Ser catequista é uma vocação vivida a serviço da Igreja. A vocação é um chamado de Deus, que é pessoal, intransferível e incontestável. Pessoal, pois Ele chama pessoas e não coisas. E ao chamar Deus lança no coração de Seus filhos e filhas uma profunda convicção de propósito – a busca por estar no lugar certo, na hora certa e fazendo o que Ele deseja de nós a cada dia.
Intransferível, pois o propósito de Deus é único e personalizado. A vocação é um projeto de vida e também um estilo de vida. Por isso, ser catequista não se baseia em uma lista de tarefas, mas em um relacionamento único, pessoal e intransferível com Deus.
Incontestável, pois a voz de Deus é clara. Ao chamar Ele produz em nossos corações profunda convicção. Sua palavra é comparada a “muitas águas” (Ap 1,15) e ao “trovão” (Is. 33,3). Ele sempre se faz ouvir. Quando Deus chama somos tomados pelo desejo de segui-lo – e tudo o mais só ganha sentido neste caminho. É neste sentido que o chamado e vocação são termos correlatos na Palavra de Deus e derivam da expressão kaleo – chamar. Em todo o Novo Testamento vemos que Ele chama para a salvação (2 Pd 1,10), para a liberdade (Gl 5,13), para sermos de Jesus Cristo (Rm 16) e para a ceia das bodas do Cordeiro (Ap 19). Todo chamado se dá segundo o Seu propósito (Rm 8,28) e somos encorajados a permanecer firmes no chamado (1 Co 7,20), andar de forma digna da nossa vocação (Ef 4.1) e a vivê-la junto com outros igualmente chamados em Cristo (Ef 4,4), por isso, a vocação de catequista só tem sentido se vivido em comunidade.
Com as palavras do Papa Francisco, queremos recordar esta vocação e missão e agradecer ao Senhor da Vida por tamanho Dom que é dispensado em favor de tantos homens e mulheres da nossa diocese que vivem por amor e vocação o ser catequista!
A catequese não é um trabalho ou uma tarefa externa à pessoa do catequista, mas se “é” catequista e toda a vida gira em torno desta missão. De fato, “ser” catequista é uma vocação de serviço na Igreja, que se recebeu como dom do Senhor para ser transmitido aos demais. Por isso, o catequista deve constantemente regressar àquele primeiro anúncio ou “kerygma”, que é o dom que transformou a própria vida. Este anúncio deve acompanhar a fé que já está presente na religiosidade do povo.
Bendito seja Deus pela vida de nossos catequistas. Nossa saudação afetuosa a todas e todos da nossa diocese!
* Pe. Eduardo Calandro (Paróquia Nossa Senhora Aparecida – Região Pastoral Santo André Utinga)
Artigo publicado no ABC Litúrgico