Queridos irmãos e irmãs, mais uma vez venho até vocês para exortá-los a viverem com fé e intensidade esta festa de “Corpus Christi”. Vamos louvar e agradecer, celebrar e receber este grande dom de Deus para nós: a Santa Eucaristia. instituída por Jesus na última ceia (cf. Mt 26,26-30; Lc 22,14-20; Mc 14,22 – 25).
Nunca é demais recordar que “a Eucaristia é fonte e ápice da vida cristã” (LG 11), o resumo de nossa fé. Na Eucaristia temos o corpo de Cristo doado e seu sangue derramado na cruz (pão e vinho). Tendo nos amado, amou-nos até o fim! Ela nos compromete com a promoção da vida, em especial com aqueles pobres que não tem pão (cf. Catecismo n. 1397).
É na Eucaristia que a Igreja fundamenta seu ser e seu agir missionário: nos primeiros tempos da Igreja, a palavra Corpus Christi designava o corpo nascido da Virgem Maria, o corpo eucarístico no sacramento e o corpo eclesial de Cristo (a Igreja é o corpo místico de Cristo que se alimenta no sacramento da Eucaristia).
O que é importante em tudo isto? O importante é que a Eucaristia apareceu na Igreja desde o início como “mistério de comunhão”. Por isso, chamamos a santa Eucaristia de comunhão, quando dizemos que podemos comungar, que estamos recebendo a comunhão. Deus se une a nós para que estejamos unidos a Ele e entre nós.
A forma eucarística de nossa vida se dá quando descobrimos a gratidão a Deus, o agradecimento contínuo, a espiritualidade da ação de graças. Quando descobrimos que tudo é graça de Deus. Diz o apóstolo: em tudo dai graças (cf. Cl 3,17). E agradecidos assim, passamos a fazer o bem, viver o amor como forma de amar a Deus. O amor a Deus passa pelo amor aos irmãos.
Queridos irmãos e irmãs, vamos vivenciar esta festa com nossas procissões, celebrações solenes e repletas de devoção. É dia de celebrar, de agradecer e de se comprometer com a comunhão e o amor fraterno que não podem existir sem a partilha do pão. Como
nos recorda a Campanha da Fraternidade deste ano: “Dai-lhes vós mesmos de comer”(Mt 14,16). A fome destrói a comunhão pois é fruto do egoísmo humano.
Que a bênção de Deus venha sobre todos nós e nos mantenha uma Igreja unida na fé, na esperança e no amor.
Em nome de Jesus!
+Dom Pedro Carlos Cipollini
Bispo Diocesano de Santo André
*Publicado no ABC Litúrgico de 08.06.2023