Principais desafios são intensificar a divulgação nas paróquias e propagar a história do santo apóstolo em toda a região
Você sabe quem é o Padroeiro da Diocese de Santo André? E quando é comemorada a data de seu aniversário? Essas perguntas podem causar dúvidas na cabeça de muita gente. Num rápido esclarecimento, o aniversário da cidade, fundada há 465 anos pelo imigrante português João Ramalho, é festejado no dia 8 de abril. Por outro lado, Santo André, apóstolo escolhido por Cristo, que representa o padroeiro da Igreja Católica na região, sempre é celebrado no dia 30 de novembro, data da festa litúrgica.
Após a missa em Ação de Graças realizada na sexta-feira (30/11), na Igreja Matriz andreense, jovens seminaristas e experientes paroquianos repercutiram a necessidade das paróquias dos sete municípios da região se mobilizarem na propagação de informações nos meses que antecedem as festividades sobre a história do patrono diocesano e a importância de cada igreja fortalecer a devoção ao santo apóstolo André.
Foco na divulgação
Torneiro mecânico na Cofap por 22 anos, a vida de Celso Francisco da Silva, 81 anos, como diácono tem início em 1979. Exercendo o diaconato na Paróquia São Felipe Apóstolo, em Mauá, ele se desloca todos os anos da cidade vizinha para prestigiar a Festa do Padroeiro.
Segundo ele, a disseminação de informações no decorrer do ano, em todas as 105 paróquias da região, se faz necessária para que a mobilização culmine numa grande festa em novembro. “O clero precisa estar sempre unido. Não celebramos somente os santos padroeiros, mas o padroeiro da diocese, também. Se a divulgação for bem feita nas sete cidades, com certeza, Santo André vai ser mais conhecido, mais venerado, pois é um intercessor muito forte para todas as comunidades”, argumenta.
Engajamento da juventude
Seminaristas da Casa de Filosofia da Diocese de Santo André, Jhonatan Kauê Fernandes dos Santos, 20 anos, e Romário da Rocha Cunha, 23 anos, acreditam que os jovens têm função importante na divulgação das celebrações e debates sobre quem é o santo padroeiro diocesano.
“É uma grande alegria celebrarmos o nosso padroeiro, esse grande santo e apóstolo. A partir desta celebração eucarística, onde observamos a emoção das pessoas na passagem do santíssimo sacramento, é uma esperança para que possamos, no encerramento do ano do laicato, levar essa luz, esse sal, para esses jovens, para que eles possam ser tocados, assim como nós fomos“, destaca Jhonatan.
“Assim como Dom Pedro falava na homilia, que possamos multiplicar os pães e os peixes na juventude, divulgando a missa e propagando a devoção por meio das pessoas que estavam presentes“, comenta Romário.
Tradição preservada
Há mais de seis décadas participando da comunidade Matriz Santo André, a aposentada Lúcia Durante testemunhou a simplicidade de como era comemorado o Dia do Padroeiro. Centenária, a paróquia administrada pelos padres scalabrinianos (Congregação dos Missionários de São Carlos) celebra a festividade desde o início do século XX. “Lá pelos anos 50 e 60, época do catecismo e do grupo de jovens, rezávamos a novena no período da noite e organizávamos uma pequena quermesse. Tudo muito simples. Era bem familiar para nós”, recorda a paroquiana, que integra o grupo Legião de Maria.
Lúcia acredita que com a chegada do pároco Jean Dickson e o empenho do bispo diocesano Dom Pedro, a festa tem tudo para crescer nos próximos anos. “O padre haitiano tem boas ideias e está entusiasmado. E o próprio bispo também tem incentivado este tipo de ação com todo apoio da diocese”, relata.
Reportagem de Fábio Sales
Fotos de Elaine Venciguerra