A Diocese de Santo André segue vivendo intensamente o Ano Santo proclamado pelo Papa Francisco: o Jubileu da Esperança. No último final de semana, dias 5 e 6 de julho, o Santuário Diocesano da Imaculada Conceição, em Mauá, tornou-se lugar de graça e reencontro, ao acolher a Peregrinação das Famílias, uma das expressões concretas do caminho jubilar vivido pelas comunidades diocesanas.
A manhã de sábado foi marcada pela emoção dos 20 casais que celebraram o Sacramento do Matrimônio em união comunitária. Doze desses casamentos foram presididos por Dom Pedro Carlos Cipollini, bispo diocesano, e os demais pelo vigário forâneo de Mauá, Padre Josemar Inácio da Rocha. Diante do altar, esses casais assumiram publicamente o compromisso de fidelidade e unidade — dois pilares que, segundo Dom Pedro, sustentam o verdadeiro sentido da família cristã. Ele destacou que o matrimônio é o momento em que os esposos reconhecem a bênção do amor recebido de Deus e assumem vivê-lo como Jesus ensinou. “Um homem e uma mulher, unidos, fiéis, por toda a vida. Isso é muito bonito. Pode conduzir vocês a uma felicidade que nada mais pode dar”.
Padre Inácio reforçou que o casamento é uma decisão que precisa ser renovada diariamente. “Casar na Igreja não é mágica. As dificuldades continuarão, mas é preciso lembrar sempre o que os uniu. O amor não envelhece”, afirmou, destacando a importância de resgatar, nos momentos difíceis, o primeiro amor que uniu cada casal.
No domingo, mais de 2500 pessoas etiverem presentes na praça em frente do santuário, que foi tomada por famílias vindas das sete cidades da diocese. Entre confissões, bênçãos e momentos de partilha, a Peregrinação das Famílias se tornou uma manifestação concreta do lema proposto pelo Papa Francisco para o Jubileu: Peregrinos da Esperança.
Na acolhida aos peregrinos, padre Cláudio Tafarello, reitor do Santuário, compartilhou com os presentes a história daquele espaço sagrado, desde a pequena imagem trazida da Europa no século XIX até a elevação a Santuário Diocesano em 2022. “Aqui é casa da Mãe. Casa da reconciliação, da Eucaristia, da misericórdia. Um lugar onde ninguém sai sem ser acolhido”, disse emocionado.
O seminarista Eduardo Zampar, do setor Vida e Família da diocese, conduziu um momento de espiritualidade e reflexão, aprofundando o verdadeiro sentido da esperança como virtude teologal. “A esperança não é um conceito vago. É a capacidade de esperar em Deus, assim como uma criança se lança nos braços do pai”, afirmou. Ao final de sua fala, convidou todos a refletirem sobre os ambientes em que vivem e a se comprometerem a serem, no cotidiano, famílias portadoras de esperança.
A celebração eucarística foi presidida por Dom Pedro Carlos Cipollini, que uniu a liturgia da Missa Jubilar ao apelo do Papa Francisco: que a Igreja seja sinal visível de esperança num mundo tão ferido. “A esperança cristã nasce do amor. E o amor exige vida comunitária. A primeira comunidade que Deus criou foi a família. E é nela que aprendemos a conviver, perdoar, recomeçar”, afirmou o bispo. Durante a homilia, Dom Pedro recordou também o sentido libertador do Evangelho: “Jesus foi ungido para proclamar o Reino de Deus, que é liberdade. Liberdade não é fazer o que se quer, mas viver no amor. E esse é o chão da vida familiar”.
O bispo ainda chamou a atenção para as feridas da alma que afetam tantas famílias em tempos de isolamento, desentendimentos e abandono. “Tem muita gente trancada no próprio mundo, morando na mesma casa e sem comunhão. E o que aprendemos com a fé é que Deus quer curar essas feridas. Ele conta conosco para isso. A esperança precisa nascer dentro das casas, com atitudes de reconciliação, de escuta e de presença. Nós somos a Igreja que leva essa cura.”
Ao fim da celebração, os casais presentes participaram da renovação dos votos matrimoniais, em um gesto público de fé e fidelidade ao amor que os une.
A Peregrinação das Famílias integra o calendário jubilar da Diocese, que, unida ao Papa Francisco, responde ao chamado da Bula Spes non confundit – A esperança não decepciona –, convocando os fiéis a viverem a esperança como dom, missão e testemunho. O Santuário da Imaculada Conceição é um dos cinco lugares santos da Diocese, escolhidos para peregrinação durante o Ano Santo.
E como disse Dom Pedro ao final da celebração, com olhar paterno: “A esperança de refazer a família cristã está em vocês. Vocês são a Igreja viva. Deus confiou essa missão a nós.”
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