Diocese de Santo André

Vocação à Vida Consagrada: missões e carismas a serviço do povo de Deus

Realizado em agosto, o Mês Vocacional completa 40 anos em 2021. A temática escolhida para esse ano pela Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) surgiu da inspiração da Exortação Apostólica Pós-Sinodal, Christus Vivit, dentro do projeto do Serviço de Animação Vocacional/Pastoral Vocacional do Brasil (ChV 118-123): o tema é “Cristo nos salva e nos envia” e o lema é “Quem escuta a minha palavra possui a vida eterna” (cf. Jo 5,24).

Nesta terceira semana de agosto recordaremos e celebraremos o dom da vocação à Vida Consagrada, por meio de sete testemunhos do chamado vocacional e da vivência dos carismas no dia a dia. Confira:

Medicina e a missão inesquecível na África

Mineira de Cantagalo, Irmã Maria Guedes tem 77 anos e é religiosa do Instituto das Irmãs Clarissas Franciscanas Missionárias do Santíssimo Sacramento, residente em São Caetano. Sua vocação surgiu onde vivia na roça, quando exatamente Deus a tocou com as histórias de dois santos. “Sou de família católica, a mais velha de 12 irmãos, tínhamos missas apenas uma vez por mês, e desde pequena sempre quis ajudar os outros, fazer caridade. Quando conheci as histórias de São Francisco de Assis e Santa Clara, me entusiasmei a seguir a vida religiosa”, relembra.

E foi assim com 20 anos que iniciou a trajetória vocacional. No dia 2 de janeiro de 1972 celebrará 50 anos como irmã clarissa franciscana. Nesse período, uma missão na Guiné-Bissau, no continente africano, se tornou algo inesquecível em sua vida. “Foram 17 anos, de 1991 a 2008. Minha vocação na congregação é ser enfermeira, cuidar dos doentes, trabalhei em vários hospitais e essa missão foi algo único, pois ali pude colocar em prática nossa vocação. Morei num local com refugiados, presenciei uma guerra fratricida (1998/1999), fiz partos, ajudei a fundar um centro nutricional para as crianças. Uma experiência que nos ensina cada vez mais a amar o próximo e valorizar a vida”, relata.

A opção preferencial pelos mais pobres
Irmã Ana Laura Martínez Valenzuela, SM. é mexicana, tem 41 anos e é religiosa das Irmãs de Maria de Banneux. Ela traz um grande testemunho de entrega a Cristo. “A vida antes de entrar à vida religiosa não me enchia plenamente, embora participasse da missa diária, sendo catequista na paróquia, ministra extraordinária, ajudava no orfanato e tinha uma vida estável, alegre e cheia de amor em família. Tudo isso não me bastava, sentia que faltava algo. Esse algo era deixar tudo e seguir de maneira radical Jesus. Assim, um mês após apresentar meu TCC, em 2004, me senti livre para seguir Jesus, agora não falta nada, porque tenho tudo”, conta. Livre para viver o carisma inspirado por Nossa Senhora de Banneux, a Virgem dos Pobres, atendendo aos pobres e necessitados como opção preferencial com predileção. “É isso o que acontece a cada dia na Escola Vila das Crianças porque seguimos Cristo com fervor na oração e mais de perto na proclamação do Reino, fazendo o bem às pessoas, fornecendo assistência educacional e vocacional gratuita para as crianças e jovens carentes (atendemos 20 mil em regime internato, Ensino Fundamental, séries finais e Ensino Médio), assistência médica aos enfermos e serviço de abrigo aos desamparados.”

Partir em missão é uma grande radicalidade em Deus!
Fellippe Patricio Almeida Bastos tem 27 anos. É membro da Comunidade Shalom. Sempre buscou desafios e a radicalidade seria um fator determinante. “Na minha caminhada com Deus, fui descobrindo que viver Nele, com Ele e por Ele era a maior radicalidade que poderia experimentar, desejando assim fazer a vontade Dele”, recorda Fellippe, chamado a ser missionário como comunidade de vida na Comunidade Católica Shalom, um jovem que vivia para si, agora chamado a amar um povo, amar a terra de missão, sonho de Deus para sua vida.  “Hoje sou chamado a viver um carisma próprio dentro da Santa Mãe Igreja, e o  que me faz hoje vivenciar o meu carisma todos os dias com este coração inflamado é olhar de onde o Senhor me tirou .Sim! Não devemos nos esquecer de onde viemos, de onde estávamos quando o Senhor nos alcançou com a Sua misericórdia”, revela Fellippe, com o coração cheio de desejo dizer: “Obrigado, Senhor, por me teres escolhido!”

