Diocese de Santo André

Campanha da Fraternidade

Neste ano a Campanha da Fraternidade tem como tema: “Casa Comum: nossa responsabilidade”. Está sendo realizada de forma ecumênica, ou seja, com a participação de outras denominações religiosas que se uniram à Igreja Católica que, desde 1964, promove a Campanha da Fraternidade com êxito. Este ano queremos refletir sobre o saneamento básico e o impacto causado pela sua falta em nossa realidade.

O objetivo geral desta Campanha é promover a reflexão sobre o saneamento básico para todas as pessoas, levando os cristãos a se empenharem à luz da fé, por políticas públicas e atitudes responsáveis que garantam a integridade e o futuro da nossa Casa Comum, o planeta Terra. A Campanha da Fraternidade quer nos mostrar e fazer refletir que a “justiça ambiental” é parte integrante da “justiça social”.

O cuidado com a criação e a luta pela justiça exigem de nós uma reflexão crítica dos modelos de desenvolvimento que têm orientado a política e a economia. Modelos que estão baseados no consumo e ganância. Assim, estamos em sintonia com o clamor de milhares de pessoas que são vítimas desta situação, muitas vezes sem ter acesso à água potável ou rede de esgoto. Aqui mesmo no Grande ABC existem áreas sem água encanada nem esgoto. Pude constatar isto em recente Visita Pastoral que realizei nas treze paróquias de uma Região Pastoral, em nossa Diocese de Santo André que compreende os sete municípios do Grande ABC.

A Campanha deste ano está também em sintonia com o Papa Francisco que, continuamente, chama a atenção para o fato de o atual modelo de desenvolvimento estar ameaçando a vida e o sustento de muitas pessoas, em especial as mais pobres, pois este modelo destrói a biodiversidade. Nossa Casa Comum está sendo ameaçada, não podemos ficar calados. Necessitamos sentir que Deus nos convoca para cuidar da Terra e denunciar os pecados que ameaçam a vida no Planeta.

A Terra é um sistema vivo e complexo que nos foi presenteado por Deus. Somos chamados a cuidar desse presente. A implantação do saneamento básico torna-se essencial à vida humana e à proteção ambiental. Embora tenhamos lei que estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico, o desafio de executá-las permanece. Temos avançado, mas muito lentamente. Os últimos dados do Sistema Nacional de Informações sobre o Saneamento Básico (2013) mostram que 39% de esgoto existente no Brasil, é tratado, o restante é despejado sem tratamento na natureza. As consequências são graves para a saúde pública. Em 2013, foram 2.135 pessoas mortas nos hospitais por infecções gastrointestinais (cf. Texto Base CF/2016 p. 18). A falta de saneamento básico é ameaça à vida.

São muitas as razões para a existência dos problemas com saneamento básico em especial nas cidades. A maior delas é o fato de que os administradores públicos preferem investir em obras de visibilidade como viadutos, praças e estádios de futebol. Redes de distribuição de água e de coleta de esgotos ficam escondidas debaixo da terra, os eleitores não vêem. De outro lado existem obras não concluídas, obras de baixa qualidade, etc.

Diante desta situação é fundamental que o saneamento básico passe a ser prioridade dos estados, municípios e principalmente da população. Mas, sobretudo, necessitamos administradores públicos conscientes, que tenham vontade para resolver esta questão que envolve políticas públicas.

Em recente pesquisa publicada no Diário do Grande ABC (cf. 15.02.2016), a população priorizou os aspectos morais dos candidatos a cargos públicos. Isto é um avanço: ressaltar o aspecto ético, a honestidade, a transparência dos candidatos. Sem isto não vamos sair do buraco em que nos colocaram. De fato a corrupção é um desastre para o Brasil que, só não vai para o buraco porque é maior que o buraco. No entanto, a corrupção na administração pública, tem uma irmã gêmea que muitas vezes passa despercebida: a incompetência.

Para resolver a grave questão do saneamento básico que envolve a vida de milhares de cidadãos, não basta somente a honestidade necessária, mas precisa-se também competência.

Dom Pedro Carlos Cipollini

Bispo Diocesano de Santo André

Jornal O Diário do Grande ABC

 

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