Diocese de Santo André

“Deus ama quem dá com alegria”: Monsenhor Catelan explica importância e princípios do dízimo

Palestra “Reflexão sobre a dimensão espiritual do dízimo na vida do cristão” realizada no sábado (23/06) destacou desafios e as formas de como o tema deve ser tratado pela Igreja Católica no Grande ABC

 

“A consciência e generosidade são dois princípios fundamentais do dízimo. Deus ama quem dá com alegria”. No mês que reflete a importância do Dízimo, a Diocese de Santo André recebeu a visita do monsenhor Antonio Luiz Catelan Ferreira, que proferiu a palestra de formação com agentes pastorais de todas as cidades do ABC, no Auditório da Cúria, na Praça do Carmo, no Centro da cidade andreense.

O bispo diocesano Dom Pedro Carlos Cipollini participou da abertura, agradeceu a coordenação da pastoral e toda a equipe que preparou o encontro. “Vocês disseram sim, graças a Deus! Vamos levar adiante, a partir do nosso sínodo, todo esse projeto de coordenação de pastoral. A pastoral levada avante em comunhão”, enfatizou.

O assessor diocesano da Pastoral do Dízimo, Diácono Celso Luis Sais, e o vigário episcopal Padre Joel Nery acompanharam o encontro.

 

Dimensão religiosa 

Durante cerca de três horas, Monsenhor Catelan, atualmente consultor da Comissão Episcopal para a Doutrina da Fé da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) e membro da Comissão Teológica Internacional no Vaticano, realizou a exposição, ao abordar aspectos do tema, que relaciona o dízimo com a experiência de Deus e a espiritualidade cristã católica, na primeira parte, e a interatividade com o público, por meio de perguntas e respostas, na segunda parte do evento.

“Por ordem de importância, a primeira das dimensões do dízimo é religiosa. Tem a ver com a relação do cristão com Deus. Contribuindo com parte de seus bens, o fiel cultiva, manifesta e torna ainda mais profunda sua relação com aquele Deus de quem provem tudo, e desse modo expressa a gratidão, a fé e a conversão. Essa dimensão, tratando da relação com Deus, insere o dízimo no âmbito da espiritualidade cristã”, explica o religioso.

Essa citação consta no número 29 do documento 106 da CNBB (O Dízimo na Comunidade de Fé), aprovado em junho de 2016 – estruturado em duas partes: a primeira, que trata da compreensão do dízimo, a partir dos fundamentos e finalidades; a segunda, de orientações e propostas organizativas para a Pastoral do Dízimo – que serviu como base para as intervenções do monsenhor durante a palestra.

 

Desafios

Catelan reforça que a abordagem do dízimo, do ponto de vista espiritual, precisa trabalhar com dois grandes desafios: primeiro é a redução do significado do dízimo e o segundo é a falsificação do sentido do dízimo.

“A correta compreensão do dízimo evita que ele seja proposto e assumido, unicamente, como forma de captação de recursos para outras pastorais, para sustentação das pessoas e manutenção das estruturas eclesiais. Se for essa unicamente a motivação, o dízimo está muito reduzido. Todo aspecto está reduzido”, relata o número 12 do documento.

“O falso é que o dízimo não seja espiritual em si mesmo, que ele seja só econômico, só recursos, só dinheiro, isso é falso”, continua, ao citar o número 41, do capítulo 2, que trata da fase de implantação do dízimo e faz a seguinte observação: “Quando uma igreja particular ou diocese opta pelo dizimo, é preciso que ele não apareça apenas como uma das formas de captação de recursos, mas como a forma habitual de contribuição, que nasce de uma consciência formada e alimentada pelo evangelho da gratuidade”, diz o monsenhor, ao constatar outras formas auxiliares adotadas por dioceses como sustentação da Igreja, como campanhas, coletas, quermesses e festas.

“É preciso cuidar para que o dízimo resplandeça como a forma habitual de contribuição dos fiéis motivada pelo evangelho da gratuidade”, aconselha.

 

Sagrada Escritura

Monsenhor Catelan alerta que é preciso combater a forma do dízimo como meio de prosperidade pessoal. “Você pagar o dizimo para ter uma retribuição material de Deus” e ‘divulga uma vacina’ contra essa distorção.  “A Sagrada Escritura deve ser lida em comunhão com a Igreja, que é Casa da Palavra, para se evitar distorções de seus significados. A revelação divina é progressiva e orientada para Cristo”, cita.

“É não perder de vista o significado do seu interior, da decisão do coração, a alegria de sentir se amado por Deus, reconhecendo que o amor por seu povo é eterno”. O religioso relembra essas passagens bíblicas para explicitar que o dízimo reflete a gratuidade, bondade e generosidade do ser humano na relação com Deus.

“A identidade do dízimo é espiritual. Parte e brota do reconhecimento e da gratidão, da expressão do contentamento em contribuir, segundo o princípio que conduz a experiência do dízimo na história da Igreja”.

 

Acesse o documento 106 da CNBB, na íntegra:  goo.gl/gzv3Ga

 

Reportagem e fotos: Fábio Sales

 

Compartilhe:

Mensagem do Bispo Dom Pedro Carlos Cipollini para a Diocese de Santo André

Dom Pedro Carlos Cipollini celebra 9 Anos na Diocese de Santo André

Homilia, Missa do Jubileu Diocesano 70 Anos da criação da Diocese de Santo André

Ginásio lotado com mais de 7 mil pessoas marca celebração dos 70 anos da Diocese de Santo André

Catedral diocesana celebra sua padroeira

Padre Toninho assume nova missão na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora

Jovens Sarados comemoram 15 anos com missa presidida pelo bispo diocesano

ENCONTRO CHEGA AO FIM COM REFLEXÃO SOBRE PERSPECTIVAS PARA A AÇÃO EVANGELIZADORA DA IGREJA NO BRASIL

PARTICIPANTES DE ENCONTRO DESTACAM PROPOSTA DE SINODALIDADE NA AÇÃO PASTORAL DA IGREJA

“O COORDENADOR DE PASTORAL É UM MEDIADOR DA GRAÇA DE DEUS E PROMOVE A COOPERAÇÃO NA COMUNIDADE”, DISSE NÚNCIO APOSTÓLICO