Diocese de Santo André

Preço de Fazer o Bem

Os cristãos devem testemunhar a caridade, que deriva da caridade de Jesus Cristo, a quem seguem. Jesus deixou o mandamento do amor como maior mandamento: Amar a Deus acima de tudo e amar o próximo como ele amou (cf. Jo 15,9). O amor ao próximo não se pratica somente porque as pessoas precisam de amor, mas porque Jesus mandou que se fizesse.

Ao longo do tempo a Igreja praticou o mandamento do amor, que na linguagem teologal se chama caridade, de muitos modos. Diante de situações críticas o mandamento do amor se torna caridade expressiva que acolhe e sustenta. Dar de comer a quem tem fome, dar de beber a quem tem sede, vestir os nus, visitar os doentes, estão entre as formas de caridade mais expressivas da Igreja Católica.

Esta caridade nasceu da celebração da eucaristia como nos indica o livro dos Atos dos Apóstolos. Os apóstolos instituíram os diáconos para ajudar no serviço aos pobres dando-lhes alimento. A caridade da Igreja nascente foi se expandindo além de seu interior atingindo a muitos grupos e pessoas de longe (cf. Rm 15,25). Assim, a caridade, entendida como um serviço social, fundada no exemplo do próprio Jesus Cristo, é um testemunho da Igreja dos primeiros tempos, que deve iluminar o caminho das comunidades cristãs para sempre.

Ao longo dos séculos, a Igreja Católica sempre foi pioneira na prática da Caridade, fundando hospitais e várias instituições que acolhem, alimentam e curam. Em nosso tempo, a caridade paternalista vai decaindo. Sente-se a necessidade de dar à caridade um sentido social. Não são suficientes os esforços individuais para acabar com a miséria e a pobreza. A ajuda aos necessitados se faz através de instituições permanentes e organizadas, mantidas com ajudas e subvenções diversas. Para os cristãos, o bem estar social não deve ser somente fruto de políticas públicas, mas acima de tudo prática do amor fraterno.

Visitei esta semana, em Santo André, no Jardim Ana Maria, a Casa de Acolhida Santa Gemma Galgani, anexa à Paróquia Santa Gemma, cujo pároco é o Frei Luiz Favaron. É uma instituição da Igreja Católica que há vinte anos acolhe mendigos e moradores de rua para oferecer-lhes almoço e momentos de bem estar e confraternização. As refeições são preparadas por equipes de católicos, de várias paróquias, que se revezam todos os dias da semana. Os fiéis oferecem os alimentos a serem preparados. E, nunca faltou, nem alimentos e nem pobres para serem alimentados.

A Casa de Acolhida tem somente um problema, e é com a Prefeitura Municipal de Santo André. A mais de três anos ela mantem embargo na construção do novo prédio da Casa de Acolhida. Isto mantem as obras paradas e impede a melhoria do atendimento aos pobres. De fato, como afirma W. Shakespeare: “A caridade abre caminho através de portões de ferro”.

Muitos, hoje, são contra este tipo de atendimento, afirmando que se deve ensinar a pescar e não dar o peixe. Desconhecem que, quando alguém está com fome, e não tem meios de obter o alimento que é dado por caridade, a esmola física é superior a qualquer outra, quer seja de caráter educacional ou espiritual. Madre Tereza de Calcutá que o diga.

Termino citando uma frase de Dom Helder Câmara que pode ajudar as pessoas de boa consciência: “Se eu tenho fome, é um problema material meu, se meus irmãos têm fome, é um problema espiritual meu”. Que possamos sempre fazer alguma coisa para ajudar a diminuir o sofrimento no mundo, pagando o preço por fazer o bem.

Dom Pedro Carlos Cipollini

Bispo Diocesano de Santo Andr

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