Diocese de Santo André

Abertura da Formação do Clero evoca responsabilidade de todos no cuidado com a Casa Comum

A abertura da Formação Permanente do Clero 2021 reuniu na manhã de terça-feira (18/05), o bispo diocesano Dom Pedro Carlos Cipollini e mais de 90 padres e diáconos da Diocese de Santo André, que aprofundaram o tema: “O mundo fragmentado e a ecologia integral”, por meio da Carta Encíclica do Papa Francisco, Laudato Si’. É a primeira encíclica de um papa que trata a questão da ecologia e num contexto sócio-econômico-ambiental.

Organizado pela Pastoral Presbiteral, o encontro está sendo realizado no formato virtual, em razão da pandemia da Covid-19, e prossegue na manhã desta quarta (19/05) com o tema: “Caminhos de abertura ao diálogo, à fraternidade e ao encontro, diante de um mundo fechado” (Fatelli Tutti – Papa Francisco) com a palestra do Frei Marcelo Toyansk Guimarães, OFM Cap. O encerramento acontece na quinta (20/05) com a proposta: “Os efeitos da pandemia na vida psíquica e na missão do presbítero”, com a exposição do psicólogo Pe. Jovanês Vitoriano, SDS.
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Uma visão integral da vida
Em sua apresentação, Frei Marcelo Toyansk Guimarães, que atua como Assessor Eclesiástico da Comissão Justiça e Paz no Regional Sul 1 da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) e que também coordena os trabalhos do Núcleo da Economia de Francisco e Clara no ABC, sendo membro da Articulação Nacional pela Economia de Francisco e Clara no Brasil, aprofundou a Encíclica Laudato Si’, sobre o cuidado da Casa Comum, um assunto bem oportuno nesta semana chamada de Laudato Si’ (16 a 25 de maio), dias que precedem o dia que a Encíclica fora publicada.

“A carta é muito atual. Como vivemos em um mundo muito fragmentado, em todos os âmbitos, e a visão que o Papa recupera com a Encíclica é uma visão integral da vida, em vista de construir relações consigo, com o próximo, com a sociedade, a cultura, o meio ambiente, com Deus…De modo mais saudável e integrado”, enfatiza. Frei Marcelo prossegue o raciocínio destacando que esse documento publicado em 2015 pelo Papa Francisco toca todas as dimensões da vida. “Não é uma mera carta sobre “verde”, mas aborda todas as relações, o que o próprio termo “ecologia” significa. Assim, é um texto iluminador para uma integração pessoal, bem como para rever as relações a nível comunitário, na pastoral, na vida eclesial e social… Enfim, com toda a criação e todo o Planeta!”, complementa.
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Um tema atual para o mundo: a questão ambiental
Na opinião do pároco da Paróquia São Bento (São Caetano), Pe. José Pedro Teixeira de Jesus, o tema é bastante atual. “O Papa Francisco foi o primeiro a lançar a questão num debate mundial”, aponta. Ele chama a atenção para a participação do sumo pontífice na Cúpula Mundial do Clima (em abril de 2021), que reuniu lideranças mundiais para debater a questão das mudanças climáticas e propor ações para melhorar a questão ambiental no mundo. “Então, de fato, é muito pertinente. Agora, ao meu ver, ainda é preciso aprofundarmos um pouco mais, porque o papa toca em vários pontos que nos impulsiona a levar a uma prática, que é exigente, porque não estamos habituados pela nossa educação e culturalmente a pensar na ecologia”, avalia.
Pe. Pedrinho continua: “nós sempre entendemos uma árvore, por exemplo, como algo que atrapalha uma planta, a construção de uma casa. Nós entendemos assim por termos mentalidade urbana, de que o campo é sempre mais atrasado, de que uma rua sem asfalto é uma rua de segunda categoria, e assim não vamos tratando toda a questão do meio ambiente, ao ponto que (algumas ações ou falta delas) provocam enchentes, seca nas cidades”, pondera.

“Portanto, penso que nós precisamos sim, aprofundar mais esse tema. Jesus diz: “Eis que faço novas todas as coisas” (Ap 21,5). E uma forma de honrar esse trecho do evangelho, é pensarmos o novo. O que seria o novo em termos de Laudato Si’ para a Diocese de Santo André?”, indaga.

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A responsabilidade do ser humano com a vida
Pároco da Paróquia São José Operário (Santo André – Centro), Pe. Francinaldo de Sousa Justino acredita que o tema proposto deixou uma importante mensagem de que nada está isolado na criação e no mundo. “Tudo está em relação, uma coisa depende da outra. E o frei Marcelo deixou muito claro para nós quando o Papa Francisco escreve a encíclica, não é só para se referir à natureza enquanto verde, planta, mas tudo aquilo que tem vida”, sintetiza.  A partir deste ponto, o sacerdote entende que devemos promover a integralidade de tudo que tem vida. “Dos humanos, das plantas, dos animais. Promover o zelo, o cuidado, e a defesa para que assim, a humanidade sobreviva. Se continuar nesse consumismo desenfreado, sem esse zelo e cuidado com a vida, com tudo aquilo que faz parte da criação, o homem pagará um preço muito alto”, alerta.

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Apontar caminhos para superar a crise
Segundo o pároco da Paróquia Santa Teresinha (Santo André – Utinga), Pe. João Aroldo Campanha, a análise inicia-se olhando o mundo em seus sofrimentos ambientais e humanos. “Mostra como a crise atual é fruto do sistema econômico atual baseado na competição e exploração dos seres humanos e do ambiente.  Ainda de acordo com o sacerdote, perdeu -se a dimensão do “todo” para cair nas “especializações” e no “individualismo”.

“Em relação à natureza perdeu -se o sentido “sacro” da mesma, por isso ela é desrespeitada. O Papa Francisco aponta para uma crise que se define como sócio-ambiental, onde o ser humano passa a ser desrespeitado e por consequência a natureza é desrespeitada”, revela. Para o Pe. João Aroldo “é preciso apontar para uma visão sistêmica, ou seja, de totalidade, uma ecologia integral onde o amor a Deus se expresse em amor ao pobre”, salienta.
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Formar e informar é sempre importante
Administrador paroquial da Paróquia São Judas Tadeu (Ribeirão Pires), Pe. Eliano Bispo dos Santos destaca que a formação é sempre algo primordial na vida de um sacerdote, “pois a mesma nos abre a novos horizontes e nos enriquece, e nos faz sermos pessoas melhores, para melhor servir à Igreja e ao povo de Deus”, indica.

O presbítero ainda considera que o encontro é importante porque é permanente. “Isso significa que a formação é para toda a vida, isto é para dizer que o estudo é sempre um atualizar -se, sobretudo nestes tempos difíceis em que estamos vivendo, parar para estudar, se formar e se informar é sempre algo muitíssimo bem-vindo”, finaliza.

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