A Vigília Pascal, celebrada na noite do Sábado Santo (19), encerrou o Tríduo Pascal com solenidade na Catedral Nossa Senhora do Carmo, em Santo André. A missa foi presidida por Dom Pedro Carlos Cipollini e concelebrada pelo vigário geral e pároco da Catedral, Padre Joel Nery, reunindo grande número de fiéis para a liturgia mais importante do calendário da Igreja.
A celebração teve início na entrada da igreja, com a bênção do fogo novo. O Círio Pascal foi aceso e, com ele, a luz de Cristo foi sendo partilhada entre os fiéis, que adentraram a Catedral em silêncio, conduzidos pela chama pascal. No interior ainda às escuras, o canto do Exulte marcou a proclamação da Páscoa, e os fiéis, com as velas elevadas, entoaram “Ó noite de alegria verdadeira, que une de novo o céu e a terra inteira”. Em seguida, a Liturgia da Palavra conduziu os presentes pela memória das promessas de Deus desde a criação até a ressurreição de Cristo. No momento do Glória, os sinos soaram e as luzes da igreja foram acesas, simbolizando a vitória da vida sobre a morte.
Na homilia, Dom Pedro refletiu sobre o profundo significado da Vigília Pascal, destacando que ela representa a nova criação realizada por Deus em Jesus Cristo. “Mesmo após o pecado, Deus não abandonou o ser humano, mas traçou um caminho de reconciliação e esperança que culmina na vinda do Salvador”, explicou. Para o bispo, o silêncio da noite e a luz do Círio nos remetem à condição do povo que vivia na espera, envolto na escuridão, até que a luz definitiva brilhou com a ressurreição.
Ele recordou que a ressurreição de Jesus não deve ser compreendida como um simples retorno à vida, mas como uma transformação total. “Cristo não volta à vida como antes, Ele inaugura uma realidade nova e definitiva”, disse. Dom Pedro destacou que, ao contrário de Lázaro, que foi ressuscitado e depois morreu novamente, Jesus ressuscita para nunca mais morrer — e com Ele, somos chamados à mesma vida plena.
Encerrando sua homilia, Dom Pedro ressaltou que a fé recebida no Batismo é como uma centelha da eternidade, que precisa ser cultivada. “Pelo Batismo, já começamos a viver essa vida nova. Cada domingo é uma Páscoa, cada Eucaristia é renovação da esperança”, afirmou. E concluiu convidando os fiéis a manterem os olhos fixos no Ressuscitado, vivendo com fidelidade a vocação cristã e preparando-se para a vida eterna.
A Liturgia Batismal contou com a apresentação de cinco catecúmenos, que receberam os sacramentos da iniciação cristã diante da assembleia. A comunidade também renovou as promessas do Batismo, reafirmando a fé em Cristo vivo. A água, símbolo de purificação e renascimento, foi aspergida sobre todos, reforçando o compromisso com a vida nova em Deus.
Na Liturgia Eucarística, o altar foi preparado com os dons do pão e do vinho, e os fiéis participaram da ceia pascal. A celebração seguiu com a comunhão e os ritos finais. Antes da bênção solene, Dom Pedro desejou uma Santa e Feliz Páscoa a todos. Padre Joel também dirigiu palavras de gratidão à comunidade e destacou a importância da participação nas celebrações do Tríduo.
Antes da bênção final, Dom Pedro desejou a todos uma Santa e Feliz Páscoa, pedindo que a luz do Ressuscitado continue iluminando as famílias, as casas e os corações. Padre Joel também agradeceu à comunidade e lembrou que, mesmo após o Tríduo, seguimos como povo pascal: um povo que carrega a esperança e testemunha que Jesus está vivo.
A noite que começou em silêncio terminou com a proclamação alegre de que Cristo está vivo — e essa certeza continua a sustentar a caminhada da Igreja. Porque Cristo vive. E com Ele, seguimos iluminados por uma luz que nunca se apaga.









