Temos visto, em toda mídia visual, o “boom” dos livros de colorir. Intitulados como antiestresse, foram rapidamente difundidos como milagreiros entre os adultos que se viam diante de situações cotidianas de grandes tormentos ou pequenos dissabores…
A moda foi tão adotada que até as crianças estão entrando na onda de colorir desenhos complexos e cheios de minúcias. A escolha de cores, a busca por lápis de cor (que tem sido uma saga pouco alcançada, pois há falta desse item em todo Brasil), a divulgação de sua arte e tudo o mais que envolve essa atividade trouxe alguns comentários tristes entre amigos e nas redes sociais os “jardineiros(as)” são criticados e ridicularizados por estarem usufruindo desse meio como válvula de escape.
Mas o que a Igreja nos diz sobre isso?
Não encontrei nenhum pronunciamento oficial da nossa Santa Igreja sobre isso, mas no Catecismo encontramos no seu parágrafo 2501 uma bela definição de arte e sobre a criatura (nós) usar a arte:
“’Criado à imagem de Deus’, o homem exprime também a verdade de sua relação com o Deus Criador pela beleza das próprias obras artísticas. A arte é, de fato, uma forma de expressão propriamente humana; ultrapassando a tendência de satisfazer as necessidades vitais, comuns a todas as criaturas vivas, a arte é superabundância gratuita da riqueza interior do ser humano. Nascendo de um talento dado pelo Criador e do esforço do próprio homem, a arte é uma forma de sabedoria prática, que une conhecimento e perícia para expressar a verdade de uma realidade em linguagem acessível à vista e ao ouvido. A arte inclui certa semelhança com a atividade de Deus na criação, na medida em que se inspira na verdade e no amor das criaturas. Como qualquer outra atividade humana, a arte não tem um fim absoluto em si mesma, mas é ordenada e enobrecida pelo fim último do homem.”
Claro que estamos muito aquém daquilo que é a arte vista na Capela Cistina, por exemplo, ou na arte barroca das Igrejas Mineiras mas é uma forma de expressar sentimentos, descarregar frustrações e ser feliz, como éramos na infância ao colorir nossos desenhos.
As editoras católicas viram nesse meio uma forma de evangelizar e criar arte sacra. Pela Edições Loyola, saiu o livro “Cores da fé”, de Aurélio Fred e a Editora Petras lançará no final de junho o “Santos para colorir”.
Se é antiestresse eu ainda não comprovei, porque para mim tem sido gratificante ver “meus” desenhos coloridos e sendo admirados por meus amigos. Antes de ter o Cores da fé, criei no Jardim Secreto e no Floresta Encantada desenhos para expressar a minha fé, um para a padroeira de minha paróquia Santa Maria e outro para a querida Santa Teresinha.
Nessa versão católica, os desenhos são parecidos com os vitrais que vemos nas catedrais e igrejas, é muito legal! O negócio é se divertir!
Por Taíse Palombo