso nós herdamos, entre outras tradições. E o véu umeral é utilizado principalmente nas procissões com o Santíssimo Sacramento. Então, nós não colocamos diretamente as mãos no ostensório quando ele está portando o Santíssimo Sacramento. Colocamos esse véu e através desse véu nós carregamos o santíssimo.

Temos também a Batina, uma veste usada pelos sacerdotes e pelos diáconos. Antes do Concílio Vaticano II, os padres somente se vestiam dessa maneira. Depois houve uma abertura para o uso de vestes civis. Mas é aquela veste talar, que recobre o corpo todo, de cor preta. Então, atualmente alguns padres fazem uso desta batina, que é sinal justamente da consagração a Deus, de estar despojado das realidades mundanas e passageiras e se voltarmos apenas para Deus.

Ainda temos outros paramentos e podemos falar em outros momentos sobre as insígnias episcopais, aquilo que é próprio do bispo, mas é muito interessante perceber a riqueza espiritual que a liturgia da Igreja nos oferece. E tudo aquilo que usamos, tudo aquilo que fazemos tem um grande significado e uma grande importância.

Então, que você possa meu querido irmão, minha querida irmã, fazer uma experiência sempre mais profunda de Deus, por meio de cada eucaristia que você participa.

*Artigo por Pe. Guilherme Franco Octaviano
Coordenador da Comissão Diocesana de Liturgia e administrador paroquial da Paróquia São Jorge, na Região Santo André – Leste

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