Diocese de Santo André

São Januário e seus milagres

Na vida da Igreja, os santos ocupam lugar de destaque, sendo exemplos para nós de vivência do Evangelho, de acordo com sua vocação, local em que estavam inseridos e seus desafios próprios. No dia 19 de setembro, celebramos a memória de São Januário de Benevento, bispo e mártir. São Januário viveu entre o século III e IV, num período marcado por diversas perseguições. Nesta época, o martírio é visto como uma forma de seguimento de Cristo, atestando aqueles que seguiram a fé em Jesus até a doação total, como o Mestre. Essa consciência se aplica sobretudo aos membros do clero, pois a perseguição a eles poderia resultar em uma dissolução da comunidade.

Como bispo de Benevento, São Januário teve que orientar sua comunidade para pudessem permanecer firmes na fé, apesar das perseguições, pregação que vale também para ele mesmo, por conta de sua posição eclesial. Na perseguição de Dioclesiano, foi preso junto com os diáconos de sua diocese. Primeiramente, seriam martirizados ao serem entregues aos leões, forma de martírio comum na época. Porém, as feras não atacam os homens. Assim, o imperador manda que os homens sejam decapitados. Assim, sofrem o martírio no ano de 305.

Alguns cristãos, sabendo do testemunho de fé do bispo, que não renunciou Cristo, recolheram numa ampola um pouco de seu sangue, como uma relíquia do mártir, para pedir sua intercessão e a força para que, se fosse necessário, derramar o próprio sangue. A partir deste momento, os habitantes italianos aumentam sua devoção ao santo e suas relíquias são transladadas até cidade de Nápoles, em 1497, sendo proclamado padroeira da cidade, protetor da peste e das erupções do vulcão Vesúvio.

A ampola com seu sangue protagoniza um dos milagres mais conhecidos e recorrentes na história da Igreja. O sangue armazenado ali há tanto tempo, estando coagulado, fica líquido em três dias específicos no ano: o dia da memória do Santo, 19 de setembro; no dia 16 de dezembro, dia em que, no ano de 1631, fez-se uma procissão com as relíquias do santo, impedindo a erupção do Vesúvio; e no sábado antes do primeiro domingo de maio, dia da primeira transladação das relíquias do santo. Em 2015, o sangue se liquefez em uma data diferente: por ocasião de uma visita do Papa Francisco, no dia 21 de março, fora das datas previstas, o sangue se liquefez nas mãos do Santo Padre.

Diversos estudos já foram realizados no sangue, para garantir que se não se tratava de outro composto, comprovando a veracidade do sangue, que se liquefaz de forma espontânea, sem interferência de temperatura ou movimento, passando por algumas transformações sem explicação científica, como aumento da massa, diminuição do volume e variação de cor. Registram-se estas mudanças no sangue do santo desde o século XIV, perto de sua transladação para a Catedral de Nápoles.

Quando o milagre acontece, os fiéis que foram venerar a relíquia entoam cânticos de ação de graças a Deus por este sinal. Em algumas datas previstas, porém, o sangue não se liquefez e isso se interpreta como um sinal de uma tragédia que estaria para acontecer. Ao verificar a ausência do milagre, os fiéis iniciam orações públicas, para pedir a proteção divina. Pode-se dizer, então, que São Januário, séculos depois de seu martírio, continua exortando os fiéis para manterem a fé em Deus, seja para louvá-lo ou para pedir sua proteção, recorrendo ao Senhor em todos os momentos de sua vida.

* Artigo por Gustavo Laureano Pinto, seminarista diocesano da Teologia

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