Os valores familiares e religiosos
Alice Rodrigues Lima tem 60 anos. Completou no último dia 28 de julho, 20 anos de sua consagração como leiga. É coordenadora da Ordem das Virgens Leigas Consagradas da Diocese de Santo André e paroquiana da Paróquia São Pedro Apóstolo, na Região São Bernardo – Rudge Ramos. Ela conta como descobriu a vocação.

“Nasci em uma família cristã que sempre ensinou-me o valor de se ter religião. Crescendo neste ambiente acolhedor descobri na adolescência esse chamado. Nutrindo com a Palavra de Deus e com a ajuda de pessoas mais experientes fiz o discernimento e com a graça de Deus fui acolhida na Ordem das Virgens. Vivo em família e estou totalmente a serviço da Diocese de Santo André”, sintetiza.

A vocação de ser missionária desde a infância
Irmã Celina Lessa Nazario pertence à Congregação da Irmãs Missionária de São Carlos Borromeu (Scalabrinianas) nasceu em Braço do Norte (SC) e depois migrou para o Paraná, onde reside a sua família. Cresceu num berço de uma família que cultivava os valores humanos e cristãos.  “Senti o chamado a vocação de ser missionária desde a infância na participação e na prática de uma comunidade eclesial. À medida que os anos passavam ia sentindo que Deus me apelava a dar uma resposta à vocação religiosa. Na Congregação tive oportunidade de fazer a experiência de ser migrante com os migrantes, através de várias missões, na Pastoral Paroquial (Catequese, Grupo jovem e Liturgia), na Educação no Setor da Pastoral Escolar e na área Social com projetos sociais com crianças, adolescentes e famílias. Uma rica experiência missionária na Índia”, revela.

Atuando na área da Rede ESI – Educação Scalabriniana Integrada, no Colégio ESI – São José, em Santo André, Irmã Celina resume que ser consagrada no mundo de hoje é ser um sinal de esperança, de profetismo diante de tantas necessidades e desafios. “Doar a vida na alegria e na simplicidade nos caminhos que o carisma nos convida a responder nosso sim, com generosidade, através de uma vivência profunda de oração e missão”, enfatiza.

Ser presença de Maria no mundo
Josimara dos Santos, mipk. tem 41 anos. É missionária da Imaculada-Padre Kolbe. Descobriu a vocação através de uma missão realizada pelos missionários e missionárias no Riacho Grande (pós-Balsa, em SBC). “Eu tinha 18 anos. Não tinha participação na Igreja, cresci aprendendo o valor da caridade, nas visitas às famílias e no amor ao próximo. Através dessas missões descobri algo a mais que somente doar os alimentos, a alegria de ser de Deus”, confidencia. Sentiu o chamado a ser batizada, instruída pelos missionários a fazer a catequese. Aos 23 anos ingressou no Instituto das Missionárias da Imaculada Pe. Kolbe. Josimara revela como é vivenciar o carisma no dia a dia.

“Ser presença de Maria, seguindo os passos de São Maximiliano Kolbe que nos ensina a amar, imitar e ser Maria no mundo. Ser fermento na massa, sendo sal da terra e luz no mundo. Na simplicidade do cotidiano, estando ao lado dos que sofrem e anunciando a consagração a Maria com o nosso testemunho de vida”, complementa.

Amor a Deus e aos mais pobres
Frei Ecclesio do Coração Chagado, pjc. tem 25 anos. Religioso no Instituto dos Pobres de Jesus Cristo (Fraternidade O Caminho), ele acredita que encontrar-se com o Cristo é descobrir no profundo do coração um chamado, provindo diretamente do Coração de Deus. “Vocação essa que nos impele a se entregar radicalmente e totalmente ao chamamento do Mestre que diz “Vem e Segue-me”. Corresponder a esse chamado no Carisma dos Pobres de Jesus Cristo é assumir diariamente a vida do Cristo, pobre e crucificado, correspondendo com alegria, generosidade e o essencial que é o Amor, a Deus, aos irmãos e aos mais pobres”, afirma.

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