“Ninguém é sacerdote para si mesmo, mas para os outros.”
Neste mês de agosto somos chamados a refletir sobre nossa vocação como cristãos. Em nosso batismo que é o primeiro chamado para todos, somos chamados para seguir Jesus como discípulos e missionários. Existem muitas maneiras de viver esta vocação fundamental, são os vários ministérios existentes em meio ao Povo de Deus.
Em nossa Igreja, neste mês, refletimos de modo especial sobre as vocações sacerdotais e religiosas. É chamado especial, através do qual alguns batizados e batizadas se consagram totalmente a serviço do Reino de Deus. Mais especificamente neste mês, costumamos refletir sobre a vocação sacerdotal, o sacerdote, o padre. Isto por celebrarmos no dia 04 de agosto o dia do padroeiro dos párocos: São João Vianey, cura de Ars.
O ministério sacerdotal é serviço em nome de Jesus, exercido em benefício do Povo de Deus. Ninguém é sacerdote para si mesmo, mas para os outros. O padre exerce seu ministério na pregação, organização das comunidades, celebração dos sacramentos, enfim ele é chamado a ser: sacerdote, profeta e pastor em meio ao povo.
O exercício do ministério sacerdotal tem dois lados como uma moeda. O lado que poderíamos chamar de “espiritual” e o lado “pastoral”. No Evangelho de Marcos Jesus ao chamar os apóstolos os chamou para: “estar com Ele e enviá-los em missão“ (Mc 3,14). Deduzimos deste objetivo de Jesus na escolha de seus discípulos, que devem em primeiro lugar serem homens de Deus, homens de oração, em seguida serem missionários e operários do Reino. Não se pode cair na tentação de separar a ação pastoral da liturgia e oração.
Somente assim, a presença do padre terá a dimensão de “ministério da recordação”, ou seja: ser presença viva de Jesus em meio a seu povo. O padre deve ser uma memória, lembrança, uma presença de Jesus que cura, sustenta e guia. O que dá suporte a esta presença é o “estar com Ele”, a espiritualidade, a intimidade com Deus.
Ser presença curativa: unidos a Deus os sacerdotes tem força para mover e curar os corações feridos. Estando atentos às necessidades dos irmãos, saberá curar os feridos, sendo ele mesmo então um curador ferido, “ferido” pelo amor de Deus. Ser presença sustentadora: porque é sustentado por Deus na oração, o padre pode sustentar os fiéis nos momentos difíceis e trágicos da vida. Poderá dar apoio, conforto, paz. Ser presença guia: mostrar o horizonte de felicidade ao qual todos são chamados. Mostrar a ilusão do consumismo, materialismo, etc. É a missão de anunciar, viver e pregar a Palavra de Deus.
Quero parabenizar todos os sacerdotes de nossa querida Diocese de Santo André. Dizer da minha alegria de encontrar tantos ministros de Deus empenhados na Igreja, em trabalhar pelo Reino de Deus. Que Deus os fortaleça com a certeza do grande amor que Ele tem por eles.
Peço a nosso bom povo que tanto estima os sacerdotes, que continuem rezando e apoiando o trabalho dos nossos padres. Eles são sinais de que Jesus está no meio de nós! E não se esqueçam de sustentar com vossa ajuda e orações as vocações sacerdotais. E rezem por mim que em meu ministério sou o servidor de todos como pai e pastor.
+Dom Pedro Carlos Cipollini
Bispo Diocesano de Santo André