Diocese de Santo André

Casa comum: nossa responsabilidade

A preocupação com a natureza, o clima e a degradação do meio ambiente é geral. Tanto assim que a Carta Encíclica do Papa Francisco sobre a ecologia (Laudato sì) foi muito bem recebida. A Igreja no Brasil desejando sintonizar-se com o Evangelho da Vida coloca para a reflexão dos cristãos e pessoas de boa vontade, a Campanha da Fraternidade (CF), iniciando-a na quarta feira de cinzas, princípio da quaresma.

A violência que está no coração humano ferido pelo pecado, vislumbra-se nos sintomas de doença que notamos no solo, na água, no ar e nos seres vivos. Por isso, entre os pobres, os mais abandonados e maltratados, constata-se que nosso planeta Terra está oprimido e devastado, o ser humano tem se esquecido que é a terra, a casa comum que nos abriga. Terra que não pode continuar a ser destruída devido à ganância e falta de cuidado.

Neste ano de 2016, a Campanha da Fraternidade será ecumênica, ou seja, realizada em união com outras denominações cristãs. O tema é indicativo: “Casa comum: nossa responsabilidade”. Por casa quer-se dizer nosso planeta Terra, espaço vital em que estamos, criação de Deus que deve ser preservada com respeito e carinho.

A CF deste ano tem por lema: “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca”. Frase que está na Bíblia lá no profeta Amós (Am 5,24).

Qual é o objetivo específico da CF deste ano? O objetivo é sempre a vida, mas, com um enfoque particular. Neste ano há o desejo de se refletir e trabalhar para assegurar o direito ao saneamento básico. Direito este para todas as pessoas, assim somos chamados a empenharmo-nos, à luz da fé, por políticas públicas e atitudes responsáveis, que garantam a integridade e o futuro de nossa Casa Comum.

O saneamento básico é um direito humano fundamental, desprezado em muitos lugares. Especialmente onde o descaso, a incompetência e a corrupção impedem de se executar tantos projetos, que poderiam melhorar a qualidade de vida da população. Desta maneira, a CF deseja mobilizar as consciências e promover o comprometimento com a preservação de nossa Casa Comum: nosso planeta Terra.

Qual a motivação desta campanha e deste tema e por que ser ecumênica? A motivação não é outra se não a nossa fé em Jesus Cristo. Esta fé exige de nós a prática da caridade que é amor serviço. Jesus disse que veio para servir e que estava no meio de nós como aquele que serve. Isto porque a prova de que amamos é o serviço aos irmãos, em especial aos que mais sofrem e são mais frágeis.

Precisamos aceitar o convite de refletir e de nos empenharmos na promoção da vida digna para todos, buscando profeticamente questionar as estruturas que causam ou legitimam vários tipos de exclusão; especialmente aquela que priva do saneamento básico tantos e tantos seres humanos, obrigados a viver de forma indigna.

A falta de saneamento básico tem a ver não só com falta de planejamento e incompetência, mas também com a corrupção. Ela tem aparecido como a principal preocupação dos brasileiros, mais que a preocupação com a segurança e o desemprego em crescimento. Os recursos para o saneamento básico muitas vezes não chegam. Não há muito interesse em construir rede de esgoto e demais benfeitorias que não são tão visíveis como pontes, prédios e outros edifícios. Este ano é ano eleitoral e a população precisa levar ao “tribunal das urnas” de votação, todos os encarregados de melhorar a qualidade de vida da população e não cumpriram seu dever.

Vamos viver bem esta CF preparando-nos durante a quaresma, para celebrar na Páscoa, a vitória de Jesus Cristo que é nossa também. Deus abençoe a todos.

Dom Pedro Carlos Cipollini

Bispo de Santo André

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