A Paróquia São Benedito, no dia 20 de novembro, acolheu a missa pelo Dia Nacional da Consciência Negra, organizada pela Pastoral Afro-Brasileira (PAB) da Diocese de Santo André. O bispo Dom Pedro Carlos Cipollini presidiu a celebração, que contou com a presença do pároco Padre Antônio Fernandes do Nascimento e do assessor eclesiástico da PAB, Padre Edmar Antonio de Jesus.
Durante a homilia, Dom Pedro convidou os presentes a refletirem sobre a Palavra de Deus, e destacou a importância do Dia da Consciência Negra, rezando por um mundo sem racismo e de maior justiça e fraternidade. Ele também ressaltou o significado de incorporar elementos da cultura negra na celebração:
“Nessa Santa Missa, vocês veem que usamos muitos cânticos e um modo especial de celebrar a mesma Santa Missa de sempre, incorporando alguns elementos da cultura negra. Isso é bonito porque nos recorda as raízes de grande parte do nosso povo.”
Dom Pedro explicou que o Reino de Deus é um modo de vida que começa aqui e se concretiza na eternidade:
“O Reino de Deus não é um local, é um modo de vida. Hoje não existem mais muitos reis, mas, na época de Jesus, era o modo de governar. O Reino de Deus que Jesus anuncia não é um reino deste mundo, não precisa de exércitos, mas tem como força maior o amor. O amor destrói o mal, vence o pecado e nunca passa, porque vem de Deus.”
O bispo também falou sobre o Evangelho do dia, onde Jesus conta uma parábola para mostrar como o Reino de Deus se desenvolve. Ele explicou que todos nós somos chamados a viver e fazer multiplicar o bem, assim como o rei da parábola entregou moedas aos seus servos para serem aplicadas:
“No Reino de Cristo, o egoísmo não pode ser a lei. A lei é o amor. Até nos livrarmos do egoísmo, é uma luta grande, mas Jesus nos convida a multiplicar os dons que Deus nos deu, vivendo o Evangelho e fazendo o bem.”
No encerramento da missa, Padre Edmar agradeceu a Deus pela oportunidade de celebrar o Dia da Consciência Negra, destacando a importância da comunidade negra na nossa sociedade e a necessidade de lutarmos juntos contra o racismo, acolhendo-nos uns aos outros como irmãos, conforme o ensinamento de Jesus.
Dom Pedro também reforçou a mensagem de igualdade e fraternidade ao mencionar a Comissão de Justiça e Paz da diocese, apresentando Maria Cândida como representante. Ele sublinhou os princípios fundamentais que a comissão defende: a dignidade da pessoa humana, o bem comum, a solidariedade, a subsidiariedade e a justiça social, todos pilares indispensáveis para a construção de uma sociedade justa.
Para concluir a celebração, a entrada solene da imagem de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, trouxe um profundo simbolismo. Encontrada por pescadores pobres e negros, sua história representa esperança, fé e resistência, especialmente para aqueles que enfrentam dificuldades e marginalização. A presença de Nossa Senhora na celebração destacou o compromisso da Igreja em reconhecer e valorizar a contribuição da cultura afro para a fé e a espiritualidade do povo brasileiro.