Em 9 de dezembro, ocorreu o primeiro retiro do Conselho Diocesano de Pastoral Ampliado (CDPA), realizado nas Irmãs Maria de Banneux, no bairro Alvarenga, em São Bernardo do Campo. O encontro reuniu coordenadores de pastorais diocesanos e representantes do Conselho Regional de Pastoral (CRP) das dez regiões pastorais.
Com organização do Centro de Pastoral, o retiro teve como tema central “Caminho de felicidade profunda segundo São João da Cruz”, tendo como pregador o bispo diocesano, Dom Pedro Carlos Cipollini.
O encontro começou com as boas-vindas do Padre Everton Gonçalves, Vigário Episcopal para a Pastoral, que enfatizou o valor da preparação e de estar na presença de Deus. A manhã iniciou com a oração da hora média.
Antes de iniciar a pregação, Dom Pedro abordou a essência do retiro espiritual, destacando que seu objetivo principal não é a formação, a confraternização, ou um encontro pastoral, mas sim uma busca profunda de Deus através do silêncio e da introspecção. Ele ressaltou a importância do silêncio para a saúde mental e espiritual, argumentando que a perda dessa capacidade leva ao desequilíbrio e à falta de auto-conhecimento. O bispo disse que o retiro é um momento de escuta interior, inspirando-se na experiência bíblica do profeta Elias no monte Horebe, onde Deus se manifesta na suavidade de uma brisa.
O retiro espiritual conduzido por Dom Pedro, baseado nas obras de São João da Cruz, abordou temas profundos e essenciais para a vida cristã, centrados na busca pela santidade e felicidade verdadeiras. Ele destacou a simplicidade e profundidade da espiritualidade de São João da Cruz, enfatizando que a verdadeira felicidade não se encontra nos bens materiais, mas na união íntima com Deus. Essa busca pela felicidade, segundo o bispo, está intimamente ligada à prática das bem-aventuranças e a uma vida unida a Deus, começando nesta vida e culminando na eternidade.
Para a primeira reflexão no deserto, ele sugeriu a contemplação de duas passagens bíblicas: Lucas 14, 25-27 e João 12, 24-26, encorajando uma meditação introspectiva e individual, propiciando um diálogo íntimo entre o indivíduo e Deus. Neste processo, cada pessoa foi incentivada a refletir em silêncio sobre as palavras e mensagens absorvidas durante a pregação.
Durante as reflexões, Dom Pedro enfocou a importância do amor ao próximo como expressão do amor divino, argumentando que amar genuinamente requer liberdade e é um ato de vontade. Ele ressaltou que o amor verdadeiro se manifesta no serviço desinteressado aos outros, refletindo nossa liberdade e fé. O bispo utilizou exemplos de casais centrados em Deus para ilustrar como o amor mútuo e o serviço à comunidade podem trazer alegria e satisfação.
Durante a celebração da Santa Missa antes do almoço, o bispo, em sua homilia, destacou a centralidade de Jesus na Eucaristia e na revelação de Deus. Ele enfatizou a missão dos apóstolos de pregar o Reino de Deus, um reino não de lugar, mas de vida sob a soberania divina. O processo de conversão, segundo ele, é uma purificação pela qual Deus nos transforma. Citando a história de São Juan Diego e sua interação com a Virgem Maria, que levou à conversão de muitos, o bispo relacionou sua época com a de São João da Cruz, outro exemplo de santidade.
A oração foi outro tema crucial abordado por Dom Pedro, que insistiu na importância de uma vida de oração contínua, afirmando que Deus está presente em todos, inclusive nos pecadores. A oração foi descrita como um meio para alcançar a paz e a felicidade verdadeiras, e o bispo discutiu diferentes formas de oração, como a meditação e a contemplação, que conduzem a uma experiência mais profunda de Deus.
Ele indicou as passagens bíblicas para meditação e convidou os participantes a se dividirem em grupos, conforme já orientado pelo Centro Pastoral, a intenção é que esse tempo fosse aproveitado para compartilhar e amplificar as reflexões feitas em conjunto, na comunidade. Nesse processo, enfatizou-se a importância de ouvir atentamente o outro.
Após a partilha em grupos, cada um compartilhou suas meditações. Em um momento simbólico, todos seguravam incenso, e ao colocá-lo sobre as brasas, faziam seus pedidos e agradecimentos, observando a fumaça ascender aos céus.
A Adoração ao Santíssimo Sacramento encerrou o dia de retiro, simbolizando a entrega completa a Deus.