Diocese de Santo André

Festas juninas: A importância das tradições

Quando nos aproximamos de junho, há sempre um cheiro de festa no ar, ao  som de sanfonas e muita animação, entre sabores e cores em noite de São João, Santo Antonio, São Pedro e outras devoções que nossos pais e avós nos passaram e que é gostoso lembrar e na medida do possível, reviver.

Lá no sítio ou na fazenda, na capelinha ou nas casas, tudo virava palco de muita alegria, mas o bom mesmo era ficar sob um céu estrelado, num arraial enfeitado, jogando bombinhas no chão, assustados com os rojões ou encantados com balões.

Na preparação das fogueiras de troncos e outros galhos, também com um pouco de palha, surgiam as labaredas, inicialmente tímidas, enquanto as brasas se formavam, a fumaça ia subindo como uma oferenda ao céu. “Pula a fogueira, Iaiá / Pula a  fogueira, Ioiô/Cuidado para não se queimar/ Olha que a fogueira já queimou o meu amor.”

 Sob ornamentações de bandeirinhas coloridas de papel  balançando ao vento frio próprio do outono desta época boa do ano, em que se busca aquecer o coração e as mãos, na quadrilha e nas danças próprias de cada região, tinha licores de olha de figo, leite quente, chás de gengibre e quentões… tinham  paçocas, pães, bolinhos e bolões…. doces de abóbora, de batatas doce, doces de leite, pé de moleque e muito amendoim… pipocas que estouravam intensificando o barulho da festa animada. Tantos quitutes na mesa, tanta vontade de comer, fazia o terço longo demais parecer. Que vontade de roubar só um docinho…  só unzinho, por favor!

Nas quadrilhas inocentes, o casamento forçado, um pai muito bravo e um noivo querendo escapar… olha a cobra! É mentira!… A ponte quebrou…. já consertou…. Olha a chuva… já parou…  E íamos por dentro do túnel feito de braços e abraços, vestidos coloridos de babados, camisa xadrez e muitos chapéus de palha…  os bigodes e pintinhas feitas de carvão ou lápis de colorir, nos rostos de crianças e adultos também…

 Feitas as novenas aos santos e também as trezenas de Santo Antônio, tinha  o terço e a cantoria, tinha o mastro com os três santos todos bem enfeitadinhos com fitas coloridas e flores de papel de tantas cores bonitas.  A fila para beijar os santinhos, as três socadas na terra para fixar o madeiro do mastro, e garantir uma fértil e farta produção agrícola. O mais bonito era a fé tão forte e tão presente em cada um.

Assim faziam os mais antigos, pode ser até coisa de índio ou daqueles  que nos antecederam, mas pedíamos saúde e muita proteção para as plantações de milho, arroz e feijão, mandioca e batata doce, e tantos outros pinhões, contra temporais, geadas, secas  e outras pragas que nos atacavam o sertão…

Ao primeiro santo da temporada, 13 de junho, Santo Antônio, venerado em todo o Brasil  e em muitos outros países, a tradição popular atribui-lhe o rótulo de “santo casamenteiro” por causas das muitas graças alcançadas por aquelas que buscavam um bom partido para se casar e que sob sua intercessão, conseguiram realizar.  Também o pãozinho abençoado de  Santo Antônio, que ao longo da história, reza a tradição, que se o filho afogado de uma senhora voltasse à vida, ela daria o equivalente ao peso da criança em trigo para a confecção de pães para distribuir aos pobres.  E como ganhou importância o pãozinho bento na missa e depois distribuído a todos.

No dia 24 de junho, festejamos o nascimento de São João, o Batista, “a voz  que clama no deserto e pede penitência e jejum porque o Reino de Deus está próximo.” (Mt 3,1-3) e  anuncia que Jesus é o cordeiro de Deus de quem, ele, João,  não era digno de desamarrar-lhe as sandálias” enquanto o batiza no rio Jordão. São João / São João / Acende a fogueira do meu coração

São Pedro e São Paulo são comemorados no dia 29 de junho, mas é São Pedro o festejado que encerra as festividades juninas. Tu és o Cristo, disse Pedro; Tu és Pedro e sobre ti edificarei a minha igreja, disse Cristo.

O bom é que junto com as tradições populares, resgata-se a vida destes importantes santos que muito nos ensinam no seguimento de Jesus. Discípulos e missionários até as últimas consequências. Não importa o tamanho da exigência, desde que Cristo apareça e seja mostrado àqueles que por alguma razão se encontram afastados ou mesmo fora do círculo.

Mas, o mais bonito desta época, é ver tantas quermesses em escolas, igrejas e outras instituições. Ruas se fecham para uma grande confraternização onde há partilha de um pouco de tudo, mas de muito congraçamento e alegria por estar entre irmãos, caracterizados ou não de caipira, pois foi no sertão que tudo se originou.

No Nordeste brasileiro, as festas juninas são as festas mais importantes do ano. Santos louvados, povo animado e um mês de alegria que virou roteiro turístico para quem quer experimentar um pouco mais de tudo isto.

Viva Santo Antonio! Viva!

Viva São João! Viva!

Viva São Pedro! Viva!

O balão vai subindo / Vai caindo a garoa / O céu é tão lindo / A noite é tão boa! São João, São João / Acende a fogueira do meu coração!

Nesta singela canção, Jacó e Jacozinho, antiga dupla caipira, fala um pouco da fé que se depositava nos três santos juninos:

 Eu pedi a São João / pra ele me ajudá/ eu pedi a São João/ pra ele me ajudá

Arranjei uma namorada / São Pedro fez ficá noivo /Santo Antônio fez casá

No dia de Santo Antônio/a garota eu namorei /em São João eu fiquei noivo /em São Pedro eu me casei

No São João do outro ano / em meu lar alguém nasceu / Santo Antônio foi padrinho /do primeiro filho meu

Todo ano em meu terreiro / quando o mastro é erguido / faço festa em louvor /para os três Santos queridos

Se agora eu sou feliz / tenho amor no coração /agradeço a Santo Antônio /a São Pedro e São João

Artigo desenvolvido pela revisora da Diocese Osmarina Pazin

Compartilhe:

Mensagem do Bispo Dom Pedro Carlos Cipollini para a Diocese de Santo André

Dom Pedro Carlos Cipollini celebra 9 Anos na Diocese de Santo André

Homilia, Missa do Jubileu Diocesano 70 Anos da criação da Diocese de Santo André

Ginásio lotado com mais de 7 mil pessoas marca celebração dos 70 anos da Diocese de Santo André

Catedral diocesana celebra sua padroeira

Padre Toninho assume nova missão na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora

Jovens Sarados comemoram 15 anos com missa presidida pelo bispo diocesano

ENCONTRO CHEGA AO FIM COM REFLEXÃO SOBRE PERSPECTIVAS PARA A AÇÃO EVANGELIZADORA DA IGREJA NO BRASIL

PARTICIPANTES DE ENCONTRO DESTACAM PROPOSTA DE SINODALIDADE NA AÇÃO PASTORAL DA IGREJA

“O COORDENADOR DE PASTORAL É UM MEDIADOR DA GRAÇA DE DEUS E PROMOVE A COOPERAÇÃO NA COMUNIDADE”, DISSE NÚNCIO APOSTÓLICO