Diocese de Santo André

Setembro Amarelo: a importância do diálogo, da escuta e das iniciativas de prevenção ao suicídio

O Setembro Amarelo é dedicado à conscientização e iniciativas de prevenção ao suícidio. A campanha teve início em 2015, no Brasil. A escolha do mês aconteceu porque dia 10 de setembro é o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. O debate sobre o tema é muito importante, não somente no Brasil, mas em todo o mundo, tanto que a OMS (Organização Mundial da Saúde) publicou em junho deste ano, uma orientação para reduzir a taxa de suicídio em um terço até 2030. Dados da organização relatam que, apenas em 2019, mais de 700 mil pessoas morreram por suicídio, muitas delas jovens, o que representa uma pessoa a cada 100 mortes. Leia, em inglês, o documento chamado “Suicídio no mundo todo em 2019”.

Para refletir sobre essa temática, a psicóloga e psicodramatista Madalena Cabral detalha as causas que podem levar ao suicídio e como buscar saídas para restabelecer a saúde mental, física, emocional e espiritual.

Definição de suicídio e as potenciais causas
O suicidio é definido no dicionário como “a intenção de tirar a própria vida”, “a destruição dos próprios interesses”. “A pessoa tem as ideias e idealização de que a vida não vale a pena e começa a perder o interesse pelos familiares, pessoas próximas e se fecham em si mesma, sentindo que não tem nada a contribuir com quem está próximo ou distante, família, amigos e pessoas que possam vir a auxiliar e vice-versa”, explica a especialista. “O mundo descobriu que não era só tristeza, porque a tristeza vem e ela é benéfica, no sentido de dizer que algo em nossos sentimentos não estão bem. Mas se essa tristeza permanece por longos tempos, e eu não consigo trabalhar com ela, vai se transformando numa depressão. Depressão é eu voltar para mim e não conseguir enxergar mais o outro. E aí não consigo trabalhar mais com meus sentimentos, com as minhas angústias, com meus receios e vai me levando a ficar no isolamento”, complementa Madalena, sobre o quadro que pode levar aos pensamentos suicidas.

Agravamento da depressão e os vícios
Segundo Madalena, esse isolamento pode provocar a reflexão de algumas mágoas não solucionadas, o que tende a ocasionar um maior quadro de depressão. Além disso, os vícios contribuem diretamente para o agravamento da situação. “O álcool e as drogas ilícitas proporcionam momentos de depressão, porque afetam nosso sistema nervoso central. Vão nos tornando não cientes de nossas atitudes e a depressão se agrava. Tem momentos que não enxergamos mais nada e aí é o grande perigo que existe”, alerta.

Apoio da família e tratamento
Daí a importância do cuidado ao próximo, do apoio das famílias e das pessoas nestas situações buscarem ajuda. “Levar ao tratamento tanto medicamentoso com psiquiatra, quanto com a psicoterapeuta, porque é através do cuidado, primeiramente da medicina, da psicologia, do social e de todos que estão em volta para que a pessoa possa se restabelecer, possa sair desta situação, porque esse é um momento crucial para nós podermos atender essas pessoas”, sintetiza Madalena, em relação à prevenção de qualquer situação que possa levar ao suicídio.

Atividades de conscientização
Preocupada com um tema que requer muita atenção na sociedade atual e elaboração de políticas para combater esse problema de saúde pública, a Diocese de Santo André apoia ações educativas e de valorização à vida, na sociedade, nos órgãos públicos, nas paróquias e comunidades das dez regiões pastorais do Grande ABC.

Em Santo André, a equipe do NEPSAR (Núcleo de Estudo e Pesquisa de SocioPsicodrama do ABC e região) realizará pelo quarto ano, atividades no Terminal Metropolitano Leste Santo André da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo), localizado na Rua Visconde de Taunay s/nº. Esse trabalho de diálogo com os transeuntes visa a conscientização da população com painel de mensagens e um trabalho com varal composto de alguns quadros, que venha a facilitar as intervenções para a valorização da vida, em que as pessoas que se sentirem sensibilizadas poderão participar de momentos de escuta, reflexão e cenas sociopsicodramáticas, do autocuidado e autorrespeito consigo e com o próximo, com o objetivo de que encontrem algumas respostas para os pensamentos, sentimentos e as ações, para cuidar-se e buscar tratamentos de atenção à saúde mental.

Já a Pastoral da Sobriedade da Diocese de Santo André tem se organizado para promover iniciativas de conscientização por meio de palestras, que atendem aos itinerários do 8º Plano Diocesano de Pastoral, como a conversão para o acolhimento, a espiritualidade e o diálogo como fundamentais durante o período de pandemia da Covid-19.

Com o objetivo de conscientizar os cidadãos, o coordenador diocesano de Pastoral da Sobriedade, Edilson Lopes da Silva, afirma que as mídias sociais serão utilizadas para alertar as pessoas sobre o suicídio, através de duas lives transmitidas pelo Facebook e YouTube: a primeira no dia 12/09 (domingo), com o psicólogo Edimar Costa, e a segunda no dia 26/09 (domingo), com a psicóloga Sileide Barreto. Os especialistas no assunto apresentarão experiências e dicas de como identificar sinais e lidar com pessoas com esses pensamentos suicidas.

“Infelizmente tem crescido o número de suicídios durante essa pandemia, atrelado também ao consumo de drogas”, avisa Edilson.

Leia mais:
Setembro Amarelo incentiva diálogo e acolhida ao próximo

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