Diocese de Santo André

Doutores da igreja: qual é processo para se reconhecer um santo doutor da igreja católica apostólica romana

Iniciemos esta reflexão pensando sobre o significado da palavra “Santo”. Do termo latino sanctus (“estabelecido segundo a lei” ou “que se tornou sagrado”) é tudo aquilo que é sagrado, ou seja, que está conforme os preceitos religiosos e a Deus, palavra usada também para designar as pessoas que desempenharam uma obra admirável, ou cuja vida serve de testemunho aos demais cristãos.

Em todos os seus 2020 anos de história, a Igreja Católica já canonizou mais de 20.000 santos pelo mundo, e temos certeza de que este número é ainda maior, pois sabemos dos inúmeros mártires que deram sua vida em favor de Jesus Cristo e da Igreja ao longo destes anos. Tanto é que, anualmente, no dia 01 de novembro a Igreja celebra “O dia de todos os Santos”, em memória de todos àqueles que dedicaram e sacrificaram suas vidas em favor de Jesus Cristo e à Igreja, canonizados ou não.

Na crença de que todos estes que viveram pela Caridade, pela Fé e na Esperança são merecedores de tal título, e rezam sem cessar por todos nós juntos a Deus, celebramos então “O Dia de todos os Santos”.

Mas você já ouviu falar sobre os Santos Doutores da Igreja? Você sabe por que eles recebem este título? Vamos a mais uma definição, agora do termo Doutor. Quem recebe este título é tido como conhecedor profundo de um determinado assunto, é o título, ou grau acadêmico, mais elevado dos sistemas de ensino que conhecemos atualmente.

Os Doutores da Igreja são aqueles que deram uma grande contribuição para a Igreja deixando profundos ensinamentos teológicos e de testemunho de vida, que o magistério da igreja absorveu e tomou como ensinamento para todos os fiéis leigos e religiosos. Podemos dizer que estes homens e mulheres são verdadeiros “gigantes”, pois foram personagens que viveram uma vida intensa de oração (muitos deles com inúmeras experiências místicas), de penitência, de profundo estudo da sagrada escritura e do saber teológico, e por seus escritos pelos quais eles confirmam a doutrina cristã e que impactaram para sempre a história da igreja. Somente o Santo Padre o Papa pode dar o título de Doutor da igreja a um santo ou a uma santa. Atualmente a igreja reconhece 36 santos(as) Doutores(as) dentre os mais de 2.000 já citados anteriormente. Entre eles estão 32 homens e 04 mulheres, sendo o mais antigo, por data de nascimento,  Santo Atanásio (viveu de 296-373) e a mais recente Santa Teresinha do Menino Jesus (viveu de 1873 a 1897).

O processo de reconhecimento de um (a) santo (a) doutor (a) pela igreja segue três premissas importantes:

  • Eminens doctrina (“Importância da doutrina”): alguns doutores, como São Gregório ou Santo Ambrósio, são proeminentes por suas epístolas e tratados curtos. Santa Catarina de Sena e São João da Cruz escreveram sobre teologia mística. Santo Agostinho e São Belarmino defenderam a Igreja contra heresias. A “História Eclesiástica do Povo Inglês” de São Beda é uma obra que fornece uma riqueza incomparável de informações sobre a Inglaterra no início da Idade Média. Já a teologia sistêmica inclui os filósofos escolásticos Santo Anselmo, Santo Alberto Magno e Santo Tomás de Aquino.
  • Insignis vitae sanctitas (“Alto grau de santidade”): investiga-se a vida de fé e testemunho que o santo(a) teve. Como mencionado, alguns deles viveram grandes experiências místicas como Santa Catarina de Sena e São João da Cruz. Também citamos a “Teologia do Pequeno Caminho” ou “da Infância Espiritual”, vivida por Santa Teresinha do Menino Jesus no qual ela nos ensinava que a prática do amor a Deus não se baseava em grandes ações, mas em pequenos atos diários, aparentemente insignificantes.
  • Ecclesiae declaratio (“Proclamação da Igreja”): por fim, conforme ensina o Papa Bento XIV (1675-1758) sobre a terceira condição como sendo uma declaração do sumo pontífice ou de um concílio geral, porém, apesar de diversos concílios gerais terem aclamado obras de alguns Doutores, nenhum concílio até o momento conferiu, de fato, o título de “Doutor da Igreja”. Na prática, o procedimento consiste num decreto que estende a toda a Igreja o uso do Ofício Divino e da Missa de um indivíduo, que já é santo, o título de “doutor”. Este decreto é emitido pela Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos e aprovado pelo Papa depois de, se necessário, uma avaliação cuidadosa das obras do santo.

Portanto, reconhecer um santo ou uma santa como doutores da igreja significa que, formalmente, a igreja reconhece através de decreto que estes fiéis foram figuras que impactaram profundamente suas gerações e as gerações seguintes. Que deixaram um legado de grande reflexão teológica, de práticas de oração, de experiências místicas, se simplicidade no relacionamento com Deus, de vivência na fé e na caridade que transformaram a história da igreja como um todo. Cada um de acordo com sua realidade, alguns doutores muito cultos, formados, e outros sem formação, sem muita cultura, praticamente analfabetos, que necessitavam da ajuda de terceiros para escrever suas inspirações divinas, mas que sua experiência em Deus deixara evidente seu elevado grau de santidade de vida perante os homens.

Rezemos por todos nossos Santos Doutores, para que continuem nos inspirando a buscar cada vez mais de Deus em nossas Vidas.

Abaixo, a relação de Santos Doutores da igreja:

São Gregório Magno
Santo Agostinho
Santo Ambrósio
São Jerónimo
São Tomás de Aquino
Santo Atanásio
São Basílio Magno
São Gregório Nazianzeno
São João Crisóstomo
São Boaventura
Santo Anselmo
Santo Isidoro de Sevilha
São Pedro Crisólogo
São Leão Magno
São Pedro Damião
São Bernardo de Claraval
Santo Hilário de Poitiers
Santo Afonso Maria de Ligório
São Francisco de Sales
São Cirilo de Alexandria
São Cirilo de Jerusalém
São João Damasceno
São Beda, o venerável
Santo Efrém, o sírio.
São Pedro Canísio
São João da Cruz
São Roberto Belarmino
Santo Alberto Magno
Santo António
São Lourenço de Brindisi
Santa Teresa de Jesus (Ávila)
Santa Catarina da Sena
Santa Teresa do Menino Jesus (Lisieux)
São João de Ávila
Santa Hildegarda de Bingen
São Gregório de Narek.

Neste dia 01/10 celebramos o dia de Santa Teresinha do Menino Jesus (1873–1897), patrona Universal das Missões Católicas. Nascida em Alençon (França), Teresinha entrou com 15 anos no Mosteiro das Carmelitas em Lisieux, Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face esteve como criança para o Pai, sempre tomada pelo Espírito de amor, seguiu um lindo e possível caminho de santidade: sua “Infância espiritual”. Declarada santa em 1925 e Doutora da Igreja em 1997 pelo então Papa João Paulo II (hoje São João Paulo II), morreu de tuberculose, com apenas 24 anos, no dia 30 de setembro de 1897 dizendo suas últimas palavras: “Oh!…amo-O. Deus meu,…amo-Vos!”

Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada face, rogai a Deus por nós. Todos os Santos do Senhor, rogai a Deus por nós.

Fonte: Wikipédia
*Artigo por André Almeida (PASCOM Diocesena)

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