Encontro sobre a “Sinodalidade da Igreja e a Vida Religiosa” trouxe reflexões para uma Diocese mais unida e participativa
O diálogo sobre o atual momento e as iniciativas da Igreja Católica na região, durante o Sínodo Diocesano – que vigora até novembro/2017 -, norteou o encontro do domingo (05/03) com 103 religiosos e religiosas de 24 congregações de seis municípios do Grande ABC, com o Bispo da Diocese de Santo André, Dom Pedro Carlos Cipollini, no Instituto Coração de Jesus, no centro do município andreense.
Com o tema “A Sinodalidade da Igreja e a Vida Religiosa”, o bispo diocesano salientou a necessidade de toda a Igreja viver em sua integralidade, na coletividade em detrimento da individualidade. “Sinodalidade significa ‘caminhar juntos’. Todos os movimentos e as comunidades em sintonia. Devemos combater a divisão na Igreja e promover a unidade. Caminhar Juntos da vida religiosa é dialogar e se relacionar com o próximo. Esse é o nosso empenho. A Sinodalidade como um advento de Cristo”, reflete Dom Pedro. A animação musical ficou por conta da Comunidade Católica Shalom Santo André e a condução dos trabalhos a cargo da Irmã Elaine Cristina Souza (Instituto das Filhas de São José-Santo André).
Novas Gerações
O frei agostiniano Tailer Ferreira (Diadema) avaliou positivamente o encontro e aproveitou para ressaltar a importância do grupo “Novas Gerações da Vida Religiosa” em Santo André, composto de jovens religiosos que professaram os votos temporários até 10 anos de profissão solene e que se encontram para partilhar experiências e reflexões na caminhada da vida religiosa. “É de fato uma experiência sinodal que a gente desenvolve, ao fazermos juntos um caminho de fortalecimento, de animação mútua dos religiosos”, frisa.
Mensagens em prol de um mundo com mais amor e menos ódio
“Para o mundo de hoje fica a mensagem: sozinhos não podemos fazer muitas coisas com qualidade. Podemos fazer mais rápido, mas sem qualidade. Para diminuir a violência se conta com a solidariedade, com o respeito os patrimônios as igrejas”, Irmã Edna – Pequenas Irmãs de Santa Terezinha do Menino Jesus (Mauá)
Irmã Edna (segunda, da direita para a esquerda)
“O testemunho é um caminho para que possamos ter uma comunidade com menos divisão e menos egoísmo. O caminho é a fé! A partir da fé, na relação com o outro, alcançamos o amor e resgatamos o valor das famílias”, Irmã Jucileide – Irmãs Operárias Piás de São José – Terceira Ordem Franciscana – Paróquia Nossa Senhora Guadalupe (São Bernardo Campo)
Irmã Jucileide
“Três palavras são importantes para um mundo com mais união: amor, justiça e fraternidade”, Irmã Cândida – Ministério Rainha do Amor -Paróquia São Sebastião (Rio Grande da Serra), acompanhada da irmã Perdão e dos irmãos Isaac e Sebastião.
“Para o mundo, esse aspecto (da sinodalidade) e importante, pois também observamos (na palestra) com Dom Pedro essa questão do individualismo, que está cada vez mais forte na sociedade. Sobretudo os meios de comunicação, as redes sociais que são importantes, mas ao mesmo tempo levam ao individualismo. É necessário também sair deste mundo e viver uma comunhão concreta com Jesus”, Irmã Simone – Instituto das Filhas de São José – Casa Provincial Vila Alpina (Santo André), que chegou recentemente na cidade.
“Precisamos ser uma congregação de irmãs em comunhão, num caminho como Igreja e dar o testemunho. Hoje, a Igreja precisa da comunhão, dessa unidade e desse amor. Darmos uns para os outros e não trabalhar sozinhos. Em paz, isso que precisa nossa família e o mundo”, Irmã Síbia – Sagrado Coração de Jesus – na Paróquia Cristo Rei (Diadema), argentina nascida em Buenos Aires, que vive há oito anos no país e trabalha num centro para crianças carentes.
Irmã Síbia (à esquerda)
“Se vivermos mais a fraternidade não teremos tanta violência no mundo”, Irmã Perdão – Ministério Rainha do Amor -Paróquia São Sebastião (Rio Grande da Serra)
(Da esquerda para a direita: Irmã Cândida, Irmão Sebastião, Irmã Perdão e Irmão Isaac)
Membros das congregações religiosas também avaliaram os pontos importantes da palestra proferida pelo bispo diocesano:
“É importante o contexto que ele (Dom Pedro) trouxe de vida religiosa, que ao passar do tempo foi se modificando, uma vez monástica, mais fechada, ora depois mais apostólica, estando a serviço da Igreja, mas que nunca deixou o seu aspecto comunitário. Acredito que isso vai fazer a diferença neste momento da Igreja em Santo André com a sinodalidade”, Irmã Gislene – Irmãs da Providência Externato Santo Antônio (São Caetano do Sul)
Irmã Gislene e Frei Tailer com religiosas
“Pude reavivar dentro de mim com convicção, o chamado que Deus nos faz. Como testemunha do Reino de Deus é preciso caminhar juntos com a Igreja. Viver isolado não é o caminho. A vida consagrada nos traz essa oportunidade. De ir mais além, para que o testemunho seja eficaz na vida do povo de Deus”, Irmã Jucileide – Irmãs Operárias Piás de São José – Terceira Ordem Franciscana – Paróquia Nossa Senhora Guadalupe (São Bernardo Campo)
“Dom Pedro elencou pontos importantes para a caminhada da Igreja, sobretudo a questão do caminhar juntos, dentro dessa proposta de sinodalidade. Buscar viver o evangelho no diálogo, na fraternidade em comunhão… Por isso é importante esse caminho da sinodalidade”, Irmã Simone – Instituto das Filhas de São José – Casa Provincial Vila Alpina (Santo André).
Irmã Simone (à esquerda)
“Para poder ser missionária, a Igreja Católica diante dos muitos desafios é preciso ter unidade, sobretudo, não está no individualismo das ações. Isto é, lógico que eu faria as coisas com muito mais rapidez se eu estivesse sozinha. Mas em comunhão com o outro requer um passo de qualidade, que é a participação do outro conosco”, Irmã Edna – Pequenas Irmãs de Santa Terezinha do Menino Jesus (Mauá)