Uma bonita tradição da Diocese de Santo André aconteceu novamente na manhã desta Sexta-Feira Santa (25/03). É a Vigília Eucarística, quando o bispo reza com os religiosos e religiosas que semeiam a Palavra de Deus em nossa diocese. Este encontro de fé foi realizado na Catedral Nossa Senhora do Carmo, em meio a centenas de leigos e leigas que em constante filas aguardavam para se confessarem.
Entre cânticos, foi lido o Evangelho de João 4, 1-23, sobre o encontro de Jesus com a mulher de Samaria, a samaritana, que como explicou o bispo, Dom Pedro, “se tornou missionária após ouvir a Palavra de Deus, já que chamou toda a sua cidade para ouvir a revelação de Jesus Cristo”. Dom Pedro disse que “Ela compreendeu de que água Jesus queria dizer. Esta água é a vida espiritual. ‘Quem beber da água que darei jamais terá sede’, (cf: João 4,14), isto é, brotará água eterna em quem crê em Deus. A mulher samaritana representa a todos que procuram a referência de Jesus para suas vidas.
O bispo alertou que nos dias de hoje não é fácil viver a vida espiritual. “É estranho falar em vida espiritual no mundo de hoje. Mesmo com o ser humano vivendo muito bem com poucas coisas, só com o necessário, a propaganda nos engana dizendo o contrário. É preciso recordar São João da Cruz que dizia ‘É preferível preferir Cristo a tudo o mais’. É preciso viver com a presença de Deus em nosso coração. A vida espiritual nos leva a viver com Deus”.
Em sua mensagem, Dom Pedro explicou que, “nós religiosos não podemos achar que somos maiores ou melhores do que ninguém. Precisamos recordar que Jesus colocou no mesmo patamar dos discípulos o bom ladrão que acabara de conhecer ao lado da sua cruz, ao lhe dizer que ‘vós estareis comigo ainda hoje’, uma ação, fruto da misericórdia de Deus”.
A perseverança é um dom a ser trabalhado definiu Dom Pedro. “Nosso mundo prefere o testemunho às palavras. O testemunho tem muito a ver com a perseverança. Deus nos pede a perseverança. E nós devemos pedir em nossas orações para que Deus fortaleça o dom da perseverança até o fim e também quando escurece. Esta escuridão é compreendida pela dinâmica pascal da morte e da ressurreição. Quanto mais escuro, mais perto está do amanhecer”.
Ao final do encontro, Dom Pedro trocou uma palavrinha com os religiosos e religiosas presentes, e sempre com seu costumeiro sorriso desejou feliz Páscoa a todos.