Homilia, Missa do Jubileu Diocesano 70 Anos da criação da Diocese de Santo André
21 de julho de 2024 – Poliesportivo de São Bernardo do Campo

            Queridos bispos, aqui presentes, Sr. Cardeal, Arcebispo de São Paulo, Dom Odilo, senhores bispos, Dom Carlos, Dom Rogério e Dom Edilson, senhores padres e diáconos, religiosos e religiosas, seminaristas, queridos diocesanos e diocesanas e todos os que nos acompanham pelas redes sociais neste momento.

            Nossa Igreja diocesana está em festa ao celebrar seu jubileu de 70 anos de criação em 22 de julho de 1954, pelo Papa Pio XII. A grande ação de graças que é a Eucaristia, unimos nossa gratidão a Deus por nos convocar como Igreja para sermos aqui no Grande ABC o sinal do Reino de Deus, missionários da acolhida e da missão.

            Hoje é dia de celebração, alegria e gratidão. Deus seja louvado por tudo. A Diocese entoa seu hino de gratidão, por sermos uma Igreja viva, dinâmica e generosa.

            A Palavra de Deus deste domingo, nos narra o retorno dos apóstolos que tinham sido enviados em missão. Eles contaram a Jesus tudo o que haviam feito e ensinado. Jesus os chama para descansar um pouco, mas a multidão os segue pois está sedenta da Palavra de Deus. Jesus teve compaixão porque estavam como ovelhas sem pastor. Jesus e os apóstolos não conseguem descansar. A compaixão de Jesus faz com que ele comece a ensinar. O que Jesus ensina? Ensina como devemos nos comportar em relação a Deus, ao próximo e com os bens materiais; ensina a progredir no amor.

            Na primeira leitura, Deus, através do profeta, promete dar bons pastores a seu povo. E na segunda leitura São Paulo fala da reunião que Deus está preparando para formar um só povo. Jesus é nossa paz! Por isso todos podemos nos sentir como um só rebanho guiados por um só pastor. Assim como os apóstolos nós somos convocados para a missão evangelizadora. Através de nós Jesus continua sua acolhida e sua missão, fazendo maravilhas.

Em nossa missão e nas pastorais, precisamos alternar momentos de descanso com a pastoral, mas a misericórdia e compaixão devem prevalecer.

A missão de nossa Igreja é Evangelizar…ter “o sonho missionário de chegar a todos” como celebramos no nosso Primeiro Sínodo Diocesano.

Ser Igreja é viver o projeto de Deus de reunir todos em Cristo para sermos um só rebanho.

            A partir da Palavra de Deus, aqui proclamada, temos a alegria de perceber que ela se realizou e se realiza em nossa Igreja Particular de Santo André. Realmente é Jesus nosso Bom Pastor, toda nossa confiança está depositada nele, por isso, não esmorecemos e permanecemos firmes, mesmo nos piores momentos da Pandemia da Covid-19. Ali apareceu todo amor que temos a nossa Diocese.

            Estamos imersos em um tempo de profundas transformações, consequências da mudança de época. E nós somos desafiados, como Igreja, a passar de uma pastoral de manutenção para uma pastoral decididamente missionária. A meta da missão é o Reino de Deus, a vida plena para todos. Missão em diálogo e serviço ao mundo.

            Reunidos aqui para celebrar a caminhada percorrida, a Diocese entoa um hino de gratidão por todos os operários que iniciaram a missão. Em nossa longa jornada, muitos aqui se doaram: homens mulheres de coragem a vida ao próximo entregaram. Formamos uma multidão de fiéis, sempre em um só coração e uma só alma, pela acolhida e missão.

            Vamos hoje, na alegria de comemorar este jubileu, assumirmos o compromisso de sermos cada vez mais unidos na comunhão e participação. Vamos desenvolver o sentimento de pertença à nossa Igreja. A Igreja é nosso eu plural, sacramento de salvação. Amemos e vivamos nossa fé, nossa Igreja, amemos nossas comunidades.

            Vamos assumir o compromisso de formar paróquias como comunidade de comunidades. Vivamos a sinodalidade que é dimensão básica da Igreja. Tenhamos consciência de sermos interligados pelo amor de Cristo que nos uniu. Vamos articular cada vez mais a missão, a nível paroquial, na Forania e a nível diocesano.

            Vamos continuar assumindo o Evangelho da misericórdia e da defesa da vida. A associação aos pobres é o caminho mais seguro da salvação. Continuemos buscando a conversão pastoral. Coragem e perseverança. Não tenhamos medo. Num mundo de tanto sofrimento, o cristão pode ser derrotado na primeira instância, mas é sempre vencedor na segunda instância, ou seja, no tribunal de Deus. Quem com Cristo sofre com ele vai triunfar.

            Bendigo a Deus pela graça de ser bispo desta Igreja, já por nove anos, a serem completados no próximo dia 26 de julho. Que eu possa sempre corresponder a esta graça, com a ajuda de todos.

            Pelos 70 anos de nossa Diocese, elevemos nosso hino de louvor e gratidão unidos a nosso padroeiro Santo André. Nossa gratidão a Deus Pai que projetou nossa Igreja, a Jesus Cristo que a fundou e ao Espírito Santo que a dirige nos caminhos da história. Nossa gratidão aos bispos que pastorearam nossa Igreja aos sacerdotes e diáconos, pastores dedicados e fiéis. Gratidão à multidão de leigos e leigas que conscientes de seu batismo, aqui, em nossa Igreja, em nossa Diocese, lavaram suas vestes no sangue do Cordeiro e hoje triunfantes intercedem por nós diante do trono de Deus. Enfim, nossa gratidão a todas as pessoas de boa vontade que colaboraram com nossa Diocese desde o seu início até hoje.

            Que Maria, a Senhora do Carmo, mãe de misericórdia, venha conosco caminhar, nos leve a todos para Jesus Cristo anunciar.

           Amém!

Dom Pedro Carlos Cipollini
Bispo de Santo André