A leitura do Apocalipse de São João nos leva a meditar sobre as grandes dificuldades dos seres humanos em seguirem princípios e valores que defendam o respeito e a caridade ao próximo. Muitas vezes preocupamo-nos mais com o bem-estar material, com os prazeres da vida, do que com a verdadeira felicidade.
A Palavra de Deus é sempre clara e objetiva quando aborda temas importantes, alertando a humanidade para não ser cúmplice dos pecados praticados na Babilônia de outrora e também de agora (cf. Ap 17, 1-2; 18, 4-5).
Enquanto o Evangelho nos coloca diante de uma vida com valores espelhados nos ensinamentos de Jesus Cristo, muitos eventos, entretenimentos e promoções estragam a todos nós, incutindo valores totalmente não cristãos. É o caso das novelas que, em sua maioria, exploram as paixões humanas, incentivando o egoísmo, o desprezo ao próximo, a inveja e o ganho fácil, não importando em fazer dos seres humanos objetos.
Refletindo um pouco mais profundamente, não há como negar que as novelas, bem como toda a tentativa de reformulação da educação, em nosso País e no mundo, agora com “valores” somente materiais, além, é claro, da discussão sobre a “ideologia de gênero”, são todos parte da mesma estratégia de desconstrução do mundo, desconstrução da família sonhada por Deus.
É evidente que o objetivo é desconstruir a família; vejam os vários movimentos mundiais, sempre regiamente patrocinados que pregam o direito da mulher para a escolha, me refiro aqui ao aborto, ao assassinato de uma vida. Ora, que direito é este que exclui e elimina uma vida, a mais indefesa?
Estes fatos, tão presentes em nossos dias, servem de alerta a todos nós católicos para que sejamos cada vez mais autênticos, cada vez mais preocupados em ouvir e entender a Palavra de Jesus Cristo. Dar testemunho cristão é sim virar as costas para o pecado; é selecionar o que merece ser visto nas televisões e desprezar o restante; é fazer programas ou participar de eventos que respeitem o próximo e ajudem na construção da família, na educação dos filhos; é romper com o comodismo e dizer não ao que estiver errado, ao que não tenha os valores cristãos.
Ao término destas poucas palavras eu gostaria de conclamar o povo católico, para que participe sempre da comunidade, para que ajude a construir uma comunidade com os verdadeiros valores cristãos, pois, é na comunidade que nos fortalecemos para enfrentarmos as iniquidades e para que não sejamos cúmplices do pecado.
Roberto Vertamatti
Abril de 2015