Nesta época do ano, a beneficência parece renascer nas pessoas e a caridade aflora. Muitos procuram entidades com necessitados, idosos, orfanatos para fazer deste período uma data diferente, dando roupas, apadrinhando crianças, entregando brinquedos, fazendo-as acreditar numa vida melhor. Em muitos casos, pessoas se vestem de Papai Noel por um dia para visitar instituições e comunidades, isso faz com que o sonho das pessoas seja relembrado. Existem empresas que buscam ajudar estas entidades, deixando disponível para os funcionários algumas cartinhas com pedidos para o bom velhinho.
Esse gesto não só traz alegria e esperança para os presenteados, mas também para as pessoas que o fazem. O sentimento é de gratidão, de ter feito a sua parte, de ver alguém feliz por um gesto tão simples e, principalmente, de dever cumprido. É uma atitude bonita, porém, o fato de lidarmos com pessoas e especialmente crianças, desperta o desejo de ter sempre o carinho, a expectativa de ter isso todos os dias da vida, ter alguém que lembre, que dê presentes, que seja amoroso e que esteja presente, não só no Natal, mas durante o ano todo. Todos ficam agradecidos, mas talvez não seja só a benevolência na época natalina que faz a diferença, mas sim, estar ali e se importar de verdade, não para sentir-se orgulhoso por ter se lembrado dos menos favorecidos nesta época. “Não tenhas preguiça de visitar um doente, pois é assim que te firmarás na caridade.” ((Eclesiástico 7,39) E é neste ponto da passagem de Eclesiástico que devemos chegar, praticar o bem independente da época do ano, levando amor e carinho aos mais necessitados, fazendo com que se sintam lembrados e acolhidos por todos, principalmente pela Igreja. “Que vossa caridade não seja fingida. Aborrecei o mal, apegai-vos solidamente ao bem.” (Romanos 12,9) Assim como nesta citação de Romanos, devemos ser caridosos de todo nosso interior, e isso não nos traz somente o ato de entregar presentes, mas devemos nos importar realmente e não fazer ou dar algo material para quem precisa, às vezes também temos pouco, mas nossa atenção e carinho para com os demais faz a diferença, faz com que se sintam importantes, um abraço, uma palavra de consolo já é um gesto muito valioso para quem precisa.
Papa Francisco disse na Missa presidida na Casa de Santa Marta na primeira segunda-feira do tempo do Advento: “O Natal é um encontro! E nós caminhamos para encontrá-lo: encontrá-lo com o coração, com a vida; encontrá-Lo vivo, como Ele é; encontrá-Lo com fé. E não é fácil viver com fé”. Devemos agir com esse intuito, encontrar a Deus, se o nosso objetivo é fazer o bem, praticar a caridade, realizar de todo coração, devemos orar antes de praticar, para que Ele nos oriente da melhor forma. Precisamos enxergar a época natalina como um ponta-pé para o despertar de nossa caridade e fazer dela parte de nossa vida, nós como cristãos, necessitamos usar dessa prática o ano inteiro, pensando naqueles que não são lembrados, cuidando, dando um pouco de ternura que os falta durante a vida e levando principalmente um pouco de fé e do amor de Deus.
Por Amanda Albela