Existem lágrimas que não chegam a cair no chão. Elas percorrem o rosto suavemente, e como não querendo ir embora, permanecem na face. São lágrimas que nascem da emoção, lágrimas que querem transmitir sentimentos e acabam até expressando uma frase, uma palavra. Quem esteve na Catedral Nossa Senhora do Carmo, na noite de 8 de setembro pode ver este espetáculo humano.
A missa era em homenagem a um sacerdote que escolheu amar o povo da Diocese de Santo André. Nascido na França preferiu seguir os desígnios de Deus que fizeram com que o Padre José Mahon exercesse o seu ministério sacerdotal no Brasil, e fosse a região do Grande ABC a premiada com seus ensinamentos de humildade e de amor ao próximo.
Com noventa anos, dos quais, cinquenta e cinco foram vividos como missionário em paróquias distantes para ficar mais perto do povo, Padre Mahon se prepara para retornar ao seu país de origem. Leva, todavia, o carinho e o agradecimento de todos que tiveram a alegria de conviver com este homem de Deus, que tem a bondade plantada em seu coração.
Durante a celebração, presidida por Dom Pedro Carlos Cipollini e concelebrada por grande número de sacerdotes, vários depoimentos fizeram brotar a teimosa lágrima no rosto dos fiéis, como quando Irmã Wilma leu um pequeno histórico de sua vida, ou quando Padre Zezão pediu a bênção ao querido amigo, ou quando Padre Pedrinho recordou passagens marcantes de quando era seminarista e recebeu importantes ensinamentos deste querido mestre.
Por mais alguns dias, Padre Mahon continuará entre nós. Antes vai participar de missas em ação de graças em todas as paróquias e capelas onde serviu. Ao viajar levará na bagagem alguns presentes que recebeu das comunidades, como as duas camisas da seleção brasileira, uma azul e outra amarela, para olhar e vestir, quando ao respirar ares franceses, sentir saudade do seu querido Brasil.
Confira todas as fotos: https://www.flickr.com/photos/139815508@N03/albums/72157673767589235