Diocese de Santo André

Homilia da Celebração Eucarística de Encerramento do Sínodo Diocesano

15/11/17 – Matriz Sagrada Família – São Caetano do Sul

         Irmãos e irmãs, esta celebração coroa um processo de um ano de caminhada; caminhar juntos foi a experiência que vivemos neste Sínodo.

         Experimentamos, mais que nunca, que a forma da Igreja ser é a forma Sinodal

         Bendigamos e louvamos a Deus por tudo e pelo empenho de cada um. Em especial porque neste processo, o Espírito Santo falou-nos indicando as três coordenadas para a nossa ação pastoral. Coordenadas que chamamos de prioridades e que nortearão nosso empenho pastoral daqui para frente.

         A Primeira Leitura (Dt 30, 10-14) é um chamado à conversão: “Converter-se de todo coração, com toda sua alma, pois a conversão está ao alcance de todos”. Sentimos a necessidade de uma grande conversão pastoral e pessoal, conversão do coração em nossa vida.

         Conversão para cumprir nossa vocação. Cumprir o mandato do Senhor de levar a boa nova: o Evangelho do Reino.

         Nós queremos nos converter? Vamos nos empenhar neste sentido?

         Neste caminho de conversão contínua, nossa Igreja conta com a Presença do Senhor ressuscitado que caminha no meio de nós.

         Os discípulos de Emaús caminhavam desanimados (Lc 24, 13-35). Lamentavam o engano que aconteceu em Jerusalém. O sofrimento, a rejeição, fizeram-nos desanimar. Se pensarmos bem, muitas vezes procedemos como estes discípulos.

         São muitas as dúvidas e surpresas no esforço evangelizador e na vivência de nossa vocação. Nossa Igreja deve intensificar a escuta da Palavra. Escutando a Palavra de Deus, cresce em nós a certeza de que Jesus acompanha e guarda a comunidade. Ele caminha conosco e nos instrui mesmo quando não percebemos.

         Jesus está conosco quando vivemos a solidariedade e o cuidado de uns para com os outros. Os discípulos não deixaram que Jesus – “o forasteiro” – enfrentasse os perigos da noite, convidaram-no para cear e permanecer com eles, para ficar em sua presença. Ao partir o pão, perceberam a presença além do forasteiro, a presença do Ressuscitado. É na Eucaristia que nossa Igreja se alimenta para viver o testemunho em favor do Reino, para amar e servir.

         Escutando a Palavra e se alimentando da Eucaristia, que é fonte de vida solidária, nossa Igreja se torna missionária. Os discípulos de Emaús, após fazerem a experiência de encontrar Jesus Ressuscitado, voltaram para Jerusalém para anunciar o que aconteceu. Tornaram-se missionários. Começam a viver a alegria do Evangelho e a alegria de evangelizar. Não é esta alegria que nos falta e que buscamos neste Sínodo?

         São os pequenos e pobres que podem experimentar Jesus hoje e exclamar sempre mais: “eu creio, Senhor, mas aumenta a minha fé”. “Fica conosco, Senhor!”

         Peçamos que o Senhor Ressuscitado faça nosso coração de discípulos missionários arder de amor e desejo de viver uma nova evangelização em nossa Igreja. Isto nos trará a alegria, que tem o nome de paz nos relatos da ressurreição. Assim, poderemos experimentar a força do Espírito Santo que renova todas as coisas através da Evangelização libertadora.

         Como são belas as palavras de Paulo Apóstolo escrevendo aos Filipenses. Nesta carta que, mais que as outras, ele escreve com a tinta do coração apostólico e missionário: “aspirai à mesma coisa, unidos no mesmo amor, vivei em harmonia, procurando a unidade que liberta e plenifica” (cf. Fl 2, 1-4).

         A unidade, não só na Pastoral, foi o que buscamos nesta experiência sinodal. Unidade com Jesus que nos une ao Pai na força do Espírito Santo, mas unidade também entre nós; porque se nos amarmos, o mundo crerá em Jesus, e, somente no âmbito da unidade, é que o amor prospera. A unidade, por sua vez, tem que ser construída na participação, que é não só caminhar junto, mas decidir junto, cada um na vivência do próprio carisma e na acolhida do ministério um dos outros.

         Que possamos continuar percorrendo juntos o Caminho; olhando para Jesus e esforçando-nos por sermos testemunhas do seu amor que nos impele, sendo caridosos. Como meio para facilitar esta realidade, estamos articulando o Vicariato Episcopal para a Caridade em nossa Diocese.

         Cristo nos dá força para tornar mais leve o nosso fardo e a nos sentirmos como membros de sua família que é a Igreja.

         Deus seja bendito pelos dons que deu à nossa Igreja tanto aos padres, consagrados e leigos e leigas a serviço de seu Reino. Reino que, em nossa Diocese de Santo André, será impulsionado pelas seguintes prioridades pastorais:

Proposta 1 – Ação Missionária Permanente para fortalecer a presença da Igreja junto aos mais pobres nas periferias, aos cristãos católicos afastados, aos doentes, e aos grupos necessitados de motivação e acolhida;

Proposta 2 – Acolhimento em suas duas dimensões importantes :Cultura e Espiritualidade;

Proposta 3 – Uma Igreja em Saída e em Estado Permanente de Missão.

Conclusão

         Gostaria de citar aqui um Santo Padre de nossa Igreja Latino Americana, Dom Oscar Romero, presença forte em tempos difíceis e desafiadores: “Estou feliz porque compreendeis que o papel evangelizador da Igreja só será efetivo, verdadeiramente, quando existir uma verdadeira comunhão das comunidades com o seu Bispo. Convido-os a manterem-se estreitamente unido através da viva força da oração recíproca”

         Também cito um padre de nossa Igreja Particular que, na Hora Santa que participei hoje por alguns momentos, disse: “… a doçura da vida é a vida em comunhão é isto que Jesus trouxe e devemos viver e anunciar” (Pe.Praxedes).

         No mais, temos de crer que o Senhor que nos inspirou o bom propósito deste Sínodo e nos permitiu realizá-lo até aqui. Também nos ajudará a colocá-lo em prática. Que assim seja!

Dom Pedro Carlos Cipollini

Bispo Diocesano de Santo André

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