Diocese de Santo André

Uma nova sociedade

Nestes dias tomamos conhecimento da situação dramática de alguns moradores de rua que se agrediram vindo alguns a falecer. Infelizmente a violência não diminui e o sofrimento é grande, em especial das pessoas diretamente atingidas com ela. A vida fica cada vez mais difícil, em geral para os pobres, neste tempo de crise que atravessamos. Não percebemos ainda que para educar e reintegrar os moradores de rua, é preciso reeducar a própria sociedade.
Neste ano, as campanhas eleitorais terão espaço e a sociedade é chamada a escolher candidatos para cargos importantes. Promessas, conchavos, disputas, expectativas. Enquanto isto o alimento, os remédios, aluguéis e transportes desafiam o poder aquisitivo do salário de quem o tem.
Diante do quadro que nossa realidade nos delineia, muitos perguntam: onde está Deus? Outros imaginam que a sociedade pode ir bem sem Ele e existem os que pensam que é a religião a causa das dificuldades. Outros atribuem à falta de fé em Deus a situação que atravessamos.
A fé cristã nos assegura que o desejo de Deus manifestado em Jesus Cristo é uma sociedade diferente desta que está aí, onde a justiça social marque todo o relacionamento humano. Assim, cabe repensar o tipo de sociedade que devemos procurar, repensar a partir da fé em um Deus que é bom.
É preciso ter metas claras capazes de organizar valores, despertar idealismo, nutrir a esperança. Nunca devemos desanimar, mas perceber que há energias latentes no coração do povo, estas energias podem eclodir em explosão caótica, mas também em dinamismo positivo e transformador das estruturas da sociedade.
A grandeza do ser humano está sem dúvida na sua abertura a Deus, seu criador e na aceitação de valores éticos que daí advém, entre os quais a exigência de se construir uma sociedade justa e fraterna, capaz de fazer feliz a todos.
Qual é a sociedade justa? É aquela que supera divisões, preconceitos, radicalismos. Sem excluir ninguém coloca a solidariedade como base. Isto implica numa justa distribuição da renda capaz de diminuir as diferenças entre os que tudo possuem e os que apenas conseguem sobreviver. Nesta sociedade todos devem tornar-se promotores do desenvolvimento individual e comunitário, participando dos frutos do progresso e da cultura. Fica evidente a necessidade de reformas estruturais para que se estabeleça esta nova sociedade que todos queremos.
Cabe à Igreja contribuir com a presença dos valores evangélicos da fraternidade e da justiça, da não violência e do perdão. E ainda afirmar constantemente que o esforço em prol de uma nova sociedade deve passar pela eliminação do egoísmo ao mesmo tempo em que se adota uma atitude pessoal de abertura à transcendência de uma vida para além da morte, capaz de estimular a comunhão com Deus, com os outros e de todos entre si.
Deus nos ajude a fazer nossa parte nesta grande tarefa: a construção de uma sociedade renovada.

Artigo escrito por Dom Pedro Carlos Cipollini para o jornal Diário do Grande Abc.

Compartilhe:

nomeacoes

Nomeações e provisões – 26/12/2025

Homilia Missa de Posse Pe. Vagner Franzini

Santíssima Virgem inicia nova etapa pastoral com a posse do Pe. Vagner Franzini

Servos da Misericórdia promovem manhã de Natal com Missa, cuidado e mesa partilhada na Praça do Carmo

“Vamos caminhar juntos”: Pe. Romeu inicia missão como administrador paroquial na São João Batista

Homilia da Missa de posse do Pe. João Aroldo Campanha

Pe. João Aroldo Campanha toma posse como pároco da Paróquia São José Operário

Paróquia Santa Teresinha acolhe Pe. Antônio Becker como novo pároco

Conselho Feminino Diocesano aprofunda o compromisso com a vida diante do avanço do feminicídio

JORNAL DO GRANDE ABC