Diocese de Santo André

Madalena Cabral destaca importância da família para vencer barreiras do Alzheimer e alcançar qualidade de vida

Dinâmica fez parte da iniciativa mensal organizada pela psicóloga e psicodramista, ocorrida no dia 28 de fevereiro, sempre com uma temática na área da Saúde. Evento aconteceu na Paróquia São Judas Tadeu, no Bairro Campestre, em Santo André

 

“Tem uma senhorinha lá na clínica que a família está sempre presente. Viu a neta e a bisneta nascerem e está sempre alegre. Não lembra de ninguém dali cinco minutos. Mas se perguntar para ela:  

-Como você está hoje?

-Eu estou bem, porque só vivo o agora! 

“O dia que ela me deu essa resposta, me confortou muito em lidar com eles. Percebi que ela está bem porque começou a viver o momento presente, apesar dos momentos de crise, quando se sente perdida”.

Eis um pequeno relato da especialista Madalena Cabral, motivado pelo exemplo apresentado de uma filha e os cuidados com a mãe, como introdução para um assunto relevante nos dias atuais.

O caminho para vencer as barreiras da doença é o suporte familiar. Evitar o confronto com o parente diagnosticado com a doença também é uma maneira de mantê-lo inserido na sociedade. Para isso, o tripé carinho, compreensão e amor se torna indispensável.

 

Dados e fatores de risco 

Fevereiro Roxo é o mês da conscientização da doença lúpus, do Mal de Alzheimer e da fibromialgia. Mais especificamente, o encontro teve como foco o debate sobre a segunda doença citada, que acomete mais de 30 milhões de pessoas em todo o mundo, de acordo com dados da OMS (Organização Mundial da Saúde).

No país esse número é estimado em 1,2 milhão de brasileiros e brasileiras diagnosticados com a doença. É o tipo mais comum de demência e atinge, principalmente, a população acima dos 60 anos. A enfermidade não é reversível, nem tem cura. Os fatores de risco são a idade e o histórico familiar. Um dos métodos de prevenção seria o estímulo de atividades do cérebro, com leituras e exercícios que coloquem os neurônios em funcionamento, permanentemente.

No entanto, alguns cientistas têm avançado nos estudos sobre a prevenção e primeiros sinais do Alzheimer. Tratamentos e terapias adequadas são perfeitamente possíveis para que as pessoas conquistem uma melhor qualidade de vida, apesar das limitações impostas pela doença.

Uma dessas iniciativas para manter um olhar mais otimista na convivência com o Mal de Alzheimer é apresentada por Madalena Cabral.

 

Vencendo obstáculos

A atividade de integração, que integra calendário permanente mensal na igreja do padroeiro das causas impossíveis com apoio da Pastoral da Saúde, tem um caráter informativo e participativo, já que a especialista sempre se utiliza de técnicas interativas e troca de experiências entre os participantes.

Cada pessoa é estimulada a contar a sua história de vida. Seus medos e aflições. Suas lembranças de infância. Enfim, os desafios de quem tem ou daqueles que acumulam o receio de algum dia ser diagnosticado com a incurável enfermidade.

“Tenho medo de ter Alzheimer. Porque assistimos na TV muitas notícias sobre o crescimento da doença. Essa atividade é muito importante para entender como funciona os primeiros sintomas dessa doença”, alerta a paroquiana Eunice Aparecida.

Logo após o encerramento da missa das 14h, cerca de 20 paroquianos se dirigem ao salão paroquial para participar da dinâmica. Olhares atentos. Algumas dúvidas. Pessoas que tem parentes com Mal de Alzheimer. Outras que são portadoras da própria doença. 

Com metodologia que explora as relações interpessoais a psicóloga, psicodramista e professora da pós-graduação em sociopsicodrama, Madalena Cabral, 63 anos, se utilizou de uma técnica interessante com o intuito de identificar as diferentes formas de conduzir e deixar ser conduzido.

Para isso, a especialista aplicou um jogo em que colocou ‘vendas’ nos olhos de metade dos participantes e a outra metade teria a tarefa de orientar a pessoa que estava literalmente no ‘escuro’, sendo que ambos trocaram de funções no decorrer da atividade.

A psicóloga Aline Andrade de Carvalho enfatiza que a roda de conversa teve como referência as ações do cuidador dos pacientes com Mal de Alzheimer. “Foi uma experiência muito enriquecedora. Na primeira atividade (pela manhã), uma cuidadora contou um pouco de sua angústia e trouxe um sentimento de cuidar do próximo, que às vezes acaba não cuidando de si própria”, comenta, ao citar o papel do psicólogo no auxílio e contribuição em como encarar esses desafios.

 

Depressão e crise existencial

Madalena afirma que a relação entre cuidador e enfermo nem sempre atinge o entrosamento ideal. Muitas vezes a instabilidade emotiva e o estresse aceleram um processo de solidão, melancolia e tristeza na vida das pessoas. “Para quem tá junto vem o sentimento de culpa. Por que estou assim? A filha ainda deixa ser conduzida pela mãe. Ela não conseguiu perceber que ela, hoje, é a mãe. Porque há essa inversão para que ela possa lidar de uma forma com o outro, que é de igualdade, de irmandade”, conta, ao citar um caso de conflito entre mãe e filha.

 

Calendário permanente

A próxima atividade com uma temática na área da Saúde acontece no dia 28 de março (quarta-feira), em dois horários (às 10h e 15h, sempre após as missas das 9h e 14h), na Paróquia São Judas Tadeu (Rua: Vitória Régia, 933 – Bairro Campestre – Santo André). Mais informações no telefone: (11) 4991-3181.

 

Leia também:

https://diocesesa.org.br/2018/02/01/janeiro-branco-eleva-autoestima-e-desperta-atencao-com-saude-mental/

 

Reportagem e Fotos: Fábio Sales

Compartilhe:

Rumo ao 9º Plano Diocesano de Pastoral: Um Chamado à Comunhão e Missão

Diocese de Santo André se despede de Padre Praxedes, sacerdote dedicado aos pobres e à justiça social

CDPA se reúne para fortalecer a ação pastoral e a comunhão diocesana em 2025

Condolência de Dom Pedro pelo falecimento do Padre Praxedes

Nota de pesar pelo falecimento do Padre Walfrides José Praxedes

Pe. Francisco de Assis da Silva, OMI, assume a Paróquia São Luiz Gonzaga em Mauá

Direitos Humanos?

nomeacoes

Nomeações e provisões – 29/01/2025

Núncio Apostólico do Burundi visita Diocese de Santo André

“A Catedral é a casa que acolhe a todos”, reflete Dom Pedro nos 85 anos da Nossa Senhora do Carmo