Diocese de Santo André

Homilia no retiro do Presbitério 2022

HOMILIA

Retiro do Presbitério de Santo André 2022  – Mosteiro de Itaici – Indaiatuba

Leituras Ez 37, 1-14;  Sl 106(107);  Mt 22,34-40

Dom Pedro Carlos Cipollini, Bispo diocesano

 

Prezados Dom Amilton, nosso pregador, prezados padres, queridos padres!

O que dizer destas palavras proclamadas aqui?

Talvez o silêncio cairia bem, após ouvirmos a Palavra aqui proclamada, o silêncio é a linguagem do mistério e a Palavra nos fala do mistério do Amor, que é o modo de ser de Deus Trindade. Este retiro foi uma bela caminhada espiritual, momento de união entre nós. Que graça!

A primeira leitura de Ezequiel nos faz lembrar o tempo histórico que vivemos de pandemia. Ficamos como estes esqueletos; tanto física como espiritualmente: “será que estes ossos podem voltar à vida?” E eu respondi: “Senhor Deus, só tu sabes”. E o Senhor coloca seu Espírito de vida e nos comunica o Amor! Deus nos ama e ama os outros através de nós. Mais que um sentimento, o amor é um compromisso, é projeto de vida! Foi isso que Jesus ensinou e é desse modo que Ele nos convida a amar. De fato, o amor não pode ser apenas um sentimento, se assim fosse, talvez o próprio Mestre não teria assumido o caminho da cruz nem perdoado seus algozes.

O sofrer ensina a amar e o amor cresce com o sofrimento, pois não há maior amor que dar a vida! O amor é um pássaro que bota ovos de ferro… (exige compromisso com a justiça). E o pequeno príncipe exclama; “Como é doce o país das lágrimas…” pois são bem aventurados os que choram. Por isso temos medo de amar como Jesus amou. Na verdade temos medo de ser livres porque o amor liberta.

O amor é compromisso, brota de uma opção livre e radical pelo Reino de Deus. É um projeto que devemos escolher e cultivar diariamente, pacientemente. Somos lentos e frágeis para amar como Jesus nos pede! Mas se queremos viver segundo a lógica do Reino, devemos assumir todos os dias a lei do Reino que é o amor-serviço (Bem-Aventuranças), com coragem, humildade e perseverança.

Martin Luther King deixou escrito: “Decidi apostar no amor. O ódio é uma carga pesada demais”.  A vida no amor nos torna amigos íntimos de Jesus: “Já não vos chamo servos… mas vos chamo amigos (Jo 15,15). Há um convite para permanecermos nele, permanecer no seu amor caminhando com Ele. No discurso de despedida Jesus faz questão de frisar que nosso relacionamento com Ele tem matizes de amizade.

Amizade que é a forma mais perfeita de amor (mesmo entre os casais dever ter amizade, é o que fica na velhice). A amizade é algo que tem sequência, que continua. Tem a ver com presença sem pressa, com escuta, com lembrar juntos… Os amigos tem tarefas a serem realizadas, a amizade é uma presença do outro no coração. O Evangelho nos convida a entrarmos no dinamismo do amor que é o modo de ser de Deus. Vivendo o amor somos “divinizados”, e aprenderemos a caminhar de começo em começo, por começos que não tem fim.

O Papa Francisco na Fratelli Tutti fala da necessidade se se impulsionar a “amizade social” Na ordem do preceito o amor a Deus vem primeiro, mas na ordem prática, o amor ao próximo vem primeiro, como observa Santo Agostinho, pois amamos a Deus amando o próximo. Somente poderemos fazer isso se formos amigos de Jesus! Este Jesus que nos chama amigos porque revelou-nos tudo o que ouviu de seu Pai. O amigo não tem segredo para o amigo.

O amor se torna amizade e a amizade se torna confiança. À medida que amamos é que nos tornamos aquilo que somos: filhos de Deus, livres e felizes (puros e pacíficos), homens de misericórdia!

Que saiamos daqui hoje desejosos de sermos um Presbitério repleto do amor, para reproduzir no mundo a presença prolongada de Jesus, vivendo as Bem-aventuranças: modo de vida no amor!

Decidamos pelo amor, amar é dar continuidade à maior revolução que existe, a revolução do Reinado de Deus, iniciado com Jesus. O qual  nos escolheu para sermos seus representantes na terra.

Amém.

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