A CPJ (Comissão de Justiça e Paz) do Regional Sul 1 da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), no Estado de São Paulo, foi instalada em setembro e tomou posse no dia 17 de outubro deste ano, quando o presidente do Regional Sul 1 da CNBB, Dom Pedro Luiz Stringhini, celebrou missa na Basílica Nossa Senhora do Carmo, no Bairro Bela Vista, na capital paulista.
E a Diocese de Santo André está representada por meio de dois membros: Frei Marcelo Toyansk Guimarães, que é o Assessor Eclesiástico da CJP, da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, OFMCap; e Maria Cândida de Paula Thomaz de Sousa, Advogada, Vice-Coordenadora da Pastoral Afro Regional.
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Objetivos e articulações
Frei Marcelo também coordena os trabalhos do Núcleo da Economia de Francisco e Clara no ABC, é membro da Articulação Nacional pela Economia de Francisco e Clara no Brasil, e atua na Paróquia Santo Antônio da Vila Alpina, na Região Santo André – Centro. Ele adianta como será o trabalho do grupo de 20 membros titulares que estão mobilizados nesta missão.
“Como todas as comissões, a Comissão de Justiça e Paz tem o objetivo de fomentar, fortalecer e articular as forças que lutam pela justiça e a construção da paz. Isso, de um modo bem amplo, tanto a educação pela paz, a educação em direitos humanos, a educação por uma justiça social, até mesmo a incidência em políticas públicas, a articulação junto a poderes públicos e as ONGs”, explica.
O assessor eclesiástico também projeta que uma das metas é formar nos âmbitos da igreja, tanto nas arquidioceses quanto nas dioceses, as comissões arquidiocesanas e diocesanas de justiça e paz.
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Desafios e esperança
Sobre os desafios da comissão, o desmonte das políticas públicas em áreas como a saúde, educação e o desemprego crescente causa grande preocupação e exige ações imediatas para evitar o agravamento da crise social.
“Observamos a necessidade das comissões para articularem as forças eclesiais e sociais pela construção da justiça e da paz. Percebemos uma grande esperança de pessoas do campo da igreja e do campo social por esse trabalho das comissões e, nesse caso, dessa comissão instalada recentemente”, revela Frei Marcelo.
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Defesa dos direitos humanos
Maria Cândida de Paula Thomaz de Sousa, 64 anos, é a outra representante da Diocese de Santo André na CJP. Vice-coordenadora da Pastoral Afro do Regional Sul 1, ela também atua na coordenação diocesana da Pastoral Afro, que tem o Pe. Edmar Antônio de Jesus como assessor eclesial.
Ela atesta que a comissão preza pela coletividade, pois tem como compromisso fundamental, a construção da paz a partir da defesa e da garantia dos direitos humanos. “As nossas ações serão na busca incessante da vida plena em comunhão a cada momento e em cada lugar. E essas questões estão diretamente ligadas aos direitos humanos, pobres, minorias, presos, população de rua e desempregados”, argumenta.
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Documentos fundamentais
Como subsídios para essa atuação, documentos da Igreja Católica Apostólica Romana como a Doutrina Social da Igreja; o Direito Canônico; as encíclicas do Papa Francisco; o Concílio Vaticano II; o Pacto Pela Vida e pelo Brasil da CNBB; o Pacto Educativo Global proposto pelo Papa Francisco; a Economia de Francisco e Clara; e a 6ª Semana Social Brasileira. “Também vamos articular e dialogar com a Comissão Brasileira de Justiça e Paz e todas as pastorais sociais do Regional Sul 1. E como negra, junto a Pastoral Afro e o movimento negro, também levaremos as demandas do meu povo, na transversalidade dos assuntos, bem com as demandas da Diocese de Santo André”, sintetiza.
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Conheça os membros da Comissão de Justiça e Paz do Regional Sul 1 da CNBB:
Dom Pedro Luiz Stringhini, Bispo Referencial da Comissão
Frei Marcelo Toyansk Guimarães, Assessor Eclesiástico da CJP, da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, OFMCap
Murilo Gaspardo, Coordenador da CJP, Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da UNESP – Câmpus de Franca.
Antônio Funari, Advogado/Militante Direitos Humanos/Ex-Ouvidor da PM/Presidente da CJP Arquidiocese de SP
Ana Sueli Ferreira, Militante Direitos Humanos/Servidora Pública Federal
Antônio Carlos Malheiros, Desembargador
Padre Arlindo Dias, Congregação do Verbo Divino
Padre Gianfranco Archives, Assessor Nacional da Pastoral Carcerária
Luiza Andreza Camargo de Almeida, Diocese de Ourinhos/Pastoral da Juventude
Maria Victoria Benevides, Comissão Arns
Maria Auxiliadora Arantes, Diretora do Instituto Sedes Sapientiae
Irmã Maria da Penha de Oliveira, JPIC/CRB
Maria Cândida de Paula Thomaz de Sousa, Advogada, Vice- Coordenadora da Pastoral Afro Regional
Mario Francisco de Quinto Junior (CPT), Sociólogo
Matheus Rafael de Almeida, Prof. Professor de Matemática/Pastoral da Juventude de Santa Ernestina
Mônica Lopes, Coordenadora estadual da Fé e Política
Vidal Serrano Nunes Júnior, Diretor da Faculdade de Direito da PUCSP
Pastor Jair Alves, da Igreja Metodista.
Crédito da foto: Regional Sul 1 da CNBB e arquivo pessoal