“Nenhuma família sem casa, nenhum camponês sem terra, nenhum trabalhador sem direitos”
A frase acima pertence ao Papa Francisco e foi escolhida pela Pastoral Operária para ser o tema da Missa pelos Direitos dos Trabalhadores, celebrada como acontece desde 1980, no dia 1º de maio, na Igreja Matriz de São Bernardo do Campo (Basílica Menor de Nossa Senhora da Boa Viagem), no Centro desta cidade.
Dom Nelson presidiu a celebração e recordou que “neste Dia Mundial do Trabalho e dos Trabalhadores, para dar uma dimensão cristã ao Primeiro de Maio, o Papa Pio XII estabeleceu a Festa de São José Operário, pondo diante dos olhos de todos os trabalhadores e trabalhadoras um modelo e mestre”.
O Bispo Diocesano também fez duras análises. Citou que “ O trabalho deve ser fonte de realização das aptidões e capacidades de cada ser humano, propiciando o desenvolvimento da sua criatividade e dando ensejo à participação de homens e mulheres na obra da criação divina. Contudo, o modo como o mundo do trabalho está organizado hoje não favorece essa perspectiva. Urge, portanto, a construção de uma nova cultura do trabalho na qual o trabalho seja fonte de realização da pessoa humana”.
Chamou a atenção da sociedade ao dizer que “Infelizmente há ainda um grande número de excluídos dos direitos trabalhistas, aos quais é negada a possibilidade de se sindicalizar, que não têm uma renda justa e estável. A esses todos quero unir a minha voz à sua e acompanhá-los com minha solidariedade na sua luta”.
Em outro ponto alertou: “Infelizmente ainda subsistem diversas formas de exploração do trabalhador/a, cujas justas reivindicações precisam ser ouvidas. Há que vencer as injustas desigualdades salariais e a opressão do trabalhador, para que o operário possa sustentar-se e à sua família, e ter uma vida segundo exige a dignidade humana”.
Dom Nelson recordou a fala de Papa Francisco: “Não existe pior pobreza material do que aquela pobreza que não permite ganhar o pão e priva da dignidade do trabalho. O desemprego juvenil, a informalidade e a falta de direitos trabalhistas não são inevitáveis, são o resultado de uma prévia opção social, de um sistema econômico que coloca os lucros acima do homem e da mulher; são efeitos de uma cultura do descarte que considera o ser humano em si mesmo como um bem de consumo, que pode ser usado e depois jogado fora… Hoje, ao fenômeno da exploração e da opressão, soma-se uma nova dimensão: os que não podem ser integrados, os ‘sobrantes’. Isso acontece quando, no centro de um sistema econômico, está o ‘deus dinheiro’ e não a pessoa humana”, finalizou.