Em 2020, o Mês da Bíblia completa 49 anos de sua realização no Brasil. E a Diocese de Santo André prossegue as meditações e aprofundamento sobre o livro do Deuteronômio, com o lema “Abre tua mão para o teu irmão” (Dt 15,11).
É um livro rico em reflexões morais e éticas, com leis para regular as relações com Deus e com o próximo. Destaca-se no Deuteronômio a preocupação de promover a justiça, a solidariedade com os pobres, o órfão, a viúva e o estrangeiro. São leis humanitárias encontradas também no Código da Aliança (Ex 20-23).
Em nossa Diocese temos vários exemplos da Palavra de Deus colocada em prática, por meio da solidariedade e da acolhida, em sintonia com os itinerários do 8º Plano Diocesano de Pastoral, fruto do Sínodo Diocesano (2016-2017).
Cristiane Lombardi de Paula, 50 anos, atua como voluntária no Projeto Bom Samaritano, em Mauá. “De início pensei que poderia apenas ajudar com alimentos, cobertores e roupas. No entanto, aprendi muito com as pessoas em situação de rua. Hoje sinto o amor de Deus em cada um deles, sem julgar o que os levou a situação que vivem. Um amor que quero dividir o que tenho e não dar o que sobra”, sintetiza.
Coordenador da Pastoral do Migrante, Pe. Jean Dickson Saint-Claire, 43 anos, confirma que “abrir a tua mão para o estrangeiro” é o que mais faz a Igreja de Santo André nestes últimos anos, acolhendo, protegendo e promovendo os irmãos imigrantes radicados nas sete cidades da nossa Diocese. “O Centro de Apoio ao Migrante, em Utinga, é a expressão mais plausível da preocupação da Igreja Católica para com os imigrantes”, aponta. Acolher viúvas e pessoas sós é a missão das Comunidades Nossa Senhora da Esperança. “Participar do movimento significa transformar a nossa vida, ser feliz vivendo em pequenas comunidades de amizade e amor fraterno. Percebendo que a solidão não é querida por Deus, mas sim viver a vida com alegria e grande sentido de irmandade, uma comunidade de vida”, elucida a psicóloga Tereza Pitarello Shoshima, 64 anos.
Entenda o lema
De acordo com o coordenador da Comissão Diocesana de Animação Bíblico-Catequética, Pe. Eduardo Calandro, o centro do lema deste ano apresenta o discurso de Moisés dirigido ao povo antes de entrar na Terra Prometida. Em seus últimos momentos de vida, Moisés instrui e orienta o seu povo a caminhar na presença de Deus, sendo fiel à aliança estabelecida com Ele.
“E esse discurso não se trata de um texto meramente legislativo, mas de uma catequese, de um apelo a uma resposta amorosa do ser humano para com o Senhor”, salienta. Pe. Eduardo destaca que essa resposta se refere à vivência de uma fraternidade autêntica. “Ainda mais nestes tempos de pandemia, onde estamos privados de tantas coisas, do abraço e do aperto de mão, mas não estamos privados de abrir a nossa mão para ajudar o outro para viver esse projeto de fraternidade que Jesus instaurou entre nós”, atesta.
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