De onde vem a alegria de Maria? Qual foi a importância dessa alegria durante todo o itinerário da sua vida? Que poder exerceu a alegria na vida da Mãe de Jesus? E por que afirmamos que Maria era uma pessoa alegre?
Nas Escrituras está claro que a alegria é um dom de Deus, um fruto do Espirito Santo. Em Maria, é possível ver essa alegria que transborda e contagia porque, por sua pureza, ela reflete perfeitamente a ação de Deus. Logo depois que o Espírito Santo agiu preenchendo-a, tornando-a Mãe do Salvador, Maria de Nazaré, grávida, pôs-se a caminho, plena de alegria (não seria esse o motivo da pressa descrita em Lc 1,39?), para visitar Isabel. Mas Maria não tinha que cuidar do seu enxoval de noiva?
A alegria nos faz livres. Quando Maria chega a Ain Karen, a cidade de Isabel e Zacarias, depois de percorrer um árduo e montanhoso caminho, ela está tão feliz que sua saudação não é usual, mas tem algo de extraordinário. Isabel percebe e é tomada por sua alegria. A criança, o precursor João Batista, ainda no ventre de sua mãe, pula e já anuncia que a presença de Deus traz a verdadeira alegria.
Nos “Escritos” da Comunidade Católica Shalom é possivel encontrar algo parecido. O fundador, Moysés Azevedo, tenta descrever “o que se passa em seu coração” e diz perceber Deus dando um presente, que é novo e maravilhoso, único, um milagre. É possivel sentir a alegria através de suas palavras ao afirmar que Deus nos dá um caminho de felicidade através da Obra Nova, caminho seguro pois é o de Jesus e foi o de Maria.
A alegria de Maria, de Moysés e de todos os profetas vem da ação do Espírito Santo que lhes dá a fé. É preciso crer para se alegrar. Maria acreditou no que Deus estava fazendo, e a alegria da salvação se firmou em seu coração. Uma alegria que se consolidou na docilidade ao Espírito Santo e no serviço aos mais necessitados. A alegria é precursora do serviço. Quem não a tem não está apto para servir, não suporta, pois é ela quem torna o peso leve e o fardo suave.
Na alegria, Maria enfrentou as dúvidas de José. E será que não foi a alegria estampada no rosto da Imaculada que mais o desconcertava diante do impossível? Uma alegria que não transparecia traição, mas paixão pelo novo. Como José deve ter voltado feliz ao saber o motivo da alegria de Maria que também se tornou a sua. Como deve ter sido essa a atmosfera da casa de Nazaré, a alegria, pois o Reino de Deus fez morada no meio de nós.
Na alegria, a Virgem Maria viveu, acolheu, ofertou, silenciou, esperou, sofreu e viu a Ressurreição. Alegria da fé, alegria da esperança e da caridade.
Ó alegria de Maria, vem sobre nós!
Por: Raquel Reis