O coração da Diocese de Santo André se enche de gratidão neste 12 de outubro, data que une dois grandes amores da Igreja no Brasil: Nossa Senhora Aparecida, Mãe do povo brasileiro, e o aniversário de ordenação episcopal de Dom Pedro Carlos Cipollini, nosso bispo diocesano.
Celebrar Dom Pedro neste dia é celebrar também a providência divina: assim como Maria apareceu nas águas do Rio Paraíba do Sul pelas mãos de simples pescadores, Dom Pedro também tem se feito presença entre o povo, guiando esta Igreja com humildade, sabedoria e amor.
Um chamado que nasceu cedo
Dom Pedro nasceu em 4 de maio de 1952, em Caconde, no interior de São Paulo. Desde muito cedo, sentiu o desejo de ser padre.
O caminho, porém, não foi fácil. O pai, temeroso diante das mudanças da Igreja e do futuro do filho, hesitava em apoiá-lo. Mas o jovem Pedro, com serenidade e fé, respondeu com firmeza:
“Papai, é isso mesmo que eu quero. Eu quero ser padre.”
Esse “sim”, nascido na juventude, foi o primeiro de muitos.
Em 7 de setembro de 1977, foi ordenado diácono, e em 25 de fevereiro de 1978, tornou-se presbítero, ambos os momentos vividos na Catedral da Imaculada Conceição, em Franca (SP), pelas mãos do então bispo Dom Diógenes Silva Matthes.
Nos primeiros seis anos de ministério, serviu à Diocese de Franca com zelo pastoral e espírito missionário. Depois, foi enviado para a Arquidiocese de Campinas, onde exerceu seu ministério por 27 anos. Lá foi pároco, professor de Teologia na PUC-Campinas, coordenador de pastoral e formador de seminaristas, tornando-se referência por unir conhecimento, espiritualidade e proximidade com o povo.
“Em Nome de Jesus”
Em 14 de julho de 2010, o Papa Bento XVI o nomeou bispo da Diocese de Amparo, e no dia 12 de outubro de 2010, Dom Pedro foi ordenado bispo na Catedral Metropolitana de Campinas. Escolheu para seu lema episcopal a passagem da Carta aos Colossenses:
“In Nomine Iesu” (Cl 3,17) – “Em Nome de Jesus.”
Essas palavras definem o coração de seu ministério.
Tudo o que faz — cada homilia, cada visita, cada gesto de pastor — é realizado em Nome de Jesus.
Para Dom Pedro, a fé não é teoria, é caminho. Ser bispo é servir, escutar, orientar e amar.
Assumiu a Diocese de Amparo em 24 de outubro de 2010, e ali deu os primeiros passos de uma missão episcopal marcada pela simplicidade, pela comunhão e pela coragem de anunciar a verdade do Evangelho. No âmbito nacional, passou a servir também à Igreja no Brasil: foi membro da Comissão Episcopal para a Doutrina da Fé e, posteriormente, eleito presidente da mesma comissão durante dois mandatos (2015–2019 e 2019–2023), ajudando a iluminar a fé da Igreja com sabedoria e clareza.
O pastor do Grande ABC
Em 27 de maio de 2015, o Papa Francisco o nomeou bispo da Diocese de Santo André, e em 26 de julho do mesmo ano, Dom Pedro tomou posse como o quinto bispo diocesano.
Desde o início, escolheu estar próximo. Não quis ser um bispo de gabinete, mas de estrada, de paróquia, de comunidade.
Visitou todas as cidades e paróquias, celebrou em centenas de capelas, tomou café com os padres, ouviu histórias, dores e esperanças. Trouxe para a Diocese o processo de escuta e sinodalidade, lembrando que a Igreja se faz junto, em comunhão e participação.
Seu episcopado em Santo André é marcado pela organização e pelo zelo pastoral. Dom Pedro conduziu o 1º Sínodo Diocesano, erigiu novas paróquias, criou vicariatos episcopais, estruturou o Tribunal Eclesiástico Diocesano, ordenou diáconos e padres, e publicou duas cartas pastorais que orientam o caminho de fé de toda a Igreja do Grande ABC.
Mas, acima de tudo, Dom Pedro é um bispo de coração próximo, que une fé e razão, doutrina e humanidade.
Ele vive o Evangelho com firmeza, mas também com ternura. É o bispo que se alegra com o nascimento de cada vida, que abençoa famílias, que acolhe o sofrimento do povo e o transforma em oração.
Foi ele quem batizou o pequeno Benjamin, filho de uma família da Diocese, gesto simples e cheio de significado: um pastor que conhece e ama suas ovelhas, como Cristo nos ensinou.
Sob o olhar da Mãe Aparecida
Celebrar os 15 anos de episcopado de Dom Pedro no dia de Nossa Senhora Aparecida é mais do que coincidência — é sinal.
A Mãe que apareceu pelas mãos dos pobres pescadores e se fez próxima do povo simples também confiou a Dom Pedro o cuidado de um povo inteiro. E ele tem vivido esse chamado com fidelidade, humildade e amor.
Seu pastoreio é marcado pela esperança — aquela que, como nos lembra São Paulo, “não decepciona” (Rm 5,5).
Em tempos desafiadores, Dom Pedro continua apontando para Cristo, convidando a Igreja a permanecer firme na fé, a cuidar dos que sofrem e a caminhar em comunhão.
Missionário da esperança
Neste Mês Missionário, em sintonia com o tema proposto pelo Papa Francisco — “Missionários da esperança entre os povos” —, Dom Pedro é exemplo vivo dessa vocação missionária.
Ele nos recorda que evangelizar não é apenas pregar, mas viver a esperança, ser sinal de Deus no cotidiano, nas periferias geográficas e existenciais, nas realidades mais simples e também nas mais complexas.
Hoje, a Diocese de Santo André se une em uma só voz para agradecer a Deus por sua vida, por seu ministério e pelo testemunho de um pastor que conduz com sabedoria e ama com o coração de Cristo.
Que Nossa Senhora Aparecida continue a sustentá-lo, cobrindo-o com seu manto, como cobre também cada filho e filha desta Diocese.
E que Dom Pedro siga conduzindo esta Igreja viva e missionária “Em Nome de Jesus”, com o mesmo amor, esperança e fidelidade que marcaram todo o seu caminho.