Diocese de Santo André

Sínodo dos Bispos encoraja jovens a serem agentes da mudança na sociedade

“Para fazer a experiência do Sínodo é preciso escutar cada jovem, observar e respeitar as diferentes realidades. Esse é o caminho para uma juventude protagonista”. A frase do bispo referencial do Setor Juventude na Região Sul 1 da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), Dom Antônio Emídio Vilar, resume boa parte do conteúdo apresentado na Formação Diocesana da Juventude da Diocese de Santo André, a fim de aprofundar o debate sobre o documento final da XV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos com o tema: “Os Jovens, a Fé e o Discernimento Vocacional”.

O encontro ocorreu na tarde de sábado (25/05), no auditório do Instituto Sagrada Família, no Jardim Paraíso, em Santo André, e contou com participantes de várias regiões pastorais do Grande ABC. Além de Dom Vilar,  contou também com a presença do bispo da Diocese de Santo André, Dom Pedro Carlos Cipollini; do assessor da Juventude do Regional Sul 1 da CNBB, padre Reginaldo Martins da Silva; e do jornalista Filipe Domingues, que acompanhou os trabalhos oriundos da reunião pré-sinodal, em Roma; e do assessor diocesano do Setor Juventude, padre José Aparecido de Souza.
“O sínodo dá o exemplo de que não construímos nada sozinhos, e sim juntos. Esse encontro é muito importante, pois as palestras e exposições foram significativas para aprofundar o conteúdo do documento e apontar caminhos para uma boa evangelização. Participando da igreja nos tornamos mais jovens e capazes de testemunhar Jesus”, avalia Pe. José Aparecido.
Antes da fala inaugural, o Setor Juventude aqueceu o público com canções e louvores ao Senhor. Dom Pedro também agradeceu a presença de todos e elogiou a participação dos palestrantes.
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Realidade das ‘Juventudes’

Da Diocese de Mogi das Cruzes, Pe. Reginaldo foi o responsável pela abertura do encontro, ao abordar a introdução e acolhida do Sínodo dos Jovens, na Regional Sul 1 – em sintonia com os trabalhos da Pastoral Juvenil – que compreende 47 dioceses no estado de São Paulo.

“Primeiramente, o documento do sínodo nos chama a atenção para fazer uma reflexão de quem são esses jovens no mundo de hoje. Essa preocupação em conhecê-los. O que estão fazendo? Onde vivem? Quem são eles? O sínodo traz uma perspectiva bem interessante que nos faz conhecer essa realidade dos jovens”, assinala Pe. Reginaldo, ao dizer que o jovem é um agente da mudança.
Segundo o sacerdote, para traçar a personalidade das ‘juventudes’ é preciso entender a realidade social sobre a qual vivem na sociedade, bem como os fatores que contribuem para tais perfis, como a inserção (ou não) no mercado de trabalho, a vulnerabilidade social, a violência e a falta de oportunidades no ensino.

“Somos chamados a entender que o jovem não é aquele que está apenas inserido diante do campo de fé, mas está inserido dentro de uma sociedade, no meio político, no meio estudantil, em diversas áreas de nossa sociedade que contribuem com esse ser jovem para a realidade juvenil. Como o papa diz no documento, “o jovem é aquele que é capaz de rejuvenescer toda igreja’. Acentuando essa realidade, o jovem se apresenta na sociedade como meio de renovação, de oportunidades e de potencialidades, dentro de um contexto social que possa fazer com que essa mudança aconteça”, explica.

Pe. Reginaldo conclui sua fala com uma reflexão: “O sínodo tem sido e será para nós um grande momento para a igreja, a fim de que possamos refletir, sentar, pensar, estudar e propor caminhos. E interessante que o papa dizia “não venha trazer soluções prontas. É preciso escutar os jovens”, diante da grande diversidade. Então temos que acompanhar as ‘juventudes’ para que, de fato, nossa evangelização seja eficiente”, completa.
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Protagonismo da juventude

O jornalista Filipe Domingues viveu seis anos em Roma para aprofundamento dos seus estudos e posteriormente fez parte do grupo de 300 jovens do mundo todo que acompanharam a reunião pré-sinodal, além dos 15 mil jovens que participaram de seis grupos via Facebook, respondendo sobre os desafios e anseios dos jovens perante a igreja e a sociedade. “Essas respostas foram organizadas durante uma semana e após isso, foi publicado um documento pré-sinodal. Abordando as demandas, preocupações e propostas que contribuiriam para a elaboração deste material”, cita Filipe.

Do questionário, algumas perguntas se referiam diretamente ao objetivo da formação da personalidade de cada jovem que respondia as questões, tais como a relação com as mídias sociais, a convivência com a família, a frequência na igreja e a reflexão de si.

“Para entender essa realidade, as perguntas tratavam de quais os lugares e onde os jovens estão. A diversidade, desafios que surgem das divisões, o olhar sobre o futuro, aspirações e sonhos, a relação com as novas tecnologias, oportunidades e perigos. Como usamos o tempo e a relação com a família?”, recorda. De acordo com Filipe, as discussões dentro do pré-sínodo também enveredavam pela necessidade de os jovens serem protagonistas. “Os jovens não querem estar como uma parte do processo, mas fazer parte das decisões e não só receber as decisões, em vários níveis. Se for fazer encontros, evangelizar pela internet, chamem os jovens e vejam como eles também pensam em fazer isso. Porém, tem outro lado. Os jovens não querem fazer tudo sozinhos. Eles querem ser acompanhados, ouvidos e aprender, sobretudo, com os mais experientes”, reflete.
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Diálogo e escuta

Bispo da Diocese de São João da Boa Vista, Dom Vilar realizou a exposição de encerramento do encontro, ao abordar a necessidade do diálogo e da escuta para que a evangelização seja exitosa por meio dos jovens. Segundo o referencial da juventude no Regional Sul 1 da CNBB, o jovem é o radar da sociedade.

“O mundo é muito dinâmico. As questões de vulnerabilidade social, o desemprego, falta de oportunidades, a situação dos refugiados, dos migrantes, a exploração, a insegurança que paira no ar, o jovem que sente. Os jovens captam primeiro o sinal dos tempos. Se você ouve os jovens, previne os males futuros. Se você não ouve, vai padecer com os males futuros”, analisa.

Ainda de acordo com Dom Vilar, a primeira ação é aprofundar essa característica do sínodo, de estudar os jovens no mundo de hoje, em cada diocese e paróquia.

“Cada jovem tem uma realidade diferente em cada momento da vida e local em que vivem. É preciso dialogar e ouvir todas as fases. O que se espera da igreja e da sociedade é encorajá-los para os desafios, reconhecer os limites sem fazer juízo de valor e ser mais referenciais para eles”, pondera.
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Avaliações

A reportagem da Diocese de Santo André ouviu alguns jovens na saída do evento, a fim de repercutir os principais pontos apresentados na formação diocesana.

“Para mim, o mais importante foi a parte da reunião pré-sinodal, de todas as pautas debatidas e interessante não ficar apenas para nós, mas passar as demais pessoas”, Laisla da Silva Moresi, 16 anos, estudante – Paróquia São Geraldo Magella (Santo André).

“É a nossa ampla visão de enxergar e atender a todo tipo de jovem, desde aquele que seguem firmemente até aquele que não tem nenhuma atividade. E assim espalharmos cada vez mais a evangelização”, Wellington Cruz Galvão, 17 anos, trabalha em RH – Quase Paróquia Imaculada Conceição (São Bernardo).

 

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Leia o documento final do Sínodo aqui!

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