No dia 16 de julho a Igreja celebra uma bela festa em honra à Mãe de Deus. Para nossa Diocese, tem ainda um valor particular, pois se trata da festa de Nossa Senhora do Carmo, padroeira da nossa catedral.
A origem dessa memória se deu quando Nossa Senhora apareceu no monte Carmelo a São Simão Stock, um monge que vivia a espiritualidade da Ordem dos Carmelitas.
O monte Carmelo traz consigo um significado valoroso para nossa fé, pois é mencionado no capítulo 18 do livro de Reis, como o lugar onde o profeta Elias subiu para contemplar a Deus e pedir que o Senhor abençoasse Israel com a chuva que a terra tanto necessitava. O profeta avistou uma nuvem tão pequena como a mão de um homem, mas este foi o sinal de que Deus ouviu a súplica de seu povo, e então Israel foi banhada com uma chuva torrencial.
No século XIII, os carmelitas se dirigiram ao monte Carmelo a fim de experimentar, como Elias, uma fé contemplativa e, em 16 de julho de 1251, Simão Stock foi também agraciado com a visão de uma grande bênção para a Igreja. Nossa Senhora apareceu para ele e lhe entregou um valioso presente: o escapulário, que consistia em um tecido para ser usado por cima do hábito dos carmelitas. Ao receber das mãos da Mãe o escapulário, Simão Stock ouviu também Sua recomendação: “Este deve ser um signo e um privilégio para ti e para todos os Carmelitas: quem morrer usando o escapulário não sofrerá o fogo eterno”
Tais promessas de Nossa Senhora enchem nossos corações de esperança, de forma que o escapulário foi adaptado para que o utilizem também os leigos. Por isso o conhecemos como o cordão com duas telas de tecido para ser posto sobre nossos ombros como sinal de obediência e proteção.
SACRAMENTAL
No entanto, precisamos ter muito claro o sentido de se usar o escapulário. Ele consiste em um sacramental (e não um sacramento), ou seja, é um sinal externo que não traz a graça por si mesmo, simplesmente por usá-lo, mas nos prepara para a graça, traz o valor da intercessão da igreja e significa a consagração à Virgem Maria.
Assim, vestir o escapulário é uma forma de assumir um compromisso de obediência à Igreja e imitação das virtudes de Maria.
A partir da aparição no monte Carmelo, podemos entender que o hábito da própria Mãe de Deus consiste no escapulário, talvez por isso Ela nos recomenda com carinhosa insistência, pois Ela mesma veste a obediência aos mandamentos do Senhor.
Além disso, vestir o escapulário nos aproxima, ao menos fraternalmente, da Ordem Carmelita, integralmente mariana. Ainda que não seja necessário fazer os votos do Carmelo para usar o sacramental, portando o escapulário em nossos ombros, unimo-nos ao voto de carregar o jugo leve de Jesus, o peso de segui-Lo e a santa obediência às Suas palavras.
PROMESSAS DE NOSSA SENHORA A RESPEITO DO USO DO ESCAPULÁRIO
Ao presentear São Simão Stock com o escapulário, Nossa Senhora fez três promessas a todos que portarem este hábito:
- Proteção durante a vida. Por isso muitos comparam o escapulário a uma armadura, pois carregamos suas estampas no peito e nas costas, significando que estamos cercados pelo Senhor, como canta o Salmo 138, 5 “”Vós me cercais por trás e pela frente, e estendeis sobre mim a vossa mão.”
- Assistência na hora da morte. Nossa Senhora prometeu que quem estiver morrendo e portar o escapulário, será amparado. Há inúmeros relatos de bênçãos testemunhadas na hora da morte pelo porte do escapulário.
- A Salvação eterna, se o usamos com devoção.
Contudo, é importante ter claro que o escapulário não é um amuleto, mas um sacramental, e funciona como um sinal de que nos dispomos à vontade de Deus, com genuína devoção e contrição dos pecados.
Há também a indulgência plenária para quem porte com devoção o escapulário na missa de Nossa Senhora do Carmo (16 de julho), tenha se confessado e tenha rezado pelo Santo Padre.
Agraciados por Nossa Senhora do Carmo como padroeira de nossa Catedral, sejamos fiéis no compromisso de imitá-La, busquemos consagrar-nos a Ela tenhamos força de percorrer a santidade para alcançar o céu!
Nossa Senhora do Carmo, rogai por nós.
Artigo desenvolvido pela revisora Thiele Piotto