Diocese de Santo André

Dom Pedro, na Solenidade da Santíssima Trindade: “Construir e viver a unidade na diferença”

“Deus é único, sim, mas sem ser sozinho, Deus é comunhão de amor. Se Ele não fosse uma comunhão, ele não poderia ser definido como amor, do modo que está na bíblia: “Deus é amor” (1 João 4). Vocês sabem que não existe amor sem união, comunhão. Então, nosso Deus só pode ser amor porque é único em três pessoas, há uma comunicação, uma união tão grande dos três, que são um só.” “A Festa da Santíssima Trindade nos convida a viver a unidade. Não é porque a pessoa pensa diferente de você que ela é tua inimiga. Você pode ser unido ao irmão, a irmã que tem um ponto de vista diferente. Porque todo mundo tem que pensar igual? Isso não é unidade. Isso é uniformidade. Deus é diversidade. É tão bonito ver pessoas diferentes se entendendo.”

O bispo da Diocese de Santo André, Dom Pedro Carlos Cipollini, enfatizou na manhã de domingo (30/05), durante a Solenidade da Santíssima Trindade, que o cristão deve se comprometer com a construção da união entre as pessoas, respeitando as diferenças e promovendo o amor neste mundo.  “Deus quer união. Deus quer unidade. Então, nós somos convocados a viver aquilo que é mais íntimo da nossa fé que professamos: construir união entre as pessoas neste mundo”, indica.

A missa aconteceu na Catedral Nossa Senhora do Carmo, no Centro da cidade de Santo André, e contou com as participações do vigário episcopal para a Pastoral e pároco anfitrião, Pe. Joel Nery, do secretário episcopal Pe. Camilo Gonçalves de Lima, e a presença de até 25% de fiéis no espaço interno da igreja.

Durante a homilia, Dom Pedro meditou sobre o protagonismo da Santíssima Trindade na vida dos cristãos. “Nosso Deus é único. É um só. Um só Deus, mas em três pessoas distintas. O mistério da Santíssima Trindade é o mistério central, radical, principal, total da nossa fé. Não existe outro maior do que Ele.”

O mistério da Santíssima Trindade

“Você pega três palitos de fósforo acesos e juntos resultam numa chama só. Mas são três. Nessa comparação tão pobre, os palitos de fósforo são iguais, só a chama é única, mas Deus é único na diferença. E essa é a grande lição da Palavra de Deus para nós hoje.” “Nós somos chamados a participar no dinamismo da Trindade Santa nos aproximando desse Deus único, que não é isolado, mas é comunhão de amor entres três pessoas diferentes, porque o Pai não é o Filho, o Filho não é o Espírito, o Espírito não é o Pai. Cada um é um, mas numa unidade tão grande, numa doação tão grande, num amor tão grande, que Deus é único.”

“Tudo que tem na criação feita por Deus traz a marca dessa trindade. O Pai tudo criou pelo Filho. Através do Filho, no Espírito Santo, o Pai criou tudo do nada, mas ele criou através do seu Filho, na força do Espírito, como diz a bíblia: “O Espírito Santo pairava sobre as águas” (Gênesis 1,2). Deus criou a luz! Então, o Pai não faz nada sozinho. Tudo é na unidade, do Pai, pelo Filho e no Espírito Santo.”

Qual a marca de Deus em nossas vidas?

“Deus criou o ser humano à imagem e semelhança desse Deus, dessa Trindade, como diz a Bíblia. Esta semelhança não é na parte física, no nariz, na orelha, no cabelo, mas naquilo que nós temos de mais profundo do nosso ser, que nunca vai acabar: a nossa faculdade de amar! A nossa busca de liberdade. Deus é amor. Deus é liberdade. O nosso anseio por beleza, Deus é beleza infinita. Então, trazemos as marcas desse Deus que nos criou, que é a Trindade, a marca maior, o desejo de união nesse mundo que vive dividido e no qual muitos promovem a desunião.” “Quem é de Deus sempre promove a união. Se você quer saber se uma pessoa é de Deus, é muito fácil. Basta ver se agrega as pessoas. Aqueles que brigam, causam divisão, criam conflitos, não são de Deus. São do demônio. Está escrito na bíblia. Deus é Deus de união, de paz, de harmonia. O diabo é pai da mentira, que divide. Por isso, o cristão não se define só pelo fato de que foi batizado, e porque vai na igreja. Ele se define pela vida que vive, porque a vida é que mostra o Deus que você crê, se é o ‘deus dinheiro’, se é o ‘deus da ideologia’, se é o ‘deus do prazer, da divisão para poder dominar’. Se você acredita no Deus amor, fraternidade e partilha, então você acredita na Trindade, em nome da qual você foi batizado.”

Viver a unidade nas diferenças

“A Festa da Santíssima Trindade nos convida a viver a unidade. Não é porque a pessoa pensa diferente de você que ela é tua inimiga. Você pode ser unido ao irmão, a irmã que tem um ponto de vista diferente. Porque todo mundo tem que pensar igual? Isso não é unidade. Isso é uniformidade. Deus é unidade na diversidade. É tão bonito ver pessoas diferentes se entendendo.”

“Olha o Dia de Pentecostes. Quando veio o Espírito Santo, Pedro falava na língua dele, todos ouviam na sua língua, porque falava na linguagem do amor, que é a linguagem de Deus, a linguagem que até os animais entendem, porque une. Deus quer união. Deus quer unidade. Então, nós somos convocados a viver aquilo que é mais íntimo da nossa fé que professamos: construir união entres as pessoas neste mundo.” “Quantas famílias estão divididas, pessoas que não se falam, que tem raiva, tem ódio. Às vezes até cristãos. Os que não são cristãos dizem: “eles se odeiam em Cristo”, observando a divisão entre nós. Porém, Jesus disse: “Todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (João 13,35). No capítulo 17 do Evangelho de São João, Jesus deixa o seu testemunho, a grande oração em que Ele pede que nós sejamos unidos: “que todos sejam um, ó Pai, como nós somos um”. Quem nos une é o Espírito Santo: o amor de Deus derramado em nosso corações!

O começo de uma nova caminhada

“Durante o sacramento da Crisma para os jovens, tenho dito para eles que esse momento de ser crismado, mesmo nessa situação difícil, é o começo de uma nova caminhada, uma nova etapa, na busca da liberdade, uma liberdade que só é possível no amor. Amor que só é possível na união de todos. Pelo menos, nós cristãos, temos que ser unidos na comunidade de fé, para podermos receber dignamente a Santa Comunhão, a Eucaristia, que o sacerdote consagra invocando a Santíssima Trindade, o Pai, o Filho e o Espírito Santo. E assim testemunhar nossa fé”.  “É um mistério maravilhoso. A Trindade se manifesta na nossa união, pela qual Cristo morreu na cruz derramando seu sangue. É o que celebramos na Eucaristia, mas não basta celebrar. Precisa viver. Vocês que são pais, mães, sabem como é difícil manter uma família unida. Mas ninguém quer desunião, embora seja difícil, a união é uma construção de todos, de todos que acreditam nesse Deus Trindade, que nos ama e nos chama a participar dessa maravilha, desse mistério por toda eternidade.”

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