Este ano a VI Festa das Nações, organizada pela Pastoral do Migrante da Diocese de Santo André, mudou de endereço, tradicionalmente acontecia na Matriz da cidade de Santo André, e nos dias 20 e 21 de maio, com um caráter itinerante, foi realizada na Paróquia São José, no bairro Baeta Neves, em São Bernardo do Campo.
Fruto do diálogo e acolhimento do pároco, Padre Jean Rafael, os arredores da paróquia receberam mais de 30 barracas típicas, contemplando as diversas realidades do povo migrante nas sete cidades do Grande ABC.
Além da culinária diferenciada, as atrações agradaram também o público presente, tendo no sábado Dança Paraguaia, com a professora Patrícia Rivarola e apresentação musical ao som da harpa local, além de Orquestra de Violeiros, Banda Santa Cecília e Banda Voltei pra Vitrola.
No domingo pela manhã, a Celebração Eucarística foi presidida pelo bispo diocesano, Dom Pedro Carlos Cipollini, concelebrada pelo Padre Pierre Dieucel, CS,assessor da pastoral; pelo pároco Padre Jean Rafael, e os padres scalabrinianos presentes.
Marcada pela presença de muitos migrantes, que também realizaram as leituras da missa, a comunidade do Baeta também foi presença marcante, e felizes por acolherem o povo migrante de nossa diocese.
Dom Pedro em sua homilia enfatizou sobre a solidariedade da Festa das Nações:
“Estamos em festa, uma festa bonita de solidariedade, Jesus que nos reúne aqui hoje e vem nos anunciar, vem nos revelar o amor de Deus por nós. Esse amor que agrega, congrega, une e jamais desune, e estamos aqui para celebrar a solidariedade entre as nações.
Uma solidariedade que acolhe, que se compadece do sofrimento, que brota desse amor de Deus que nos redime, nos une, nos reúne em Jesus Cristo.”
O bispo falou sobre a Solenidade da Ascensão do Senhor, momento em que toda a igreja celebra o mistério que completa a ressurreição:
“Nesse tempo pascal que estamos terminando, a Ascensão é um complemento, um fecho, porque Jesus diz todo poder me foi dado no céu e na terra. E este modo do Evangelho dizer que Jesus foi subindo ao mais alto do céu é um modo de dizer que não existe ninguém que tem mais poder do que Jesus, porque Ele está unido ao Pai no seio da Trindade e do Pai. Ele envia o Espírito Santo. Nós nos movemos para um encontro maravilhoso com Deus. É isto que a Liturgia da Palavra nos revela que Jesus veio do Pai nos redimiu morrendo na cruz e ressurgindo, e hoje volta para o Pai, mas Ele leva toda a humanidade com Ele.”
No final da homilia reforçou que Jesus é a presença verdadeira, e que está presente no meio de nós, e na comunidade, onde nos reunimos na fé, sendo presença real e verdadeira como na Eucaristia e na Palavra Proclamada.
As preces da comunidade foram realizadas pelos migrantes em suas línguas originárias, e os fiéis acompanharam pelo folheto do ABC Litúrgico.
A coordenadora diocesana da Pastoral, Vanessa Siribelli, após a Liturgia Eucaristica, leu uma mensagem aos presentes, falando da importância de celebrar
“Para o migrante, a pátria é a terra que lhe dá o pão. Hoje, ao celebrarmos essa Eucaristia para e com o migrante, somos chamados a viver autenticamente o Evangelho que anuncia a paz, amor, acolhimento, justiça e fraternidade. Neste Dia Mundial das Comunicações, queremos anunciar com o coração e sermos testemunhas deste Deus que também foi peregrino, que também foi forçado a fugir, mas que, sobretudo, é um Deus que é porto de chegada e acolhida. Que possamos unir nossa voz à de tantos migrantes que buscam pão e paz. Que sejamos pontes e porto de chegada, assim como nossa diocese, neste caminho sinodal nos ensina. Caminhemos todos juntos, com a força do Espírito Santo de Deus, é Ele que nos move e motiva nesta caminhada de fazer o bem. Agradeço todos os paroquianos, sobretudo o Padre Jean, por ser hospitalidade, sua paróquia é uma paróquia que constrói pontes. Agradeço imensamente ao nosso Bispo Dom Pedro por toda palavra de carinho e de incentivo aos nossos irmãos migrantes. Mas de forma especial, agradeço em nome de toda a Pastoral do Migrante, esse olhar e preocupação pela causa migratória. Somos uma igreja de acolhida e missão. Obrigada! E que Deus abençoe a todos. Que haja mais pontes e menos muros, mais paz e nenhuma guerra, mais oportunidade e nenhuma injustiça.”
Padre Pierre também direcionou-se ao presentes, agradecendo a diocese pelo olhar a causa do migrante:
“A minha palavra também é de gratidão a Deus pela vida e a esta diocese que acolhe a pastoral migratória e acolhe os scalabrinianos há mais de 100. Todos os bispos que aqui passaram, e todo o clero diocesano, especialmente todo o povo de Deus, obrigado por essa demonstração de unidade e de paz, todas as cores, todas as bandeiras. Pertencemos a uma única pátria, a Pátria definitiva que é o Céu. Que Deus nos acolha e que o Pai dos migrantes interceda por nós lá no céu, São João Scalabrini.”
Após a celebração da Santa Missa, houve o desfile das bandeiras, apresentação do Projeto Futuração (crianças que tocam instrumentos de corda e sopro), Escola de Dança Professora Darci, Bingo, Grupo de Teatro, Elvis Cover e Banda Voltei pra Vitrola.