Homilia da ordenação diaconal
Dia 21 de dezembro 2024
Dom Pedro Carlos Cipollini
Prezados irmãos e irmãs no Santo batismo, com uma saudação especial, aos pais e parentes dos ordenandos. Presbíteros, diáconos, religiosos e seminaristas. Prezados ordenandos. Chegou o dia! Nossa Igreja Diocesana, repleta de alegria, está aqui, representada por todos nós que os ajudamos no longo e árduo caminho percorrido na formação. Foram oito anos de discernimento, oração, estudo, convivência e renúncias. Há uma grande alegria, por terem sido chamados por aquele que passou, olhou para vocês, vos amou e convidou.
Foi assim que os apóstolos foram escolhidos, e também os diáconos, conforme está na primeira leitura (At. 6,1- 7). Escolhidos para servir. Os apóstolos, para servir a Palavra e a Oração. Os diáconos para o serviço aos pobres e necessitados. O diácono é na Igreja o sinal ministerial do Serviço de Cristo, que acompanhará o ministro ordenado por toda a vida. Para que se lembre, que todo ministério, cargo ou tarefa na Igreja é serviço, a liturgia prescreve ao bispo que use a dalmática, sob a casula, como estou usando hoje, neste momento nesta celebração.
Servir ao Senhor, servir aos irmãos, servir à igreja, servir o reino de Deus. Esta é vossa tarefa. O dia que o diácono passar a servir a si mesmo, pior, servir-se da comunidade e dos irmãos em proveito próprio, ele deixa de ser discípulo missionário, passando a ser mercenário. Rezemos para que Deus vos livre disso.
Percebemos deste modo, que ser cristão não é assunto doutrinal, mas é uma questão de amor. Porém, onde encontrar a força para amar e servir sem esmorecer, servir sem se cansar, servir amando o cansaço se houver, servir sempre como nosso Senhor, que não veio para ser servido, mas para servir?
É no amor que está à força. Não foste de voz que me escolhes, mas fui eu que vos escolhi (Jo 15,16). Escolhidos para viver o amor, para viver de amor, por aquele que vos escolheu e amá-lo nos irmãos. Esse não é um amor simplesmente humano. É amor divino, vem de Deus e, à medida em que estiverdes unidos a Jesus, permanecereis no amor. E quem ama de verdade é capaz de tudo. A morte de Jesus na cruz é o maior ato de amor.
Este mandamento tão misterioso é a chave do cristianismo, é a boa notícia. É o “meu mandamento” diz Jesus! Portanto, que vos ameis uns aos outros como eu vos amei. Isto não tem nada de sentimentalismo balofo. Ser amigo de Jesus é escolhê-lo também, como ele vos escolheu e viver o amor serviço. Este amor vale mais que a vida porque dá sentido à vida. Sem amor, a vida é vazia e sem sentido: é vida de morte! O amor transcende esta vida e entra pela eternidade adentro…por isso o amor é decisivo para nossa salvação!
Jesus convida: permanecer no meu amor! Quando existe amor, o cumprimento dos mandamentos não são um peso, mas dá alegria até no sacrifício. O amor de Cristo é o modo de viver a santidade: esse é o fruto que o mundo espera de vós. Jesus comunica-nos o amor do Pai e nos introduz na amizade com ele. Jesus partilha conosco um segredo: o amor nos diviniza, por isso o que pedirmos será atendido.
O amor exige de nós sacrificar o egoísmo por isso, ele é fonte de alegria, diz Jesus. O egoísmo traz o vazio que vai buscar nos projetos pessoais, longe do projeto da vocação que hoje vocês escolhem, e nos vícios, o preenchimento deste vazio. O amor plenifica. Dá alegria completa.
Meus queridos ordenandos, que tive alegria de acompanhar durante todo este processo que vocês percorreram com louvor! Parece irreal e sonhador o que vos estou dizendo, mas creiam, é a verdade pois, não há nada verdadeiro fora do amor. Somente alienação e tristeza. Vocês foram capazes e capacitados, neste caminho feito até aqui. Perseverem, não se desviem, nem vendam o coração ao dinheiro, à vaidade, e ao poder. Ouçam todo dia Jesus que vos diz: “permanecer no meu amor”.
AMÉM
