Com as presenças do bispo diocesano Dom Pedro Carlos Cipollini e mais de 100 padres e diáconos da Diocese de Santo André, o segundo dia da Formação Permanente do Clero 2021 aprofundou nesta quarta-feira (19/05), o tema “Caminhos de abertura ao diálogo, à fraternidade e ao encontro, diante de um mundo fechado”, que trata de uma reflexão sobre a Carta Encíclica Fatelli Tutti, publicada pelo Papa Francisco em outubro de 2020. Organizado pela Pastoral Presbiteral, o encontro está sendo realizado no formato virtual, em razão da pandemia da Covid-19, e se encerra na manhã desta quinta (20/05) com a proposta: “Os efeitos da pandemia na vida psíquica e na missão do presbítero”, apresentada pelo psicólogo Pe. Jovanês Vitoriano, SDS.
Após a palestra sobre a Carta Encíclica Laudato Si’ na abertura das atividades com os presbíteros, Frei Marcelo Toyansk Guimarães conduziu o segundo momento formativo do clero da Diocese de Santo André, no aprofundamento da Encíclica do Papa Francisco, Fratelli Tutti, que trata da fraternidade e da amizade social. “Nesta Encíclica, o próprio Papa dialoga com sua Encíclica anterior, Laudato Si’, de modo que este segundo momento formativo veio conectado com o dia anterior, em vista de repropor em um mundo ferido e, por vezes, fechado, a fraternidade, uma sociedade em que todos sejamos irmãos, na diversidade e no amor”, explica Frei Marcelo, que atua como Assessor Eclesiástico da Comissão Justiça e Paz no Regional Sul 1 da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) e que também coordena os trabalhos do Núcleo da Economia de Francisco e Clara no ABC, sendo membro da Articulação Nacional pela Economia de Francisco e Clara no Brasil.
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Refletir para crescer no serviço a Deus e aos irmãos
O diácono permanente João Lázaro da Silva elaborou uma reflexão a partir do tema apresentado para a realidade atual. “Hoje, há cada vez mais feridos. A inclusão ou exclusão da pessoa que sofre na margem da estrada define todos os projetos econômicos, políticos, sociais e religiosos. Dia a dia, enfrentamos a opção de sermos bons samaritanos ou viajantes indiferentes” (FT 69). Ele prossegue dizendo que cada vez mais diante de todos os sofrimentos mediante a pandemia que aflige o mundo e o nosso país, o Bom Samaritano deve ressoar em nossos corações para encontrar os mais necessitados. “O serviço é, em grande parte, cuidar da fragilidade… O serviço fixa sempre o rosto do irmão, toca a sua carne, sente a sua proximidade e, em alguns casos, até ‘padece’ com ela e procura a promoção do irmão. Por isso, o serviço nunca é ideológico, dado que não servimos ideias, mas pessoas” (FT 115)
Segundo o diácono, a “Fratelli Tutti” traz grandes ensinamentos. “É olhar de Jesus para nossas fragilidades que me faz e impulsiona e buscar servir em meu ministério na Igreja.”, destaca. “Precisamos de comunicar, descobrir as riquezas de cada um, valorizar aquilo que nos une e olhar as diferenças como possibilidades de crescimento no respeito por todos. Torna-se necessário um diálogo paciente e confiante” (FT 134). “Ser presença de Deus em minha família e em minha comunidade, vivenciar nossos Dons e colocar a serviço do próximo e de Deus em minha vida e vocação”, finaliza.
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A defesa da dignidade humana deve ser permanente
Administrador paroquial da Paróquia Menino Jesus de Praga (Diadema), Pe. Jaílson José dos Santos,FC avalia que a encíclica do Santo Padre está alinhada com a necessidade de lutar por uma sociedade mais justa e fraterna. “Na reflexão de hoje (quarta) à luz da “Fratelli Tutti” ficou claro a convocação que o Papa Francisco nos faz de que somos chamados a animar, incentivar, promover e construir junto com o povo de Deus, uma sociedade “fraterna” de verdadeiros irmãos na defesa da dignidade humana e salvaguardando a paz e a justiça”, enfatiza.
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A missão de cuidar do próximo
Para o diácono Edson Aparecido Zaia Moreira, a formação conduzida pelo Frei Marcelo reativou no coração do clero, a missão ‘do cuidar do outro’, além de fomentar a questão da política como meio de elevar a dignidade da pessoa humana.
“Também a importância do se colocar no lugar do outro, pois ninguém é dono da verdade e nem satisfazer a totalidade dos seus desejos”, complementa.