Convidado para proferir palestra na sessão solene da Câmara Municipal de São Bernardo do Campo, em homenagem à Campanha da Fraternidade 2016, o bispo diocesano, Dom Pedro Carlos Cipollini iniciou sua fala dizendo que “o serviço público não existe para privilegiar os privilegiados, mas sim para atender a todos. É como se represassem o rio para poucos e deixassem só um fiozinho de água para os demais”, alertou.
O encontro que aconteceu nesta Casa de Leis, na noite de 10 de junho é uma iniciativa do vereador Antônio Carlos da Silva (o Toninho da Lanchonete), que há 14 anos realiza esta noite que homenageia a Igreja Católica Apostólica Romana. Na ocasião, vinte e sete casais que se destacaram durante o ano, ajudando o próximo, receberam diploma, um pin com o brasão da cidade e um terço que foi abençoado por Dom Pedro.
Toninho da Lanchonete abriu os trabalhos dizendo “Como católico e como político minha preocupação é a de trazer para o debate geral temas relevantes como os apontados pela Campanha da Fraternidade, que este ano retrata o drama que vem sofrendo o planeta em que vivemos, com as cidades vivendo sem a infraestrutura do saneamento básico, fato que leva a tantas mortes, todos os anos”. Terminou sua análise apontando as medidas que foram tomadas pela Prefeitura de São Bernardo, como tirar famílias das áreas de risco, cuidar do famoso lixão do Alvarenga, criar ecospontos pelos bairros, entre outros fatos. Também falou da preocupação com a Represa Billings cujo espelho d’agua apontou, cabem dez cidades do tamanho de São Caetano do Sul.
Dom Pedro reforçou que “a Igreja traz para o debate o tema do meio ambiente para que possamos refletir sobre o que estamos fazendo com a nossa casa comum, o nosso planeta”. E alertou. “Quando o poder econômico dá as cartas, é o povo que sai perdendo”.
Em outro ponto disse “durante as Visitas Missionárias que tenho promovido pelas regiões da diocese, tenho ouvido o clamor do povo que pede muitos melhoramentos até simples, como água encanada, fim do esgoto correndo a céu aberto. Vi famílias que vivem com muita precariedade, problemas que trazem doenças e levam à morte”.
O bispo também denunciou que “nossa casa comum está ameaçada e não podemos ficar calados, inertes diante destes fatos. Por isso aproveito estes momentos, e agradeço ao vereador Toninho da Lanchonete por ter propiciado este importante encontro abrindo a Casa de Leis da cidade para ecoarmos um tema que é tão caro a todos. Falar já é um começo, e falar num ambiente como este é ter a certeza que não vai parar por aqui. Vai ter ressonância”.
Ao final da palestra foi apresentado um pequeno vídeo produzido pela CNBB para a Campanha da Fraternidade, mostrando o quanto o Brasil ainda precisa caminhar para dar saneamento básico para o seu povo, já que hoje temos mais acesso ao mundo do celular do que ao banheiro. Dom Pedro terminou dizendo que o esforço deve ser de todos. “Temos grandes lixões que convivem ao lado das casas de milhares de famílias. O Brasil como campeão de desperdício de água, chegando a 37% da água já tratada. E temos uma população viciada em jogar de tudo na rede coletora de esgoto”.
A mesa principal foi composta, além do vereador Toninho da Lanchonete, pelo orador, Dom Pedro Carlos Cipollini, Eliana Garcia, representando o prefeito Marinho, Pe. Paulo Afonso, Pe. Carlito, Pe. Jadeilson, Sr. Luiz Lorenson, Sr. Roberto Vertamatti, Sra. Elide da Silva. Presente também o Padre Guilherme Sanches.
O encontro foi concluído com a fala de Eliana Garcia, que em nome do prefeito Marinho, teceu os feitos realizados pela municipalidade para levar dignidade, respeito e melhor condição de vida para as periferias da cidade. O Hino da Campanha da Fraternidade foi cantado por Sinval Fernandes.
