Diocese de Santo André

Catequista: Ser e fazer-se missionário

Estamos no mês de outubro, mês dedicado a uma atenção especial à dimensão missionária da Igreja. Ser catequista é abraçar uma vida missionária. Como sabemos, a natureza da Igreja é ser missionária. A Diocese de Santo André, em seu 8º Plano Diocesano de Pastoral, nos afirma que devemos “ser uma Igreja que fortaleça a cultura e a espiritualidade do acolhimento em permanente ação missionária.”

O argumento da “natureza missionária” precede qualquer atividade missionária. É um argumento interno da Igreja para afirmar a sua razão de ser e, através dela, a necessidade e a continuidade do paradigma missionário. Não é propriamente um argumento para convencer um interlocutor a se converter ao cristianismo. Essa natureza missionária, segundo o Decreto Ad gentes, faz parte da normalidade e da razão de ser eclesial: “A Igreja peregrina é por sua natureza missionária. Pois ela se origina da missão do Filho e da missão do Espírito Santo, segundo o desígnio de Deus Pai” (AG 2).

Para que a Igreja possa cumprir seu papel se ser Sal e Luz no mundo, Ela precisa contar com pessoas dispostas a anunciar a Boa Notícia, o Evangelho de Jesus Cristo. A catequese não é um trabalho ou uma tarefa externa à pessoa do catequista, mas se “é” catequista e toda a vida gira em torno desta missão. De fato, “ser” catequista é uma vocação de serviço na Igreja, que se recebeu como dom do Senhor para ser transmitido aos demais. O catequista missionário tem a convicção que é o próprio Jesus que nos convida a “pescarmos” gente para a sua rede, ou seja, quantas pessoas conhecemos que não participam da comunidade? Desconhecem a Boa Notícia que dá sentido à vida.

O Documento de Aparecida ressalta a importância da ação evangelizadora da catequese na Igreja, que é antes de tudo, um encontro com Jesus Cristo. “É necessário descobrir o sentido mais profundo da busca, assim como é necessário propiciar o encontro com Cristo que dá origem à iniciação cristã.” (DAp, 278a) Um encontro com Cristo que deve sempre estar em profunda renovação, sobretudo, no testemunho, pela missão que se dá na comunidade cristã, pelo anúncio do Querigma, que não pode ser considerado somente uma etapa, mas um fio que conduz todo um processo de maturidade do discípulo missionário. “Sem o Querigma, os demais aspectos desse processo estão condenados à esterilidade, sem corações verdadeiramente convertidos ao Senhor. Ao discípulo, cabe o amadurecimento da fé, que se dá constantemente na prática do amor e seguimento de Jesus que é Mestre, se aprofunda no mistério de sua pessoa, de seu exemplo e de sua doutrina. Para que se tenha êxito neste caminho é de suma importância a catequese permanente e a vida sacramental, que fortalecem a conversão primeira e admitem que o discípulo missionário persevere na vida cristã e na missão, em meio ao mundo que tanto o desafia. (cf DAp 278b)

O Documento de Aparecida explana de forma bela e eficaz essa missão que se desenvolve diariamente em nossas igrejas, que eleva o cristão ao encontro com Jesus Cristo, missionário, que se dá através da missão evangelizadora do discípulo missionário que: “À medida que conhece e ama o seu Senhor, experimenta a necessidade de compartilhar com outros a sua alegria de ser enviado, de ir ao mundo para anunciar Jesus Cristo, morto e ressuscitado, e tornar realidade o amor e o serviço na pessoa dos mais necessitados. Em uma palavra, a construir o Reino de Deus. A missão é inseparável do discipulado, o qual não deve ser entendido como etapa posterior à formação, ainda que esta seja realizada de diversas maneiras, de acordo com a própria vocação e com o momento da maturidade humana e cristã em que se encontre a pessoa.” (DAp, 278e)

O catequista missionário é aquele que responde ao chamado de Deus. Deus nos convoca, nos provoca a todo momento, e é preciso que nós respondamos a Ele. E a maneira pela qual damos esta resposta a Deus, implicará no caminho da nossa felicidade. Só é feliz quem responde ao chamado de Deus com disponibilidade e gratuidade. O verdadeiro missionário é aquele que dá um “Sabor de Deus” na vida de tantos irmãos nossos que vivem numa vida sem gosto, sem Deus. E para isso, não precisamos ir muito longe. Comecemos em nossa família, em nosso bairro e na nossa própria comunidade. São nestes ambientes que podemos Ser e se Fazer missionário, levar a BOA NOTÍCIA que é Jesus que nos faz todos irmãos.

Ser catequista missionário é dar uma resposta nova aos problemas atuais. Ser catequista missionário é ser antes de tudo testemunho vivo da presença de Deus.

Portanto, ser missionário é ser enviado para realizar uma ação, uma tarefa. Tendo certeza e a confiança de que não estaremos sozinhos, em nossa estrada. O Mestre da Vida, Jesus caminha conosco. Por isso, não temos medo de caminhar e enfrentar qualquer dificuldade que aparecer. Pois, Ele caminha à nossa frente e nos mostra a estrada.

* Artigo por Padre Eduardo Antônio Calandro
coordenador da Comissão Diocesana de Animação Bíblico-Catequética

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